Gatinho Manhoso

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Eu era uma puta sortuda! Sim, eu era.

Meu namorado era o melhor dançarino da companhia e requisitado para as performances mais difíceis. Ele era perfeito, e eu amava isso nele.

Ten Lee era a prova viva de que, ao olhar para ele, você automaticamente pensava: alguém assim é impossível de existir. Bom, pelo menos era uma das primeiras coisas que vinham à minha mente.

Além de lindo demais, ele era amoroso, fofo, inteligente, dançarino, engraçado, delicado e bem safado. Ah, ele era perfeito na medida certa para mim, ou pelo menos um tanto demais. Mas eu não me importava, contanto que ele fosse o meu namorado.

Vê-lo dançar em cima de um palco, como um deus, era algo que me deixava animada e excitada. E eu não podia evitar, eu era louca por aquele homem. Toda vez que ele vinha com aquele jeitinho manhoso dele eu me derretia toda, não tinha para onde correr, Ten Lee era um poço de perdição.

Eu estava sentada na segunda fileira do teatro, o observando dançar com um vestidinho bufante que mostrava parte de suas coxas grossas sob a meia calça preta – argh, Ten tinha umas pernas lindas!

A peruca de madeixas claras caía tão bem nele, que eu poderia jurar que o meu namorado era uma mulher. Às vezes eles colocavam Ten para interpretar personagens femininas e, por algum motivo, vê-lo daquele jeito havia se tornado meu fetiche.

Ten tinha os olhos pequeninos e repuxados, o nariz e o rostinho fino, sua boca era tão bem desenhada... ele tinha uns traços delicados lindos, e eu poderia admirá-lo por horas. No entanto, por trás de toda aquela delicadeza, ele era como um gatinho selvagem.

Eu? Eu poderia ser classificada como o mesmo que ele, talvez pior.

Quando a apresentação acabou, todos no teatro aplaudiram de pé, e eu, claro, gritava o nome do meu namorado como se ele fosse um ídolo. Na minha mão direita, eu segurava um buquê de rosas, amava presenteá-lo após uma apresentação, fosse algo simples ou bem gostoso, sabe?

Entrei nos bastidores – todos já me conheciam – e uns estavam tirando suas roupas de cenário e se preparando para ir embora, outros ainda comemoravam e nem sequer mexeram no visual.

Ten apareceu na minha frente me dando um beijo animado e breve. Ele tinha um sorriso enorme nos lábios.

– Isso é pra mim? – perguntou, referindo-se ao buquê.

– É sim – sorri. – Vem cá, minha Cinderela.

O puxei pela cintura e o beijei. Ele era maior que eu, então eu segurava a parte de seu corpo mais próxima de mim.

Eu sabia que ele adorava quando eu fazia isso; quando eu tinha iniciativa e era mais dominante sobre ele. Ten adorava ser o meu gatinho manhoso.

– Não é Cinderela, é Ruby – ele disse, fazendo biquinho enquanto me dava alguns selinhos.

– Certo – apertei mais nossos corpos. – O que a minha Ruby vai querer hoje?

Ele sorria, seus olhinhos quase desapareciam. Adorava quando eu completava as suas brincadeiras.

– Então, além das flores, minha namorada vai me dar algo a mais? – ele respondeu, sugestivo, sua expressão era sapeca.

– Uhum, você foi incrível, bebê.

Deixei outro selar em seus lábios. Era totalmente impressionante o jeito que liamos a mente um do outro, às vezes apenas com leitura corporal nós sabíamos o que queríamos. E, naquele momento, só tinha uma resposta para a tensão no ar, porém, os colegas de Ten queriam sair para comer.

Meu gatinho, Ten Lee.Onde histórias criam vida. Descubra agora