Aurora.

《 𝘈 𝘴𝘱𝘦𝘤𝘪𝘢𝘭 𝘥𝘪𝘯𝘯𝘦𝘳 》

Merda! Não acredito que isso aconteceu comigo, estava tudo tão bem planejado e agora, em cima da hora, eles me avisam que a reserva foi cancelada porque o restaurante vai fechar hoje.

— Hyung! O que eu vou fazer? Estava tudo tão bem planejado, eu... Eu não sei o que fazer. — Passei os dedos por entre meus fios, puxando-os pela raiz até quase arrancar alguns.

— Yah! Se você não parar com isso, vai acabar careca antes de poder beijar aquela garota, então pare com isso venha aqui. — Seonghwa me chamou, ele estava parado na cozinha, com a geladeira aberta, seu olhar de quem aprontar ia algo. — Nós podemos improvisar um jantar aqui mesmo, eu sei cozinhar com algumas coisas que você tem aqui, mas claro, terá que ser um pouco mais tarde, duas horas são muito pouco para prepararmos um jantar e sobremesas completos.

— Claro, Hyung, vou tentar falar com a Aurora e já venho ajudar você e os meninos. — Falei saindo da cozinha tirando o celular do bolso, preparado para fazer uma ligação para a Aurora, linda e morena Aurora. Abri a porta da varanda e saí fechando-a atrás de mim e fiz a chamada perguntando se o jantar poderia ser um pouco mais tarde e nós concordamos que eu iria busca-la em sua casa após seu trabalho, mais ou menos 19:40.

— Acabei de falar com ela e está tudo bem, às oito vou buscar ela, o que vamos fazer para o jantar? — Falei quase não conseguindo conter a animação. Começamos a trabalhar no jantar, preparamos arroz cremoso e filé de peixe, para a sobremesa fizemos pavê e o Yunho foi comprar um pote de sorvete.

Tudo estava indo perfeitamente bem, por isso despachei os caras e me preparei para ir buscar Aurora, vesti uma camisa de botão com estampa azul, deixei alguns botões de cima abertos e escolhi uma calça jeans  e um tênis branco. Peguei o carro de Hongjoong emprestado, era uma SUV cinza, parecia ter sido lustrada e estava linda. Dei partida e fui em direção a casa de Yeosang, já que eles são vizinhos. Só agora, dirigindo até lá percebi que preciso urgentemente do meu próprio carro. 

Assim que estacionei percebi as luzes acesas, meu coração martelou fortemente me lembrando de sua existência. Bati em sua porta e esperei ansioso. Nós conversamos pelo celular e descobri que temos muitas coisas em comum, ela ama livros e poesia, ainda não descobri, mas ela deve gostar de escrever sua própria poesia.

— Oi. — Sua voz doce me tirou do lugar seguro que eram meus pensamentos. Ela estava perfeita, com um vestido branco com estampa azul clara e uma jaqueta jeans. O branco do vestido fazia sua pele cor de oliva se destacar e o verde de seus olhos brilharem, um sorriso se abriu em seu rosto e tudo dentro de mim se revirou, quase caí de joelhos em sua frente, estava arrebatado por sua beleza.

— Oi. — Sorri bobo, ela riu de mim e se aproximou passando os braços por meus ombros, borboletas voavam incessavelmente em meu estômago, sua bochecha fria estava colada na minha, minha coluna curvada para frente em um abraço desajeitado, sentir seus braços pequenos em volta de mim foi uma sensação indescritível. — E-eu acho que devemos ir, você vai amar o jantar.

— Tudo bem, vamos. — E assim saímos de lá no carro, conversamos e trocamos olhares tímidos, não sei como consegui, mas prestei atenção na estrada sentindo seu aroma de laranjas. — Então você preparou tudo de ultima hora?

Passei a chave na porta e a deixei entrar primeiro antes de fechar e guiá-la  até a área aberta na parte de trás de casa, já tinha uma mesa posta para dois, as luzes tremeluziram um pouco, mas continuaram ligadas. — Sim, mas não foi tão difícil, confesso que tive umas ajudinhas, teremos o prato principal e duas sobremesas.

— Já estou ansiosa. — Ela falou ao sentar. Saí para pegar o arroz e o filé e servi recebendo um olhar alegre de Aurora.  — O cheiro desse arroz está ótimo.

— Obrigada, quero ver se você vai gostar, afinal isso tudo foi para você. — Seu olhar se juntou ao meu e de repente o ar entre nós ficou mais pesado e difícil para respirar. Ofeguei um pouco. — Não... Não precisa se preocupar em fazer uma crítica dura. 

— Tudo bem, não terei piedade. — Ela deu uma colherada e fechou os olhos parecendo saborear a comida e depois de engolir ela continuou com os olhos fechados fazendo suspense. — Isso está simplesmente perfeito. 

Soltei a respiração que nem percebi estar prendendo e sorri para finalmente comer junto dela. — Você me assustou bastante sabe, pensei que você iria odiar, estou feliz que gostou.

{...}

Terminamos de jantar e ficamos comendo sorvete olhando para a lua e para as estrelas, recitamos algumas poesias favoritas e fizemos piadas com os autores.

— Ta, você disse que escreve, mas eu ainda não vi nada seu, porque não me mostra algo? — Ela comeu uma colher enorme de sorvete e ficou me olhando a espera de uma resposta, mas eu ainda não podia dar a resposta que ela queria, não tenho confiança o bastante para mostrar meus escritos para ninguém.

— Você ficaria triste se eu dissesse que ainda não posso mostrar nada? Posso prometer mostrar outro dia, se você quiser. — Falei olhando para o copo de sorvete vazio em minhas mãos. 

— Não tem problema, Mingi, as coisas tem que ser no seu tempo, quando estiver pronto, verei com toda certeza. — Ela percebeu que eu estava cabisbaixo e tocou minha mão, mesmo com o sorvete em sua mão o seu toque em mim foi quente, um arrepio subiu por minhas costas e tudo que pude fazer foi olhar em seus olhos que brilhavam mesmo à noite. — Posso me aproximar, querido?

Meu coração bateu mais forte ao ouvi-la me chamar assim, hipnotizado assenti e ela tocou meu rosto com a mão que não segurava o sorvete, o vento colocou seu cabelo no caminho entre nós, então levantei minha mão e o afastei de seu rosto colocando-o atrás de sua orelha, meu peito subia e descia em uma velocidade anormal, seu rosto estava vindo realmente em minha direção, aquilo estava acontecendo mesmo? Ela fechou seus olhos quando nossos narizes se encostaram e eu o fiz também.

Depois de toda antecipação, nossos lábios gelados se encontraram, primeiramente foi apenas a sensação dos lábios encostando, junto ao frio na barriga, mas logo o atrito fez a sensação ser mais forte que qualquer coisa que eu já senti, não sei quanto tempo ficamos ali apenas aproveitando o máximo um do outro, eu só sabia que Aurora fazia todas as sensações básicas se tornarem... tudo, menos apenas sensações simples e básicas, eram todas complexas e profundas.

Naquele momento tudo estava perfeito e nada poderia me fazer pensar o contrário.

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Boa noite pessoitas do meu coração, como estão?

Vocês não fazem ideia das saudades que eu estava de vocês, esse tempo todo me ajudou a evoluir bastante e espero que vocês entendam, posso não ficar tão presente como era antes, mas estou tentando voltar aos poucos.

O que acharam do capítulo? O beijinho 😏 AAAAAAAAAAA.

To esperando o dia que ele vai mostrar os escritos dele 😭.

Um beijo no kokoro e amo vocês <3

Ass. Rayssa