Em uma tarde ensolarada e quente na cidade de Corning em Nova Iorque, estávamos eu e meus amigos de infância na frente da porta de casa conversando e bebendo refrigerante para refrescar a sensação que o calor provocava. Eu estava sentado na escada da porta da minha casa, sem camisa e de boné, até que vi meu pai chegar. Ele parecia estar triste. Me levantei e esperei ele se aproximar da entrada da casa.
— Pai? Aconteceu alguma coisa com o senhor? – perguntei. Na mesma hora ele soltou um sorriso meio abatido.
— Aconteceu, Jeferson. Eu fui demitido do meu emprego de motorista particular da família Alverte.
Naquele momento, me entristeci junto a ele. Me despedi dos meus amigos e disse para eles que iria entrar em casa junto com o meu pai. Após eles irem embora, entrei com o meu pai em casa e lá estava a minha mãe, terminado de lavar a louça. Assim que ela percebeu que entramos em casa, ela se virou e sorriu.
— Oi, filho. Oi, meu amor – ela se aproximou e deu um beijo no rosto do meu pai. — Como foi o trabalho, Will?
Foi aí que o sorriso estampado no rosto da minha mãe desapareceu quando ela percebeu o olhar cabisbaixo do meu pai e meu também, já que eu estava desapontado em ver que meu pai mais uma vez está desempregado.
— Que caras são essas? – perguntou minha mãe já preocupada.
— Muriel, eu....eu fui....eu fui demitido. – contou meu pai. Naquela hora ele percebeu que ela ficou ainda mais triste do que estava ficando antes de saber o que aconteceu. Ela não disse nada, apenas o abraçou fortemente. Claro que eu abracei eles também. Minha irmã não estava lá, estava na escola, mas naquele mesmo dia ela ficou sabendo e deu o maior apoio que o nosso pai estava precisando.
No dia seguinte, estávamos unidos à mesa, tomando o café da manhã. Minha irmã já estava vestindo o uniforme da escola para mais um dia de aula e eu estava com o uniforme da cafeteria onde eu trabalho. Meu pai sempre levava a Karol, minha irmã, para a escola. Nesse dia não foi diferente. Após o café da manhã, eles se levantaram, se despediram e saíram. Em seguida me levantei, me despedi da minha mãe e também saí rumo à cafeteria Coffe's Alverte, que era a cafeteria da família para quem o meu pai trabalhava como motorista particular e foi demitido na tarde passada.
No caminho, encontrei o meu pai conversando com o Jack, um ex-presidiário que havia sido preso pelo tráfico de drogas, mas foi solto pelo bom comportamento. Eu não confiava nele e, ao ver ele conversando com o meu pai, estando com a Karol presente, me aproximei e só consegui ouvir o final da conversa.— Então é isso, Cícero. Depois que você voltar da escola, você passa lá no barraco e a gente conversa melhor. – disse Jack.
Eu não fazia a mínima ideia do que eles estavam falando. Mas depois daquilo que ouvi, meu pai prosseguiu para levar a Karol para a escola e o tal Jack também foi embora dali. Como não queria me atrasar, decidi falar com o meu pai só quando eu chegasse do trabalho e fui para a cafeteria. Lá na cafeteria, fui até a sala do diretor geral que pertencia a família Alverte. Ele deixou que eu entrasse e me sentasse. Assim eu fiz. O diretor geral se chama Júnior e ele é filho do dono da cafeteria e de outros segmentos da família Alverte, o Dr. Paul Alverte.
— Então, me diz o que você quer conversar comigo, Jeferson? Algum problema na cafeteria? – perguntou o diretor geral.
— Não, não tem nenhum problema com a cafeteria. O problema é com o meu pai. Eu vim aqui pra pedir o emprego dele de volta como motorista particular da sua família.
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Murder Mystery
Mystery / ThrillerEm uma pequena comunidade na cidade de Corning, em Nova Iorque, EUA, um grande mistério veio à tona quando um morador da comunidade foi atropelado, ocasionando a sua morte. A perícia afirmou que foi homicídio doloso, quando há intenção de matar. Jef...