Capítulo 2

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Todos dentro do banco se calaram no mesmo instante e olharam pra mim. Eu estava tão surpreso quanto eles. Nunca imaginei que esse dinheiro todo estava nessa conta.

"Senhor, me chamo Carl. Posso saber qual o seu nome?" disse o homem careca.

"Chamo-me Marcus Reed." Respondi na hora.

"Esse cartão está no nome de 'Marcus Cesarini', senhor gerente." Disse a atendente com um olhar de desdém.

"Eu sabia, sabia que tinha roubado isso de alguém. Deve ter tomado à senha a força também. Homens... prendam esse ladrão." Disse o gerente.

"Como assim?" falei na hora. "vão me prender só porque costumo falar o nome da minha mãe?"

Enquanto eu discutia com o gerente, o elevador abriu e uma mulher de pernas longas e vestido vermelho saiu e caminhou até mim.

Ela me reverenciou na hora e começou a falar ainda de cabeça baixa.

"Senhor, peço perdão pelo comportamento inapropriado deste gerente para com o senhor. Irei demiti-lo agora mesmo. Por favor, não me puna por isso." Disse a mulher ainda de cabeça baixa.

"Pu—" fui interrompido. A baixinha de terno entrou pela porta da frente do banco.

"Senhor patriarca, notei que está fazendo uma movimentação bancária. Por favor, venha conosco até a cobertura." Disse Kátia.

"O que? A cobertura é apenas para o presidente do banco. Como ousa levar um maltrapilho desse até lá?" disse o gerente enfurecido.

"Então o próprio dono do banco não está qualificado para ir à cobertura? Inclusive, está demitido." Disse a mulher alta.

"Demitido? Quem você pensa que é pra me demitir, sua puta?"

Quando o gerente fechou a boca, vi sua mão se erguer e notei que ele iria dar uma bofetada no rosto da moça.

Sem nem mesmo pensar me joguei na frente dela e fui esbofeteado. Não era a primeira vez que apanhava, mas pela primeira vez apanhei por algo que vale a pena.

Senti-me bem ao defender alguém.

"Senhor presidente. Perdoe-me por isso." Disse a moça.

Ela me reverenciou subitamente e eu nem sequer sabia o nome dela.

Ela ergueu a cabeça e logo ordenou os seguranças a tirarem o antigo gerente de lá.

Eu não disse nada. Ele estava disposto a bater numa mulher.

Kátia e a moça me guiaram até a cobertura.

Um lugar enorme e altamente detalhado. Havia uma mesa centralizada no fundo da sala. A moça se apressou e parou ao lado da mesa. Reverenciou-me mais uma vez, como se aguardasse eu sentar.

Eu me sentei, estava cansado de qualquer forma. Estava há horas a catar latas por ai.

"Qual é seu nome?" perguntei a moça.

Antes mesmo de ela abrir a boca, as portas se abriram e subitamente Anna e Alice entraram no cômodo.

Elas me reverenciaram e me perguntaram se eu estava bem e eu disse que sim.

"Gostou do carro, senhor?" disse Anna.

"Que carro?" perguntei.

"Senhor, nós deixamos um carro conversível vermelho no estacionamento. Esperávamos que fosse do seu agrado." Anna disse sem hesitar.

"Como assim? Que carro" perguntei, ainda estava confuso.

"Mas senhor, entregamos a chave, não?! Tem até seu nome nela." Anna falou alto, o que me deixou um pouco espantado.

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