Capítulo 48

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Jeremy estava queimando de motivação pela primeira vez em muito tempo.

Quantos anos se passaram desde que o Mestre ficou tão curioso sobre algo?

Jeremy sempre ficava ao lado de Raphael como uma sombra. Era seguro presumir que quase todos os seus horários se sobrepunham.

No entanto, Jeremy não o acompanhou na agenda de hoje. Em vez disso, ele estava animado para investigar Henverton Gillian.

Ele estava animado por Raphael ter mostrado interesse em algo.

Pensando bem, parece que muita coisa mudou recentemente.

Raphael não era uma pessoa particularmente motivada e aparentemente não tinha desejos. Ele nunca teve curiosidade por nada e viveu a vida de uma maneira entediante. Ele agia como se vivesse apenas porque já estava vivo.

Jeremy achava isso infinitamente trágico.

Mesmo que houvesse uma enorme diferença de idade entre os dois, Jeremy tinha visto como Raphael cresceu negligenciado.

A Duquesa criou Rafael como o sucessor perfeito e trabalhou duro com ele.

Em algum momento, seu pai, o Duque Leo, ficou deprimido e se afogou no álcool. O Duque Leo era um bêbado violento e particularmente rude com Raphael.

As memórias de Jeremy de um Raphael de dez anos ainda estavam vivas em sua mente.

"Esse maldito cabelo preto! Esses olhos vermelhos! Saia da minha frente!"

A visão dos olhos vazios de Raphael, segurando firmemente o presente de aniversário de seu pai em suas mãos esguias, ainda aparecia nos sonhos de Jeremy.

Ele era o assistente de Raphael e o cavaleiro da escolta na época, então ele viu em primeira mão a crueldade do Duque.

Aqueles olhos que olhavam para Raphael como se ele fosse uma maldição, aquela boca cuspindo palavras cruéis, aquelas mãos que jogavam objetos em seu filho pequeno.

Nada disso era normal.

O Duque tratava Raphael como se ele não fosse seu filho, não, como um inimigo.

A raiva cresceu como uma chama furiosa.

Como ele poderia fazer isso com seu filho, a quem não via há muito tempo, que havia preparado um presente de seu próprio dinheiro para o aniversário de seu pai!

Sentindo pena de Raphael, Jeremy queria se apresentar e dizer algo. Ele não tinha medo de punição.

Mas Raphael bloqueou Jeremy e falou com calma.

"Sinto muito, pai."

Raphael não estava triste. Sua expressão parecia dizer que ele esperava por isso. Não havia resignação em seu rosto, mas confirmação.

Ele jogou o botão de topázio azul brilhante que ele preparou como um presente para o canteiro de flores.

Esse botão foi escolhido porque lembrava a cor dos olhos de seu pai.

"Você está bem?"

Quando Jeremy fez a pergunta, Raphael respondeu com uma voz seca que não parecia pertencer a uma criança.

"Meu pai parece odiar terrivelmente os Kedrey."

Depois disso, Raphael parou de sair de seu caminho para ver seu pai.

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