"Cara, te conheço há dois anos e sei bem que você é mais pobre que eu. Então fica difícil de não achar que você roubou." Disse Willian.
"HAHA, muito engraçado. Agora senta ai e deixa eu te explicar, sabichão." Retruquei.
Sentamos em volta da mesa e começamos a comer, pegadinha ou não, comida ainda é comida.
Expliquei o que estava acontecendo e ele não me interrompeu.
"... é isso." Terminei.
"Ok, então quer dizer que duas gatas vieram aqui, te deram um iPad dourado e um anel. Outra gata te deu um cartão que tem 10 bilhões de dólares, uma delas te beijou e agora te mandaram comida. É isso?" ele perguntou.
"Resumindo, é isso." Falei enquanto suspirava.
"Marcus, amigo, você virou um gigolô?"
"Ora seu!"
Deu um soco na cabeça dele. Ele é meu amigo mais próximo, meu melhor amigo e ainda me vem com essa.
"Isso doeu idiota." Resmungou Willian.
"Isso é pra aprender a não suspeitar de mim." Gritei.
"Certo. Então você acha que tudo isso é uma pegadinha do Caleb?" Willian perguntou.
"Maninho, até certo momento achei que era mas agora... não sei mais." Falei.
"Por que você não tenta gastar um pouco dessa grana ai? Bem que eu queria um carro." Zombou Willian.
Eu não falei nada. E se fosse verdade? E se tudo o que aconteceu é a mais pura verdade? E se eu realmente tiver dinheiro pra viver bem?
"Não. É impossível. Eu sou Marcus Reed. Um verdadeiro fracasso." Resmunguei baixinho.
"Aaaah, cara. Esse anel que você me contou por acaso é esse?" Willian perguntou.
Olhei pra trás e vi o anel em suas mãos e balancei a cabeça. Willian estava com os olhos arregalados.
"Qual o nome você disse que te chamaram mesmo?" perguntou enquanto tremia.
"Cesarini. Por quê?" falei sem pensar.
"Marcus, Cesarini. Esse nome não te é familiar?"
"Se não me engano, tem uma empresa que tem esse nome ai..." respondi.
"Idiota, 'Cesarini Internacional Group', não reconhece ainda?" Willian debochou.
"Ah sim, aquela empresa lá que passa na TV..." respondi sem pensar.
"Esse é o nome do maior conglomerado da Terra." Disse Willian gritando.
"O que? Quer dizer que eu sou dono disso tudo?" Respondi na hora.
"Sim amigo. Pelo jeito que você me contou tudo, isso não me parece uma pegadinha. Por que não tenta usar esse dinheiro que tem nesse cartão? Se funcionar, então tudo isso é verdade." Falou Willian enquanto me olhava nos olhos.
Eu não sabia o que fazer. Sempre fui pobre. Como diabos da noite para o dia fiquei tão rico assim?
Sentei-me na cama e fiquei pensando no que fazer. Eu tinha que sair e falar com alguém do banco pra checar aquele valor, mas eu estava proibido de pisar os pés fora da universidade.
Willian me pediu a senha do cartão e eu dei a ele sem pensar, por mais que buscasse uma razão pra tudo isso, eu sabia que não tinha um centavo nesse cartão mesmo.
"Pronto, pronto. Amanhã deve estar chegando ai. Espero que dê certo." Falou Willian enquanto olhava para o celular.
"Ei idiota, o que está fazendo?" perguntei.

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O Sucessor
Ficção HistóricaMarcus, um universitário, passa o dia catando lixo nas ruas para trocar por moedas enquanto é humilhado por todos a sua volta. Um dia ele descobre que deve assumir um império que detém 2/3 da riqueza mundial. Como alguém como Marcus vai lidar com is...