Lucius Malfoy era um homem astucioso e competente, sua educação com Lorde Abraxas Malfoy não deixou nada a pecar, então ele se perguntou, porque nos sete infernos Draco não poderia ser mais parecido com seu irmão mais velho Niccolus? A educação dos dois foi a mesma, ambos estudaram em Hogwarts classificados para Sonserina, ambos participaram do time de quadribol.
Tudo bem que Niccolus já havia se formado e agora era o Subsecretário do Ministro da Magia e Draco ainda estava no terceiro ano, mas Lucius se lembrava de nunca ter recebido uma queixa sequer de seu primogênito e herdeiro.
Como Lorde Malfoy, ele tinha uma papelada quase obscena para ler e fazer relatórios para a próxima reunião do Wizengamot. As vezes Lucius se ressentia de seu irmão mais velho por ter casado com uma família matriarcal e não poder ser o lorde família, tudo bem que ele adorava Luna e que era bom ter conversas semanais com Pandora, mas Xeno tinha um dever para com a família e agora ele se chamava Lovegood, dá para acreditar?
Infelizmente era as férias de inverno, próximo a Yule e o diretor Dumbledore, maldito Dumbledore, havia mandado as crianças para casa, tudo bem, era injusto, visto que todos os anos isso acontecia, mas Draco estava um porre. Desde que havia chegado da Escócia para Wiltshire sua carranca era aprofundada, seus passos pesados, seus ombros tensos e seus punhos cerrados. Lucius não queria perguntar o motivo, mas sua amada e adorada Narcissa havia lhe ameaçado com feitiços mais que desagradáveis de sua linhagem Black.
Portanto, quando viu seu filho mais novo passar por seu escritório, convocou um dos elfos da casa e disse-lhes para mandar Draco ate seu escritório. Lucius esperava alguns minutos de descrição com algumas narrações e imitações malfeitas da voz da filha do Ministro Potter.
Seu filho estava ali tagarelando há quase trinta minutos e o pior, sem perder o folego, enquanto a papelada se acumulava sobre a mesa de mogno preta do escritório, maldito Xenophilius. E o pior, porque pelos calções de Merlin, Draco não poderia ser mais parecido com Niccolus? Seu filho mais velho e provavelmente assexuado nunca lhe fez passar por isso, sua cabeça já estava latejando e seu filho mais jovem não parecia nem perto do fim.
No entanto, Lucius sabia que seu pai, Abraxas, nunca tinha pensado que seus netos seriam exatamente como seus filhos, num olhar de canto o quadro de velho homem parecia querer rir do seu neto. O amor nos olhos cinzentos do quadro reagia com o desejo intenso e desesperado de quando seus próprios filhos estavam prestes a se formar em Hogwarts e então se casar, poderiam dizer o que fosse de Lorde Abraxas, mas ele amava seus meninos com tudo que tinha. Lucius, muito parecido com Draco, com seus sorrisos maliciosos e sorrisos desconcertantes; ou, a gentileza suave de Xenophilius, Luna e Niccolus. Sim, na visão de Abraxas, Lucius e Draco eram iguais, por isso não se suportavam por muito tempo.
"E então ela me disse, com aquela voz irritante: Malfoy, você pode ter qualquer vassoura do mundo, eu ainda vou ser a melhor apanhadora de Hogwarts." Draco resmungava, enquanto Lucius pensava qual maldita lei o Lorde Weasley iria apresentar na próxima reunião, ele precisaria estar atento para vetar a lei, não importa qual fosse. "E então ela passou com aquela maldita Firebolt que o primo Sirius lhe presenteou no aniversario de doze anos, pai."
Lucius queria coçar suas têmporas até chegar ao cérebro, era uma boa ideia, Nicco nunca havia se apaixonado e nunca lhe torturou dessa forma, diabos, nem mesmo Xeno havia falado de relacionamentos consigo. Internamente, Lucius implorava a Lady Magia para que Lyra Malfoy crescesse igual Niccolus e não igual Draco, ele não aguentaria dois apaixonados, senão teria uma passagem só de ida para o St. Mungus.
