I

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Ouvia o barulho dos trens passando no trilho, o som do ferro pinicando na sua cabeça e fazendo seu cérebro se agoniar. Não queria estar ali mas, Madara estava ocupado ajudando seu pai e seus primos sumiram na noite passada. O falatório das pessoas e suas pegadas no chão enchiam seus ouvidos mas, nem assim deixava de conseguir ouvir o tik tak do ponteiro do relógio no pulso, era como se seus pensamentos se concentrassem em todas as coisas de uma só vez.

Hashirama e Madara se comunicavam sempre por telefone, mesmo com a família do Senju tendo se mudado. Agora eles estavam de volta e Madara mesmo tentando fingir que não, estava bastante animado. Sabia como os dois sempre tiveram uma ligação forte mas, tentavam esconder por conta de seus pais serem tão conservadores, agora, porém, pouco importava isso para ambos. Perceberam a rapidez com que a vida flui e decidiram aproveitar melhor os momentos, a verdade, era que se amavam e não iam mais criar empecilhos para negar isso.

Assim que o trem parou ele se levantou suspirando fraco, não queria estar ali, não porque não suportava os irmãos Senju, gostava deles e não queria passar uma má impressão, Izuna desejava não estar em lugar nenhum que fosse movimentado o suficiente para ouvir um tilintar de voz, já fazia um tempo que havia achado morada em um silêncio pequeno.

— Izuna! Não disse que ele estava por aqui!

— Oi, Hashirama.. Tobirama.

Hashirama o abraçou forte enquanto dizia várias coisas que o Uchiha não conseguia entender direito devido a agitação do Senju em falar. Não deu nada mais do que um oi a Tobirama, os dois não se comunicavam bem desde que ele havia ido embora, mas antes disso, gostavam muito da presença um do outro.

— Madara preparou o almoço, fez sua comida preferida, Hashi.

— Ele fez, é?

— Passou horas cozinhando. Ele está bem empolgado com sua chegada.

— Ele está!?

Sabia que isso provocaria Hashirama, e era óbvio a felicidade estampada em seu rosto. Gostava disso, dessa relação que ele e seu irmão tinham, só lamentava ele mesmo não ter tido a mesma sorte.

— Tenho tantas coisas pra contar, vocês nem imaginam como é a cidade grande. Um caos! Essa é a palavra certa. Eu ia ter um ataque do coração se permanecesse lá.

Tobirama não dizia uma palavra, preferiu deixar o irmão falar sozinho, mas olhava de canto Izuna rindo ao olhar para baixo, uma mania que ele sempre teve e se lembrava bem de quando começou a notar e guardar na memória cada coisa relacionada a ele.

...

— Vocês chegaram!

— Madara..

Não entendia todo o drama de novela, os dois parados se encarando como se fosse um reencontro após uma tragédia, sempre achou que ambos podiam ser bem melodramáticos quando queriam.

— Oi, eu fiz comida. Acabei de tirar tudo do forno. Vamos, Hashi. Entre.

— Eu também to aqui Madara.

— É.

Izuna tinha certeza que não importava o tempo que passasse, seu irmão sempre encararia Tobirama com um olhar mortal. Sabia, no fundo, o motivo disso e se entristecia, mas não havia nada do que pudesse fazer. Nem sempre as coisas saem como o planejado e descobriu que fazer planos com a expectativa alta não era a melhor coisa.

— Seu namorado vai vir pro jantar, Izu?

— Não! E ele não é meu namorado.

Pecado invisível | TobiizuOnde histórias criam vida. Descubra agora