Pequeno doce anjo, você deveria ter fugido

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Tudo que eu queria era sair daquele lugar com Rafa e Luiza, depois de ouvir aquilo dela, fui dormir feliz naquela noite. E tive um sonho um pouco estranho.

Eu estava deitada, numa sala completamente escura. Escutei um barulho e tentei achar algo, mas estava escuro demais, eu não conseguia ver nada. Comecei a andar sem rumo.

Consegui achar uma maçaneta, deve ser uma porta... Abri e vi uma luz muito forte. Continuei andando e quando comecei a enxergar direito novamente notei que estava em um jardim lindo. Cheio de vida, flores e árvores. Vi uma menina brincando por ali, ela estava de costas para mim, apenas vi seus cabelos loiros, quando ela se virou, percebi que ela não tinha rosto. Tudo que eu via era um borão branco.

E então, chegou uma mulher ruiva, passou por mim sem me ver. Pegou a menina pelo braço e a puxou, enquanto gritava:

- Inútil, você não pode ficar aqui! Faça algo lucrativo vai! Não me olhe assim, eu odeio isso. - e deu um tapa tão forte no rosto da garota que a menina caiu no chão.

Eu também não conseguia ver o rosto da mulher. Até que apareceu um homem cheio de sangue.

- Venha Lia, deixa a Luiza ai. Precisamos fazer aquele negócio. A garota só vai atrapalhar.

Entrei em choque, aquela mulher era eu. Eu nunca bateria e nem trataria Luiza daquele jeito. Jamais, eu amo ela. Eu amo... Mas as vezes, confesso, que tenho vontade de matá- la. Do jeito mais doloroso, pra que Henry sinta dor. Muita dor. A dor de perder a única filha. A dor de perder tudo, sentir desespero e ódio. O ódio que eu sinto por ele.

Mas apesar disso, não consigo me imaginar fazendo algum mal a ela. Já imaginei, e agora sonhei, mas não acredito que teria essa coragem. Eu sei que meu coração é algo gelado e sem vida, mas eu não seria tão doentia a esse ponto.

Meu Subconsciente - A SagaOnde histórias criam vida. Descubra agora