Meu gatinho, Ten Lee.

Gatinho Malvado

— Feliz aniversário, Johnny!

Todos os convidados da festa batiam palmas e sorriam para o homem alto ao lado da mesa do bolo de aniversário. Johnny era o melhor amigo do meu namorado, Ten, e nós não podíamos perder a oportunidade de ir numa festinha para devorar algumas comidas.

Especialmente naquele dia, meu namorado estava totalmente lindo, com aquela calça jeans escura e a blusa preta de botões aberta bem no peito. O cabelo estava partido de lado com um leve topetinho caindo na testa, e tão cheiroso. Puta que pariu, viu!

Eu estava sentada no sofá da sala devorando o meu pedaço de bolo, quando Ten apareceu e sentou no meu colo. Seus olhinhos brilhavam e, pelo seu sorrisinho sapeca, eu já sabia o que ele estava começando a aprontar.

Ah, esse safado.

— Amor, eu tô comendo — falei, mas ele não saiu de cima de mim.

— Abre as pernas.

Ele disse e eu fiz, deixando que meu namorado sentasse entre as minhas pernas no sofá e apoiasse seu corpo no meu, colocando sua cabeça próxima ao meu ombro. Eu estava de saia, mas daquele jeito ninguém veria minhas partes íntimas.

— O que foi? — perguntei.

— Eu quero bolo — ele fez um biquinho, sua voz era manhosa, como quando sempre queria algo.

— Por que não pegou um pedaço pra você?

— Eu queria que você desse na boquinha do seu gatinho — ele se roçou em mim e levou suas mãos até as laterais das minhas coxas, acariciando as regiões.

Eu ri, um pouco envergonhada por ele estar fazendo aquilo na frente das pessoas, mas elas pareciam nem notar, pois estavam entretidas no meio da sala e na cozinha.

— O gatinho pode muito bem ir pegar um pedaço pra ele e comer sozinho — respondi.

— Eu já tô deitado aqui, não quero ir — suas carícias se tornaram apertos.

— Ten, para — o olhei, séria. — A gente tá no meio de um monte de gente.

— E? — ele depositou um beijinho rápido na minha clavícula, e voltou a apoiar sua cabeça lá.

Enfiei o resto do bolo todo na minha boca e Ten protestou. Qual é, era o meu bolo!

— Eu vou no banheiro — dei alguns empurrõezinhos nele e ele cedeu, sem dizer um pio.

Perguntei a Johnny onde ficava o banheiro, e ele me guiou com o dedo. O banheiro era uma porta ao lado do quarto dele em um pequeno corredor, o qual estava um pouco escuro.

Achei a porta que seria do meu destino e tateei a parede à esquerda, achando um interruptor. Acendi a luz e abri a porta, me deparando com um banheiro simples, porém a pia estava em cima de um apoiador de madeira bem grande — era bonito e sofisticado —, como o espelho, mas de resto tudo normal: azulejos brancos, um vaso sanitário, um box com produtos de higiene perto do chuveiro.

Quando eu fui fechar a porta, alguém a empurrou; Ten entrou com tudo no banheiro e a trancou. Eu permaneci parada, me perguntando o porquê daquilo. Contudo, no fundo eu já sabia o que ele queria. E Ten Lee sabia que o que ele quisesse, eu daria a ele.

Os seus olhos felinos pareciam que iam me comer viva.

— O que foi? — perguntei, ainda um pouco confusa.

Em questão de segundos, o rostinho do meu namorado ficou singelo como o de um bebê, e não como um homem faminto.

— Você fez uma coisa muito maldosa, sabia? — ele disse, fazendo uma carinha triste e um biquinho.