C. 02

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Avisos do Capítulo:

I. O capítulo contém cenas de discussão com alguma violência física.

II. A partir deste capítulo, os personagens começam a ser mostrados com suas qualidades e seus defeitos, como eu havia dito que faria. Se você NÃO gosta de ler uma história na qual os personagens não são perfeitos, têm defeitos e cometem erros leves e graves, por favor, não leia. Afinal, não vai fazer bem nem para você nem para mim.


A manhã ergueu-se no céu aos poucos, substituindo a noite tempestuosa por um sol bonito. Estava uma temperatura agradável e não havia quase nenhum rastro da chuva torrencial do dia anterior, exceto por algumas poças de água. Os passarinhos cantavam alegremente lá fora, as abelhas paravam de flor em flor e o vento suave sacudia as folhas de forma graciosa.

Dentro da humilde cabana, Jungkook já tinha se levantado, sabendo que tinha um reino inteiro a sua espera, e tinha descido da cama suavemente, colocando suas quatro patas sobre o chão, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar o ômega que dormia em sono profundo.

Jungkook voltou à forma humana, pouco se importando com a nudez, e sentou-se na beirada da cama. Ele usou as mãos para acariciar o rosto delicado do pequeno ômega e tirar alguns fios do cabelo loiro esbranquiçado, que estavam um tanto ensebados pelo suor da noite passada, caídos sobre seus olhos. Jungkook sorriu, analisando as poucas sardas que pintavam o rosto do ômega, sentindo o peito cheio de um sentimento bom ao vê-lo dormir tão despreocupadamente, soltando suspiros baixos. Até a pequena remela do canto de seus olhos fechados do ômega era motivo de um sorriso bobo pelo alfa.

Aquele era um momento claro de ternura, repleto de saudade.

Mesmo depois de quatro anos tendo marcado o pequeno ômega e, ainda que eles mal se vissem direito, Jungkook podia jurar que Jimin era a criatura mais linda que ele já havia visto. O ômega lupus agora estava no auge dos seus vinte anos e parecia cada dia ficar mais belo. Já o alfa lupus, com seus vinte e quatro anos, parecia ficar cada dia mais apaixonado pelo loirinho. Jungkook não tinha clareza de onde os seus sentimentos começavam e de onde os sentimentos de seu alfa começavam, eles, na verdade, pareciam se misturar, se completar.

Com as íris brilhando em um tom de alaranjado fraco, Jungkook quis guardar aquela imagem para sempre em sua mente, raras eram as vezes que ele conseguia ver Jimin, e mais raras ainda eram as vezes que ele conseguia o ver tão tranquilo e relaxado. Sempre que eles se encontravam era algo intenso, com muita tristeza, dor, culpa, medo e arrependimento. Era como a tempestade ardoz da noite passada. Era como um furacão encontrando um tornado.

Jimin ainda dormia na cama, praticamente na mesma posição de quando escondeu sua cabeça nos pelos do lobo. Lembrar que seu ômega tinha buscado proteção em si fazia Jungkook quase sair saltitando pelo quarto, pelado do jeito que estava, com tudo balançando, feliz da vida.

Podia parecer algo bobo, mas, para quem tinha um ômega marcado, por quem era perdidamente apaixonado, e não podia ficar quase nunca com ele, ainda mais porque o pequeno Park vivia o afastando, Jimin ter procurado sua proteção significava muito.

A felicidade, então, em poucos segundos, se desfez. Jungkook sentiu-se triste novamente por ter que ir embora sem ao menos poder conversar com o ômega. O rei sabia que não deveria se aproximar de Jimin mais do que o necessário, ele sabia que o ômega lupus estava certo em colocar limites e distância na relação dos dois. Eles nunca poderiam ficar juntos. E aqueles pensamentos eram como adagas afiadas entrando no coração do alfa.

Alguém limpou a garganta um tanto quanto alto e Jungkook saiu de seus devaneios, ainda com a mão repousada sobre a bochecha do ômega adormecido, ele virou a cabeça em direção à porta e viu Taehyung parado no corredor com uma cara fechada. O Kim levantou a mão mostrando um par de calças simples, uma camisa branca de algodão e sapatos um tanto surrados.

MEU  ΩMEGA [pjm + jjk] [ABO]Onde histórias criam vida. Descubra agora