Capítulo 11. Krystian Wang

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Josh se inclinou para a frente e bateu a cabeça na divisão que o separava do motorista do táxi.

— Vire à esquerda! Esquerda! Eu disse para pegar a Dolby, seu idiota!

O taxista reagiu girando o volante com tanta força para a esquerda que Sav foi jogada contra Josh. Ela soltou um suspiro de raiva.

— Por que estamos indo pela Dolby?

— Estou morrendo de fome — disse Josh. — E não tem nada em casa além de resto de comida chinesa. — Ele tirou o telefone do bolso e começou a discar. — Bailey! Acorda! — ele gritou. Sav podia ouvir um zumbido irritado do outro lado da linha. — Vá nos encontrar no Aż Tak Bardzo. Café da manhã. É. Você ouviu. Café da manhã. O quê? São só alguns quarteirões. Vamos.

Ele desligou e colocou o telefone em um dos muitos bolsos enquanto encostavam. Entregando ao motorista um punhado de notas, Josh empurrou Sav para fora do carro. Quando pisou na rua, ele se esticou como um gato e abriu os braços.

— Bem-vinda ao melhor restaurante de Los Angeles!

Não parecia grande coisa — um prédio baixo de tijolos, arqueado no meio como um suflê murcho. Um sinal de néon com o nome do restaurante pendurava-se de lado e estava falhando. Dois homens de casacos longos e chapéus encontravam-se na entrada estreita. Não havia janelas.

— Parece um presídio — disse Sav.

Ele apontou para ela.

— Em um presídio, você pode pedir um espaguete a la norma que a faça lamber os beiços? Acho que não.

— Não quero espaguete. Quero saber o que é Krystian Wang.

— Não é o quê. É quem — disse Josh. — É um nome.

— Você sabe quem ele é?

— É um feiticeiro — respondeu Josh com a voz mais sensata possível. — Só um feiticeiro poderia ter posto um bloqueio desse na sua mente. Ou um dos Manos da Calmaria, mas claramente não foram eles.

— Ele é um feiticeiro do qual você já tenha ouvido falar? — perguntou Sav, que já estava se cansando da voz sensata de Josh.

— O nome soa familiar...

— Ei! — Era Bailey, com cara de que havia levantado da cama e vestido a calça jeans por cima do pijama. O cabelo, despenteado, completamente rebelde. Ele caminhou em direção a eles, com os olhos fixos em Josh, ignorando Sav, como sempre. — Saby está a caminho — ele disse. — Está trazendo o mundano.

— Noah? De onde ele veio? — perguntou Josh.

— Ele apareceu hoje pela manhã. Não conseguiu ficar longe da Saby, eu acho. Patético. — Bailey parecia entediado. Sav queria chutá-lo. — E então, vamos entrar ou não? Estou morrendo de fome.

— Eu também — disse Josh. — Alguns rabos de rato fritos cairiam bem.

— Alguns o quê? — perguntou Sav, certa de que tinha ouvido errado.

Josh sorriu para ela.

— Relaxa — ele disse. — É só um jantar.

Eles foram parados na porta da frente por um dos homens. Enquanto ele se recompunha, Sav conseguiu enxergar o rosto dele sob o chapéu. A pele tinha uma tonalidade vermelho-escura, e as mãos quadradas acabavam em unhas em tom preto-azulado. Sav se sentiu enrijecer, mas Josh e Bailey pareciam despreocupados. Disseram alguma coisa para o homem, que acenou e deu um passo para trás, permitindo que passassem.

Os Dispositivos Fatais: Urbe dos Cavernames - NOW UNITED - (1)Onde histórias criam vida. Descubra agora