Desvendando o mistério - Parte I

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Nas últimas semanas não tiro da cabeça a ideia de estar sendo enganada. Resolvi fingir uma demência mesmo, e me fazer de sonsa morta. Não demorou pra eles pararem de me dopar com remédios, pois acharam que eu pudesse ter uma overdose.

Comecei a perceber as coisas ao meu redor, sem o efeito dos remédios eu me sentia melhor, e podia ter mais noção da realidade.

Eu estava prestes a tentar fugir, estava passando pela área "séria" da clínica. Era a recepção do escritório, passei de cabeça baixa quando ouvi uma voz familiar na sala do diretor da clínica... Era a voz de um homem. Eu conhecia aquela voz.

Por um momento pensei que fosse a de Ralf, mas depois percebi que era a voz de Henry. O que ele quer aqui?

- Como ela está? - perguntou Henry

- No início foi difícil, mas agora ela está melhor, até tiramos os remédios dela. Quer vê-la?

- Não, hoje não. Mas estou na cidade, e quero muito falar com ela. Espere até o final da semana, ai sim, voltarei e o senhor me leva até ela.

- Como o senhor quiser! - disse o diretor apertando a mão de Henry.

Eu precisava falar com Henry, então desisti da fuga na hora. Resolvi esperar por ele. Agora sim, eu saberei toda verdade.

Sexta-feira, dia 25.

Passei o dia anciosa esperando Henry, mas a tarde caiu, e nada dele aparecer. Aquela demora me afligia.

-Liane, você tem visita! - disse a enfermeira Rosa, entrando no quarto.

- Quem é, Rosa? - disse me fazendo de sonsa.

- Uma pessoa muito especial. Venha comigo, ele está no jardim.- pegou minha mão, e fomos para fora. Me deixou perto do jardim e sumiu.

Quando cheguei no jardim, vi um homem meio alto e ruivo de costas para mim, sem dúvida era Henry, continuei dando passos leves, ele nem percebeu que eu estava por perto.

Sem que eu perceba, meu primeiro impulso foi passar minha mão em seus cabelos ruivos, como eu sempre fazia. Eu estava tão perto dele, minha mão estava quase tocando seus fios, quando ele se virou. Permanecemos parados olhando um pro outro.

Até que ele abaixou a cabeça, deu um sorriso meigo e chegou mais perto de mim.

- Lia... Como você está?

- Melhor agora- disse sorrindo pra ele.

Ele me deu um abraço, e parece que todo o medo que eu havia sentido esses últimos meses, tinha passado. Me sentia segura novamente.
Henry permaneceu comigo o resto da tarde, mas foi embora antes da noite cair, e prometeu voltar. Disse que não me deixaria sozinha mais.

Sábado, dia 02.

Depois de uma semana vindo me ver todos os dias, Henry começou a parecer estranho. Me contou coisas sobre nossas vidas, que no caso seria a realidade.

- Bem, eu trabalho com publicidade na Suécia, me formei ano passado sabe... Fiquei sabendo que você estava aqui a pouco tempo. Por isso eu só apareci agora. As coisas foram difíceis, não é Lia. Mas olha, no final, estamos juntos. Como eu te prometi meu amor.

Mas ele estava estranho, havia um brilho assustador em seus olhos, quando ele me falava isso. Eu confesso... Senti medo.

Meu Subconsciente - A SagaOnde histórias criam vida. Descubra agora