Passado (parte 3)

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 ( após os acontecimentos do capítulo anterior )

- Vamos entrar... Você parece cansada Candy... - Bruno se levanta com Nero ainda escondendo seu rosto em seu peito

- Eu... Não sinto sono... Não quero ir dormir - Diz Nero com uma voz chorosa enquanto segura Bruno

- Quem falou em dormir? - Bruno da uma risada e observa Nero corar

Terry olha para o mesmo com desgosto :

- Tem um grupo de pessoas literalmente na sua frente e você diz algo do tipo... Ta maluco! - Exclama Terry ao seu amigo indecente.

- Perdão... - Ele coça a nuca - Bom, o papo foi bom... mas eu vou me deitar um pouco...

Bruno e Nero se retiram do local deixando Gabi embasbacada com o passado dos mesmos. 

Os jovens desviam seu olhar do casal que entrara para casa. Terry em meio ao silêncio decide falar:

- Bom... pode ser minha vez agora? - Ele coça a nuca

- Claro amor! - Gabi parece tão curiosa como nunca esteve antes

- Sem problemas meu chapa! - Danilo se levanta e pega um pacote de marshmallows

( Anos atrás )

Um saco preto é abandonado no meio de uma calçada, as pessoas passam por ele como se fosse mais um saco de lixo, porém, ali dentro... havia um recém-nascido. A criança começa a se mexer tentando adquirir mais espaço para respirar. Um morador de rua próximo dali se aproxima e rasga o saco, revelando a criança:

- Ora... o que este pequeno faz por aqui - o mesmo a pega no colo e a enrola em um de seus panos velhos para que a mesma não congele com o frio - Malditos sejam os que te abandonaram... 

O morador de rua começa a caminhar, e depois de tanto andar ele chega em frente a um orfanato, batendo na porta:

- Se cuida pequeno... - ele o dá um beijo na testa, fazendo o bebê rir, sentindo cócegas devido a sua espessa barba.

(2 anos depois)

O pequeno foi nomeado de Terry pelos funcionários do orfanato (dos quais o garoto era muito amigo).

Certo dia ele estava em seu canto brincando com peças de montar e segurando aquele pano que o homem que o resgatou do saco plástico havia o deixado (Terry compartilhava sentimentos por aquele pedaço de pano velho) e de repente, enquanto desviava o olhar de seus brinquedos vê passar pela porta um garoto, que não falava muito e não parecia muito sociável.

Caminhando pela noite em sua ida ao banheiro, Terry avista o garoto dormindo em um canto, com uma garota de cabelos brancos apoiada em seu ombro (esta também dormia) 

(2 anos depois)

De repente alguém aborda Terry:

- Vieram! seu novos pais... você vai ser adotado! - Um dos funcionários o avisa

- YAY!! - Ele dá pulos de felicidade

- Faça as malas e se despesa dos seus amigos! - O funcionário se retira.

Terry corre em direção a o local onde estavam Danilo, Kirya, Bruno e Nero, abraçando todos eles:

- Eu fui adotado! - Ele da novamente pulinhos de alegria

- É sério! que legal Tey! Quem dera fosse eu no seu lugar... - Danilo se sente triste pois sabe que perderá um amigo caso Terry vá embora.

- Tey! Não si esqueça da genti - Diz Bruno que ainda estava aprimorando sua dicção

Eles choram um pouco. Kirya que gostava de Terry o abraça forte e diz:

- Volta pra ver a gente, tá? - Ela parece triste, mas segura o choro

Nero parece não se importar, mas, no fundo ela se sente triste pela falta de um amigo.

Terry sai andando pelos corredores após fazer suas malas, encontrando seus pais adotivos:

- Own... você é bem mais bonito pessoalmente garotinho! - A mulher se abaixa pegando ele no colo.
Terry dá risadas de alegria, porém, ao ver o olhar repugnante do homem que o observada, o garoto sente medo.

- Qual seu nome? - Pergunta a mulher

- Te... Terr.. - O garoto é interrompido pelo homem

- isso não importa... seu nome agora é Marcos...

Eles se encaram por um tempo:

- Vamos para casa temos que te apresentar tudo por lá... - Diz a mulher tentando quebrar a tensão.

(1 ano depois)

Terry havia desenvolvido um grande afeto pela sua nova mãe, enquanto, o clima pesava cada vez mais sobre seu pai. Quim era o nome de sua mãe, que ainda o chamava de Terry enquanto seu marido não estava por perto. Até que em uma noite fria, Terry segurava seu velho pano (ele gostava de abraçá-lo durante o frio para lembrar-se de seu salvador), porém, enquanto menos esperava seu pai surge em seu quarto:

- Marcos, o que faz com este trapo? Vamos, me dê ele! Isso é apenas lixo! - O Pai se aproxima do garoto que recuava.

- Por favor! Solta! - Terry fica segurando o pano que está prestes a rasgar, mas, Terry que era esperto larga o pano, fazendo seu pai cair no chão e soltá-lo - Desculpa...

- Ora seu filhinho da p*ta - Ele pega Terry pelo braço e começa a surra-lo impiedosamente

Ao ouvir os gritos e choros do garoto Quim corre pela casa até que chega no quarto de seu filho:

- Terry! - Ela empurra o homem para o lado segurando seu filho - SEU LOUCO! O QUE TEM NA CABEÇA?!?! É UMA CRIANÇA! 

- CALADA! ESSA É A MINHA CASA! PORTANTO EU FAÇO O QUE BEM ENTENDER! - Ele a dá um tapa com as costas da mão e avança no menino novamente.

Em um movimento rápido e bem pensado ela o segura e os dois começam a discutir. Terry correndo pega seu pano e se esconde no armário de outro quarto, escutando gritos e batidas. Após alguns segundos pela fresta ele vê seu pai passando pelo quarto procurando algo. Ele sa de lá com algo em suas mão e de repente... três disparos são ouvidos por Terry que começa a chorar. Um silêncio toma a casa e Terry fica lá chorando.

Ao andar mais um pouco o homem encontra Terry que começa a correr, passando pelo corpo de sua agora falecida mãe. Ele para e começa a gritar enquanto chora:

- Maldito! Olha o que você causou! - ele anda em direção a Terry mas escorrega e acaba batendo a cabeça em um móvel que estava ao seu lado. 

Terry corre para fora e começa a gritar.

(dias atuais)

- E é por isso que eu hesitei tanto na hora de atirar... o som... fica ecoando em minha cabeça... - Terry da um sorriso após terminar, tirando de seu bolso um pequeno pano encardido - E o paninho segue comigo até hoje...

- Own... Que fofo! Não sabia que tinha passado por tanto... - Gabi abraça Terry

- Quanto a você Dan! Fale mais sobre você...

- Ah... eu não tenho uma história bem elaborada... na verdade eu fui abandonado devido as condições precárias em que eu vivia... tirando isso nenhum trauma ou tragédia... só o comum mesmo... - Danilo se levanta - Me bateu um sono... vou mimir...

- Espera... quem sabe se eu for com você? - Julia se levanta e finalmente abre a boca após ficar uma hora e meia calada.

- Claro!

Eles saem de lá indo até a casa de Danilo.

Terry olha para Gabi:

- Que tal se fossemos na mesma - ele passa a mão pelo corpo dela

- Deixa pra outro dia... já fizemos isso hoje!

- Ah... Ta bom então!

( continua )

Apocalipt : The world's endOnde histórias criam vida. Descubra agora