Capítulo Único

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Normalmente, sentir a brisa da primavera em uma noite fria seria algo agradável para Jennie, mas em uma situação como aquela, era impossível aproveitar aquela noite como a ela merecia.

Já havia recebido milhares de ligações, grande parte de suas mães, mas não atendera nenhuma delas. Se sentia cansada e triste, e não iria atender nenhuma daquelas ligações, seja de quem fosse.

Mas pagou com a língua ao ouvir seu telefone tocando novamente, seu coração palpitou ao ver quem era que estava ligando. Não ousaria recusar mais uma ligação novamente.

Atendeu quase falhando no ato, estava sem seu óculos, e para piorar, estava completamente chapada.

Se antes seu coração estava acelerado, ao ouvir a voz da loira do outro lado da ligação, sentia ele quase perfurando seu corpo de tão fortes que eram os seus batimentos cardíacos.

— A-alô — Falou.

Manter um diálogo sóbrio e limpo era impossível. Sequer tinha certeza do que estava falando, mas a gagueira era algo normal em sua vida desde que nasceu.

Afastou o celular do ouvido após ouvir os gritos da mais nova do outro lado do telefone. Ela com certeza a mataria por ter sumido, e logo após sua mãe a ressuscitaria para ter a chance de matá-la também.

— Onde você está? — A loira perguntou após terminar sua série de gritos.

Jennie pensou duas vezes antes de responder, pensava se realmente queria que sua namorada á visse naquela situação.

Mesmo que Rosé a pedisse para parar de se importar com o que ela pensa sobre suas atitudes, era inevitável. Jennie sempre foi assim, sempre colocou as necessidades dos outros acima das suas, e sempre se importava com o que os outros pensam dela.

— Eu es-estou em você-sabe-onde. —

Bastou falar isso para que Roseanne soubesse o que fazer, desligou o celular sem aviso prévio e partiu ao encontro da namorada.

35 minutos depois, Jennie ouviu o barulho da porta abrindo, era ela. Assim que fechou a porta, Rosé pôde sentir sua namorada com os braços em volta de seu corpo, e junto com ele o cheiro de álcool e cocaína.

Não gritou, nem falou nada, apenas correspondeu o abraço e á acolheu.
Seu coração apertou ao ouvir o choro baixinho de Jennie. Não aguentava ver sua garota daquele jeito.

Andou de leve se sentando no sofá presente marrom e velho do lado da porta. Jennie se soltou dela, e finalmente a loira teve a chance de ver o rosto da mais nova. Ela estava com os olhos inchados e grandes olheiras ao redor deles.

A aparência fazia Roseanne suspeitar de que não havia comido nada naquele dia, e após algumas perguntas, teve certeza de suas suspeitas.

A aconchegou no sofá com um lençol que viu por perto, e avisou que iria na cozinha preparar algo para que ela comesse. Jen logo negou dizendo que não estava com fome e que não queria incomodar a mais nova. Mas todos nós sabemos que sua barriga implorava por comida.

A loira foi em direção á velha cozinha pensando no que iria cozinhar, não havia muita coisa alí, mas o suficiente para fazer o prato preferido de sua namorada, sanduíche de queijo e maionese. Para a mais nova era completamente nojento, mas para Jennie aquela mistura era a primeira maravilha do mundo.

Cansada de esperar, Jennie se levantou e foi em direção á cozinha. Ao ver a namorada na porta da cozinha enrolada e tremendo de frio a observando, a primeira reação de Rosé foi sorrir. Apesar da aparência da mais velha estar comprometida por conta das noites sem dormir e dos produtos químicos que a mesma havia ingerido, a loira continuava a achando a mulher mais bonita que ela já viu.

Pela primeira vez naquela noite, viu o sorriso de Jennie após a mesma ver que sua namorada estava fazendo sua comida favorita.

Jennie abraçou a mais nova por trás, o que se tornou uma cena engraçada por conta da diferença de altura notável.

Se virou abaixando a cabeça e beijou a testa da mais velha, logo após beijando seu nariz, sua bochecha esquerda, sua bochecha direita, seu queixo, e enfim, sua boca, a grande culpada pelos delírios da loira. Poderia beijá-la e sentir o gosto de seus lábios para sempre, mas foi obrigada a interromper o beijo para continuar o que estava fazendo.

Jennie resmungou baixo quando sua namorada cessou o beijo e se virou para frente voltando a fazer seu sanduíche. Da última vez que haviam se visto mal teve a chance de ter um momento íntimo com a loira.

— Você n-não está brava comigo? — Falou pausadamente tentando não gaguejar.

Apesar de estar fazendo tratamento para curar a gagueira há algum tempo, Jennie ainda tinha algumas pequenas dificuldades para falar normalmente, principalmente quando estava nervosa.

— Eu só fiquei preocupada, é impossível ficar brava com você. —

A mais baixa se sentiu aliviada por saber que ela não estava chateada. Odiava decepcionar os outros.

Ao terminar o sanduíche, Rosé pegou na mão de Jennie e a guiou até a mesa da cozinha. Jennie parecia uma criança de 5 anos que acordou no meio da noite chorando porque teve um pesadelo.

Colocou o sanduíche encima da mesa e sentou na cadeira ao lado da de Jennie. A morena não esperou nem um minuto para começar a devorar o sanduíche em sua frente. Enquanto Rosé alisava seu cabelo e a admirava com um leve sorriso no rosto.

Assim que a mais baixa percebeu, corou violentamente e abaixou a cabeça tímida. Namoravam há um ano, mas Jennie ainda não estava acostumada com isso. Nunca esteve, não sabia como agir diante disso.

Sorria timidamente, e Rosé ao perceber, apenas deu uma risada puxou a cadeira em que a garota estava sentada para perto de si, fazendo a ficar o perto o suficiente para Chaeyoung puxar Jennie para encostar a cabeça em seu peito e fazer carinho na mesma.

Ao terminar, Jennie se afastou sem falar nada e colocou o prato em que havia comido na pia.

— Vem, você tem que descansar. — Jennie foi puxada carinhosamente por Rosé até o quarto.

— Eu a-ainda não to-tomei b-banho, tô fedendo, você não querer dormir comigo a-assim. — Riu baixo.

— Vai tomar banho, eu passei na casa da sua mãe antes de vir e trouxe algumas roupas. — Tirou as roupas da bolsa preta Prada que havia trago e entregou para Jennie. — Falando na sua mãe, ela estava morrendo de preocupação com você, quase morreu, então se prepara para o sermão que você vai levar quando for para casa.

A mais velha apenas a olhou preocupada sem falar nada e foi para o banheiro. Sua mãe brava não é coisa que se brinque, aprendeu isso da pior forma.

Jennie apenas tomou um banho rápido por conta da água extremamente fria, saiu do banheiro tremendo e encolhida com suas roupas sujas na mão. As colocou encima da cômoda e se deitou ao lado de Chaeyoung, que já estava acomodada na cama, havia trocado as roupas.

A Kim encostou sua cabeça no peito de Rosé a abraçando de lado. E alí, finalmente se sentiu segura e confortável. Estava sonolenta, mas isso não a impediu de expressar seu amor para a mais nova.

— E-eu te a-amo. — Foram as últimas palavras de Jennie antes de adormecer.

— Eu te amo mais. —

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Boa noite!

Espero que tenham gostado da one shot, eu tive a idéia dela á alguns dias então vim trabalhando nela.

Eu tive algumas dificuldades, nunca havia escrito uma história de só um capítulo, mas eu consegui.

É bem curta, mas eu achei fofo.

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Ligações, drogas, bebidas. - ChannieOnde histórias criam vida. Descubra agora