Tentei te amar, achei que podia

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Passei cinco anos dentro daquele lugar, tudo bem... Rafael estava comigo, sim... Rafael, resolvemos mudar o nome do 'Ralf', já que ele havia "morrido" no dia em que fui presa.

Ele se passou por guarda, e ficou todo esse tempo cuidando de mim, como sempre, ele permaneceu do meu lado até o fim.

Não sei exatamente o que mudou, mas não sou a mesma.

Naquele lugar, passei pelas maiores humilhações, Ralf viu tudo de perto sem poder fazer nada pra me ajudar, ele não podia se envolver.

Quando eu era criança, minha mãe me dizia, que o cabelo diz muito sobre a bruxa. Nasci com o cabelo loiro, diziam que era o cabelo da pureza, com o tempo meu cabelo ficou ruivo, que significava vida e liberdade. Depois de ficar presa por duas semanas, meu cabelo ficou branco... Sim, completamente branco. Aquela cor sem vida, e deprimente. Era assim que eu estava, sem vida e deprimida, sem falar no ódio que eu sentia.
Aquele ódio era por Henry, por Karine também, mas por ele era maior, no lugar de um grande amor, começou a brotar um ódio sem fim, que engraçado.

Ao sair daquele lugar, Rafael pediu "demissão", fomos embora de lá juntos. Depois de tanto tempo, não tive dúvida que o meu amor por ele aumentava cada dia mais.

Ele podia ter me deixado lá, e ir viver a vida dele, mas ele preferiu ficar do meu lado, cuidando de mim.

Início de dezembro, quero aproveitar o Natal em casa... Quem saber fazer uma visita aos meus vizinhos, Henry e Karine, e fiquei sabendo que havia uma nova integrante na família, era o dia perfeito para mim conhecer minha sobrinha.

Ao contrário do que pensei, eu não estava ficando louca, aquelas visões eram avisos, do que eu não deveria fazer... Acredito que se eu tivesse ignorado esses avisos, Ralf estaria morto de verdade. Isso seria péssimo.

Agora consegui entender como funcionam, eles me mostram o futuro, mas sou eu quem decido se tudo vai sair desse jeito. Aprendi a controlar isso, e organizar minha mente, se não eu enlouqueço de verdade.

- Para onde vamos? - Perguntou o Rafa.

- Vamos pra casa, querido. Da onde a gente nunca deveria ter saido.

- Mas.. Lia. Se as pessoas me virem o que você vai dizer?

Pensei naquilo, ele estava certo. Apesar de Ralf ter mudado fisicamente, todos perguntariam sobre aquele rapaz... Seria estranho eu sair da prisão com um novo namorado, assim do nada. Precisava inventar uma história.

- Deixa comigo, na hora eu resolvo o que falo. - disse sorrindo.

Ele pegou a minha mão e fomos andando até a rodoviária, entramos no ônibus, e partimos rumo a minha amada cidade.

Agora sim, todos vão me pagar. Eles vão sofrer com a minha vingança, depois pretendo sumir no mundo com Ralf. Vamos viver por ai, como ciganos, sempre quis fazer isso... E ele também.

Não consegui deixar de pensar, que de 121 mortes, eu não matei nem dez pessoas... Ralf não fez nada, eu saberia. E até agora ainda estou tentando descobrir quem foi o assassino misterioso.

No início pensei que pudesse ser minha irmã, mas não... Agora não sei mais, estou confusa.

Passando pela cidade, todos me olhavam como se eu fosse uma serial killer, aquilo não me incomodou muito, mas o falatório estava irritando. Odeio pessoas fofocando sobre a minha vida...

Meu Subconsciente - A SagaOnde histórias criam vida. Descubra agora