Segredos a desvendar

-09-

Na manhã seguinte, acordei em cima da mesa. Tinha adormecido a estudar, pensei. Fui rapidamente arrumar-me e desci para o pequeno-almoço.

 Mal avistei Hermione comecei a dirigir-me onde ela se encontrava mas apesar de todos os meus esforços por atenção a mesma pareceu não me ver ou simplesmente ignorou-me, olhei para o seu lado e lá estavam Harry e Ron mas, algo estava mal, todos estavam com a atenção virada para o lugar onde normalmente vêm as corujas. Algo se estava a passar e eu era a única que não sabia.

 - Bo- - estava para me sentar quando sou interrompida pelas corujas todas a entrar no grande salão. E lá estava ela, a mesma acertou na jarra de leite mas para minha surpresa, Hermione não fez nenhum comentário e logo que conseguiu arrancou o jornal da coruja e leu. Por um momento senti a mesma a suster a respiração e de repente, puf, pousa o jornal, exibindo uma grande fotografia de Dolores Umbridge, muito sorridente e a pestanejar levemente por baixo do título.

MINISTÉRIO DESEJA REFORMA EDUCATIVA

DOLORES UMBRIDGE NOMEADA

PRIMEIRO GRANDE INQUISITOR DE SEMPRE

- A Umbridge, «Grande Inquisidora»?! - exclamou logo de seguida Harry em tom lúgubre, deixando a torrada que comia  escorregar-lhe um pouco das mãos - Que significa isto? - eu, apesar da surpresa desta nova notícia, sentei-me ao lado de Hermione e comecei a comer, eles apesar dessa atitude não reparam em mim, parecia que eu não existia.

De seguida, Hermione começou a ler o jornal.

"[...] Dumbledore não conseguiu encontrar ninguém, portanto o Ministro ofereceu o lugar a Umbridge e ela foi, evidentemente, um êxito imediato..."

- Ela foi o QUÊ? - repetiu Harry em voz alta, alta o suficiente para vários alunos que se encontravam perto olharem com ar curioso.

Hermione continuou e eles a ouviam com a maior atenção. Quando acabou e eles terminaram de discutir sobre  assunto finalmente olharam para mim, olharam me como se não esperassem ou mesmo não quisessem que estivesse ali, aquilo atingiu-me e atingiu-me com tanta força que parei imediatamente de comer.

- A-a Lottie - fala Hermione com um sorriso que deu a entender que seria bem falso - não te reparamos aí - expressa de seguida uma risada nervosa.

Levantei-me sem perceber bem porquê, tinha vontade de chorar mas NÃO, não à frente deles. Levantei a cabeça e olhei-os com o melhor sorriso que consegui e disse:

- Tudo bem, ta-também já estava de saída - quando viro costas e começo a caminhar para fora, parecia que tinham tentado falar algo mas da boca deles não se ouviu nada.

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A primeira aula seria a de História da magia que, para minha sorte, era compartilhada com os Gryffindores. Passou rápido, apesar de estar sempre a olhar para os três que mesmo depois de tudo pareciam não se importar comigo. Ainda tinha o choro mas decidi deixar para depois das aulas, se aparece-se com a cara toda vermelha eles iriam perceber o que se tinha passado mesmo que não se importassem comigo.

Quando chegou a hora do almoço tudo o que eu queria era chorar, portanto, já que não aguentava mais, fui para a biblioteca, coloquei-me lá no canto e comecei.

Tudo estava borrado, não conseguia ver nada já que o choro parecia não parar.

Tu sabias...

No fundo sabias...

Eles nunca se importaram...

Só devem ter fingido para não parecerem mal...

Eu realmente acreditei...

Mas tinha sido tudo tão rápido...

Devia ter adivinhado...

Pois, quem quereria ser amiga de mim...

Sou feia...

Solitária...

Estranha...

Órf-

De repente uma dor horrível na cabeça começa, sinto as pernas a tremerem a caíu de novo no chão.

- Estou quase aí - uma voz suou, a mesma da última vez, a voz para mas a dor continua.

E continua... até que não aguento e deito-me no chão, estou toda molhada devido ás lágrimas que agora caiem por outro motivo e sem sequer perceber estou a gritar, um grito desesperado.

- AHHHHHHH - grito, não, BERRO - ALGUÉM POR FAVOR!!! AHHHHH

- Calma, estou aqui, estou aqui - diz alguém ao pegar-me ao colo que por causa das minhas condições não sei quem é.

E.. olha haha, estou a perder os sentidos. 

- Vai ficar tudo bem - diz a outra pessoa - eu vou... - e não ouço mais nada para além de um grande silêncio.