Capítulo 2: A Não Proposta

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Hermione escondeu o rosto nas mãos e suspirou. Uma vez que ela descobrisse como tirar essas asas malditas de suas costas, ela provavelmente teria que arrancar Draco do chão onde ele e sua sensibilidade delicada haviam desabado e levá-lo para ser examinado por uma concussão.

O dia estava piorando a cada minuto.

Uma dor de cabeça de estressante estava começando a se apoderar dela novamente. Ela deu outro suspiro de longanimidade e começou a trabalhar para ficar de pé sem que as asas voltassem a se manifestar. Elas continuaram se debatendo e pairando sobre seus ombros nas formas mais inúteis.

— Você - você transfigurou asas? — A voz rouca de Draco a interrompeu inesperadamente.

Ela ergueu os olhos com surpresa e o encontrou na porta mais uma vez. Seu rosto estava pálido e seus olhos prateados estavam redondos de espanto.

Seu coração deu um pequeno salto ao vê-lo, mas ela o reprimiu e revirou os olhos, em vez de permitir-se sorrir para ele. Ela se recusou a encorajá-lo. Ele não era seu namorado.

— Eu-certamente não. Se eu tivesse tempo para um experimento de Transfiguração, ter asas e voar não estariam em nenhuma parte da minha lista de prioridades.— Ela fungou. — Uma veela me mordeu hoje e de alguma forma... — ela gesticulou para si mesma. No processo, sua asa esquerda se desenrolou e quase acertou Draco na cabeça.

Ele se abaixou instintivamente. — O-o quê?

Hermione suspirou. Ela percebeu pela expressão dele que não o faria ir embora ou fazer qualquer coisa remotamente útil até que sua curiosidade fosse saciada.

Ela cruzou os braços com força e fez uma careta. — Fiz uma visita domiciliar hoje em nome da DRCMC. Um bruxo apareceu no início desta semana e pediu a separação, e ninguém queria contar para sua esposa, que era, ao que parece, uma veela. Quando contei a ela, ela ficou muito zangada e me mordeu, e comecei a ter alucinações. Eu aparatei e quando acordei... — Ela apontou por cima do ombro.

Draco estava olhando para ela, parecendo perplexo. — Veela não morde...

Hermione olhou feio. — O que você sabe sobre Veelas?

Sua mandíbula caiu solta por um instante antes de se fechar. — Nada —, disse ele rapidamente.

— Eu não achei que você soubesse, — ela disse com outra fungada.

Ele ainda estava parecendo bastante esgotado enquanto a olhava fixamente. —Então... essas são suas asas? — Sua voz parecia um pouco mais estável.

Ela revirou os olhos. — Eu acho. Tecnicamente, elas são minhas. —  Ela mordeu o lábio. — St Mungus provavelmente tem um antídoto para qualquer destruição que o veneno está causando em mim.

— Veneno?

O jeito que Draco continuava olhando para ela e repetindo as coisas o fazia parecer confuso. Ele provavelmente tinha se dado uma concussão no corredor.

— Sim. —, disse Hermione, lançando seu melhor olhar mordaz para ele e falando em uma linguagem simples e direta. — Presumo que o Veela deve ter veneno, visto que fui mordida e agora criei asas.

— ...certo. — Ele parecia atordoado e ainda estava boquiaberto como se tivesse brotado uma segunda cabeça nela. Seus olhos correram para cima e para baixo, verificando se ela havia desenvolvido qualquer outro fragmento de anatomia que ele ainda não tivesse notado.

Hermione corou e se levantou com cuidado, tentando evitar que suas asas batessem e quebrassem qualquer outra coisa. Ela lançou um rápido incêndio em sua lareira e abriu o Flu antes de tentar cautelosamente fazer seu caminho em direção a ele. — Bem, e agora que expliquei tudo, por favor, torne-se útil e me ajude a entrar em St Mungos sem permitir que ninguém me veja.

A Thing With[out] Feathers | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora