Ghost Island

A Proposta

A maioria das pessoas começam uma história com uma coisa bem criativa e explicativa, mas eu vou pular a parte criativa e vou direto para o que importa.
Eu sou o Kaiya, adolescente de Scramys, uma terra de guerreiros, que levam uma vida consideravelmente boa.
Eu estava largado em minha cama, balançando meu amuleto de pedra de fogo, que pertencia a minha falecida mãe, Kalena. A luz que emanava daquela pedra em contato com o Sol é inexplicável.
Desde que ela morreu a dois anos, eu não tenho muita coisa interessante para fazer, só saio com alguns amigos, com umas garotas, encho a cara... mas nada que eu diga "caralho, isso vai mudar minha vida".
Sem nada para fazer, eu levantei da cama em um pulo, partindo para o bar da cidade.
Chegando lá, notei o movimento, as garotas já estavam me avistando, não que seja uma reclamação.
- Uma cerveja da Gula. - disse colocando uma prata em cima do balcão.
- Isso não paga, jovem. - eu estava na merda mesmo.
- Duas cervejas da Gula - apareceu uma mulher deslumbrante ao meu lado esquerdo, ou eu só havia a notado naquele momento. Olhos azuis claros, cabelo loiro ondulado com um coque, prendendo uma parte de seu cabelo. Seu traje era algo como, uma roupa especial para luta, deixando aparente as laterais da cintura, e um casaco cobrindo os ombros.
O homem do bar entregou os copos com a famosa bebida da Gula, assim que ele colocou na mesa ela já passou para mim um deles.
Em um instante, ela se virou para o lado, a sua esquerda. Quando retornou ao lugar estava com uma carta entre os dedos, aparentemente o homem que estava do seu lado entregou à ela.
- Era isso que você queria, não é, Kaiya?! - apoiando o rosto sobre a mão, ela fixou completamente o olhar em mim.
- Era sim. - afirmei, sem entender o que estava acontecendo.
Como ela sabia meu nome, e o mais importante, porque ela estava dando atenção para mim?!
- Considerando pela sua idade, provavelmente está prestes a se alistar na Guarda Real, ou na Guarda de Scramys, porém, eu tenho uma proposta, que provavelmente é bem melhor do que qualquer outra. - fiquei extremamente surpreso ao ouvir ela, eu quero me tornar um soldado de Scramys, pelo menos até ouvi-la.
- Você se interessa por conhecimentos de batalha, não é?! - sabe aquelas cenas de anime, quando o personagem descobre algo chocante e a tela fica preta e branca, como um choque? eu estava assim.
Acenei com a cabeça, como um sim.
- Junte-se a mim, não irá se arrepender. Não precisa me responder agora, pense um pouco e me encontre em dois dias com uma resposta, no pôr do sol. - parecia cena de filme, sinceramente, depois disso ela se despediu de mim.
Quando estava prestes a sair da taberna, retirou a carta que recebeu mais cedo de dentro de sua roupa, com um único toque, o papel virou cinza.
Aparentemente surgiram raios de seus dedos, que pulverizaram o papel.
Voltando para casa, com o por do sol no caminho, estava pensativo.
Ao chegar em casa, fui abrir uma caixa, que foi deixada para mim, contendo cartas de meu pai dentro. Ele era um antigo Comandante do Exército de Scramys.
Ele deixou eu e minha mãe quando eu estava na barriga dela, pelo menos foi isso que me contaram, eu realmente não lembro dele.
"Me perdoe, Kaiya. Foi o melhor para sua mãe."
"Se torne um grande guerreiro, e sirva ao Exército, nem se meta com aqueles ratos da Guarda Real."
"Lhe esperarei no topo."
"De seu pai, Foster."
Era tudo o que tinha nas cartas, eu nunca abria aquilo, mas senti necessário no momento.
Outra coisa que me chamava atenção é a carta do "... foi o melhor para sua mãe", as coisas não faziam sentido para mim.
Estava pensativo com as cartas. Eu tinha ainda dois dias