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Callie's
O jeito que eu durmo com a potência do remédio é tudo, eu me senti acordar sem abrir os olhos e pego apenas a parte final, acho eu, da conversa com a minha sogrinha.
— Uma pena Callie não torcer, ela é tão talentosa. — Escuto e agora estou me achando.
Há três semanas eu torci meu tornozelo enquanto ensaiava as coreografias de torcida, a queda não foi tão grave, mas foi feia e o médico me disse que não poderia fazer esforço algum em cima do meu pé e que tive sorte de ter realmente leve, lembro bem de estar no topo e uma das mãos do menino que me segurava acaba por virar sem querer e lá vai eu, direto ao chão.
Na verdade, vários amorteceram minha queda, mas de qualquer forma foi de mal jeito e eu torci o pé.
Vi minha namorada correr até mim, saindo do campo e direto ao meu lado enquanto a treinadora pediu uma ambulância.
— É, ela tem talento mesmo. — Escuto minha namorada responder e me aconchego mais nela.
Sinto ela passar a mão nas minhas costas, quase na minha bunda. Ouvi um ela murmurar "ela tem talento pra cacete", me seguro pra não rir, mas com isso eu sei que a mente da minha garota viajou... e longe!
Não a julgo não, ela tem mesmo que fantasiar sobre mim, além do mais ela tem motivos pra isso, eu melhorei horrores! Eu virei uma grande gostosa! Ainda mais com o piercing que coloquei e com o próximo que pretendo pôr!
Eu finalmente abro os olhos e olho pra ela, que para de mexer no meu cabelo e me dá um beijinho na bochecha, me ajuda a levantar sem que bata a bota no chão. Até pediria pra ela só me levar, ainda nem acredito que um ser desse tamanho tem uma força descomunal eu nem sei de onde vem, mas tudo bem, levanto e sento, ainda morrendo de sono.
Mas acordei com fome e tenho certeza que a minha namorada sabia disso, ela me conhece melhor do que ninguém.
Eu subo pra ir no banheiro, ela diz que vai na cozinha ver se faz algo pra mim, sorrindo eu dou um beijo e vou subindo. Entro no banheiro e faço xixi, pego a minha escova que tem ali e escovo os dentes... e pego a escova de cabelo que ela comprou especialmente pra deixar na casa dela pra mim, penteio meu cabelo e logo vou descendo.
Enquanto faço isso, vejo Dan chegar e ele sorri ao ver, olha em direção a cozinha onde as outras duas estavam.
— Ah, se não são minhas três garotas favoritas! — Sorrio mais ainda por causa do jeito que ele sempre me inclui. — Callizinha! — Ele me ajuda a descer os últimos degraus.
Juro que o Dan é tudinho pra mim, quando eu contei pra os meus pais que eu gostava de garotas e namorava a Arizona, eles praticamente me expulsaram de casa, eu vim pra cá chorando e ele disse que se eu quisesse teria um lar aqui.
Hoje meus pais aceitam melhor nosso relacionamento, na verdade, é incrível a evolução deles, porque eles amam a Arizona, tudo por causa do Dan. Ele foi "falar umas verdades pra eles" enquanto eu passava aquele tempo aqui. Ele é como um pai pra mim!
— Oi, Coronel. — O cumprimento com seu título de maneira fofa, coisa nossa, porque antes toda namorada que Arizona ou Tim tiveram tinham que chamá-lo de "Coronel".
Menos eu. "A privilegiada", como Tim diz.
Entramos na cozinha e Arizona vem até mim, me abraça e dá um beijo rápido, ela puxa a cadeira pra mim e eu derreto com o jeito dela. Af, eu amo essa garota!