"E então ela é ágil naquela maldita vassoura e eu fico para ter um infarto quando ela acelera diretamente pro chão, segurando forte o cabo da Firebolt e seus músculos do braço tencionam. Ela poderia dar um soco até no Herdeiro Flint com aqueles braços, pelo amor de Merlin, e nem assim ela parece menos feminina. Aqueles cachos pretos sempre trançados quando estamos jogando quadribol ou em um coque apertado quando estamos nas aulas de poções," e o garoto continuava a tagarelar, francamente, seu filho não sabia a hora de parar nunca. "O melhor é quando ela deixa seus cabelos soltos, os cachos negros caem como a cascata de uma cachoeira em seus ombros finos. E nem me deixe falar dos olhos dela, aqueles verdes exuberantes. Aquela cor quase faz as esmeraldas sentirem inveja do brilho esverdeado."
Seu filho estava cuspindo palavras como um idiota obcecado, por Avalon, ele não era assim quando começou o noivado com sua Narcissa, ele tinha certeza. Exceto que, o olhar no quadro de seu pai lhe dizia exatamente o contrário. Tudo bem que uma vez no calor do momento, ele mesmo comparou os lindos olhos de sua esposa a prata derretida. Era aceitável, eles estavam noivos!
"E ela estava descaradamente flertando com o herdeiro Nott, todos sabem que nós, Malfoys, somos melhores que os Nott. Principalmente, eu sou melhor que Theodore Nott."
Lucius coçou a nuca, enquanto observa incrédulo seu filho que havia mudado de reclamação, para declarações toscas de amor e agora para ciúmes.
"Então, você está com ciúme da herdeira Potter com o herdeiro Nott, Draco?"
Draco ficou vermelho e seu rosto se transformou em uma expressão escandalizada, como se alguém lhe dissesse que o quadribol havia sido considerado um crime com pena de prisão perpetua em Azkaban.
"O que?" o grito indigno de seu filho provou exatamente o que Lucius quis dizer, "Porque eu teria ciúmes de Potter? O senhor está dizendo que ela quer me provocar para que eu solicite um contrato de noivado com ela?"
Lucius arregalou os olhos.
Por Mordred morto no campo de batalha!
Como seu filho havia chegado aquela conclusão? Lucius havia feito apenas uma pergunta inocente, que deveria deixar seu filho indignado e fazê-lo ir embora do seu escritório.
"Draco..."
"Tudo bem, pai. Você tem razão, eu vou agora mesmo na Mansão Potter, dizer a Harriet que quero ser o noivo dela e assim ela não ficará de gracinha com o bastardo Nott. Eu tenho certeza que ela só está fazendo isso porque eu não a convidei para ir a Hogsmead. Eu até comprei malditos chocolates para ela e deixei na porta de seu quarto. O que mais ela quer de mim?"
Lucius tentou novamente, "Draco..."
Mas, infelizmente, seu filho não prestava atenção em nada do que ele falava, estava absorto em suas teorias da conspiração sobre a herdeira Potter e sua aparente vontade súbita de noivado.
"Obrigado pai, eu vou pedi-la em noivado agora" o garoto levantou-se da cadeira estofada e fez uma reverencia, tirando seu anel de herdeiro sobressalente, "Torça por mim, mesmo eu tendo certeza que vai dar certo."
O garoto de cabelos platinados correu até a lareira do escritório e pegou um punhado de pó de flu e gritou Casa do Grifo, entrando nas chamas verdes. A próxima coisa que aconteceu foi a risada alta de seu pai, que se curvava com as mãos no estomago de tanto rir. Lucius bateu sua cabeça na mesa e suspirou.
"Draco é realmente seu filho, Lucy." A voz de Abraxas saiu um pouco cortada, graças as risadas que não pareciam cessar tão rápido. "Veja pelo lado bom, dessa forma Nicco poderá ser Lorde sem se casar. Draco pode trazer quantos herdeiros quiser para a família."
"Papai, por favor." Lucius resmungou, com a testa na mesa.
O flu acendeu novamente e passos calmos fizeram Lucius tirar a cabeça da mesa, olhar para a lareira, e infelizmente era Xenophilius, irmão mais velho e Lorde-Consorte de Lovegood. Seu dia estava prestes a piorar, se o sorriso no rosto de seu irmão pudesse significar algo. Lucius só queria ser capaz de voltar para sua papelada.
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Lucius Malfoy, bom ouvinte.
FanfictionNas férias de inverno, Draco voltou para casa mais irritado que o normal. Narcissa incumbiu Lucius de ter uma conversa com seu filho mais novo, mesmo sabendo que seria tudo sobre a garota de olhos verdes e cabelos cacheados.