Uma esperança para o mundo? (Mortos-vivos)

Eles sabem

   O grupo partiu após a morte de Beth, a procura do lugar que ela e Noah pretendiam fugir. Era seguro , era isso que sabiam, muros e cerca de 20 pessoas. Para Virgínia. Viajem demorada, longa e cansativa. Mas precisavam de um lugar. Precisam manter a esperança de que se não fosse lá, seria em outro. Mas e se a esperança acabar? 

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- No que está pensando?- Carol me perguntou ao ver que estava ansiosa. 

- Em como é melhor saber se minha família está ou não, viva!.- Fechei o meu colar com a foto deles.- Rick falou oito Km?- Ela assentiu.- Okay. 

- Carol na escuta?- Rick chamou pelo Walkie Talkie. 

- Estamos aqui.- Ela respondeu. 

- Nós chegamos.- Ele informou.- Acabou, já era!

[...]

  Tyreese, o perdemos agora também, não era próxima dele mas ainda sim era família. Michonne tem a esperança que Washington tenha algo. Mas a minha esperança acabou, o que é o contraditório pelo meu nome. Mas a única coisa que eu espero agora é a morte, não um lugar seguro.

 Estamos sem água ou comida. Não adianta quanto procuremos, não há nada e ainda faltam noventa e seis quilômetros para Washington. Acabou a gasolina e agora estamos a pé. Três semanas de Atlanta. Estamos fracos. Zumbis nos seguindo, mas sem forçar para eliminar eles.

- Você não fala nada há semana inteira.- Rick se aproximou entregando o bebê para Carl.- Sei que aconteceu muitas coisas, Hope. E que está abalada, mas por favor, supere ou tente superar! 

 Eu não o respondi. Preciso de silencio para minha cabeça ficar em paz, manter minha sanidade e não perder como Sasha. Nós nos livramos dos zumbis que nos seguíamos e ela quase botou tudo a perder. Eu não a culpo. Cachorro, comemos eles porque não tínhamos mais opção. Glenn tentava levantar o astral do grupo.  Eu acho uma missão perdida.

- Pare de sentir pena de si mesmo!- Falei a Noah que não parava de falar sobre ele não conseguir sobreviver.- Se parar talvez consiga. 

- Essa é a primeira frase que fala.- Ele me respondeu forçando um sorriso.

- Não enche!- Me afastei dele ficando para trás do grupo, sozinha.

 No caminho da estrada encontramos um saco com garrafas de água, com uma plaquinha dizendo que era um amigo. Esperamos pela chegada de Daryl para ver o que faríamos. Mas não iriamos beber.  Eugene tentou beber levanto um tapa na mão por Abraham. Achei a cena engraçada , mas preferi não rir. 

- Não podemos!- Rick mencionou novamente. 

 - Chuva.- Falei as primeira gotas caírem. Abri minha garrafinha a enchendo toda. - É uma tempestade, na verdade. 

- Tem um celeiro aqui perto.- Daryl gritou. 

[...]

 Acendemos uma fogueira dentro do celeiro nos aquecendo. Carl dormia ao lado e eu apenas fingia o mesmo, fazia isso muito bem.;

- Eu costumava ter pena de crianças que crescem agora.- Rick , Michonne, Carol , Daryl e Glenn conversavam.- Mas acho que entendi errado. Crescer é se acostumar com o mundo. É mais fácil para eles!

- Isso não é o mundo!- Michonne contestou.

- Talvez seja.- Glenn concordou com Rick.- Pode ser!

- Isto é desistir!- Michonne continuou.

- É a realidade.- Glenn insistiu.- Estou preocupado com a Hope! Ela mudou. 

- Eu sei.- Rick tinha pesar em sua voz.- Mas até que as coisas mudem, é assim que vamos viver! Ela não fala, nem comigo.- Suspirou.- Ela e Carl terminaram. 

- Ela está se punindo!- Carol afirmou.- Ela acha que protege Carl , se afastando dele. - Eu senti o seu olhar sobre mim.

- O protege de quem?- Glenn perguntou. 

- Dela mesma!- Carol deu um riso nasal.- Vocês viram o que a Hope fez, eu não vi, mas sei que viram. Ela matou. O que acontece com uma menina como à Hope, quando mata? E ela não tem limites. - Eu sei que Carol era observadora, mas não tanto.- A Hope queimaria o mundo pelas pessoas que ela ama, pela família, que somos nós. Se ela enxerga você como uma ameaça, é seu fim!- Senti mais olhares sobre mim.

- Ela perdeu muito.- Rick colocou a mão sobre meus braços.- A gota da água foi o Hershel, mais ela ainda é a nossa doce Hope, só não tem tempo para ser ela!- Suspirou pesado retirando a mão de mim.- Quando eu era criança perguntei ao meu avô se ele matou alemães na guerra. Ele não respondeu. Dizia que era coisa de adulto , então eu perguntei se eles tentaram matá-lo. Ai ele ficou muito quieto. Ele disse que estava morto na hora que entrou em território inimigo. Todo dia, ele acordava e falava a si mesmo;'' Descanse em paz! Agora levante e vá à guerra.''- Me mexi um pouco acomodando minha cabeça melhor no chão.- Assim, depois de anos fingindo que estava morto, ele saiu da guerra vivo! E eu acho que é essa a questão. Fazemos o que for preciso e vivemos depois! Não sei o que tem em Washington e não importa, porque eu sei que ficaremos bem! Porque é assim que sobrevivemos. Vamos dizer que nós somos os mortos que andam!

- Não somos eles.- Foi a ultima voz que ouvi antes de apagar , a voz de Daryl.- Não somos eles. 

 Ao amanhecer, Maggie me chamou para sair com ela e Sasha. Atravessamos a entrada com todos os zumbis incapacitados de nos pegar, a tempestade poderia ter acabado com nós, mas terminou só com eles. 

- Porque estamos aqui?- Eu perguntei ao chegarmos ao campo aberto e o sol nascia. 

- Por isto.- Maggie indicou o nascer. Era lindo e transmitia uma calma. 

- Eu estou vendo.- Sasha concordou.- Noah, aquele garoto, ele falou que não sabe se vai sobreviver.- Ela engolia o choro.- É assim que eu me sinto!

- Você vai conseguir!- Maggie também estava emocionada. Ela segurou minha mão.- Nós três vamos. Essa é a parte mais difícil. - Ela pegou a caixinha de música que Carl havia dado a ela em uma das casas que ele buscou por água.- Daryl concertou.- Ela tentou ligar , mas sem sucesso, disparamos a rir.- Só pode estar de brincadeira! 

- Ei! Oi!- Um homem saiu de trás da arvore. Nós três levantamos instantaneamente aponto as pistolas para ele.- Eu não quis interromper. Bom dia! Meu nome é Aaron.- Ele levantou as duas mãos desarmadas.- Eu sei é estranho, mas eu sou um amigo! Queria falar com o chefe. Rick, não é?

- Como sabe?- Perguntei.- O que quer?

- Tenho boas notícias.- Ele falou contente.