Uma esperança para o mundo? (Mortos-vivos)

Estamos Juntos Agora

 Eu e Carl fizemos tudo para disfarçar o que tinha acontecido, Rick já nos coloca em quartos separados. Depois de hoje, se ele perceber, será casas.  Ele continuou no banheiro e eu fui para a sala ver se alguém estava vindo e nada, a reunião ainda devia durar. Eu ia preparar algo para mim e Carl comermos, quando alguém bateu na porta. 

- Daryl!- Abracei ele forte.- Oi Aaron!- Abracei ele em seguida.- Finalmente chegaram, estão todos na casa da Deanna.

- Hope, tem alguém querendo ver você.- Aaron me cortou e vi Morgan. 

- Morgan! Rick falou que você ficaria bem.- Abracei ele.- Vai ficar? Você tem que ficar. 

- Quero ver o Rick.- Ele me soltou do abraço.- Mas não sou só eu, que queria ver você.- Ele olhou para a escada da varanda, quem subia. 

- Hope.- Meus olhos deviam estar me enganando. Não podia ser. Lucca.- Olá , pirralha!- Eu estou chorando e em choque, completo choque.- Não vai me abraçar depois de tantos anos?- Ele também chorava. 

- Eu não acredito!- Corri até ele.- Eu senti tanto a sua falta! Tanto. - Senti as lágrimas dele caindo em meu ombro.- James? Mamãe? Papai?- Perguntei sem o solta-lo. 

- Temos muito o que conversar.- Foi tudo o que ele disse. 

[...]

 Depois de um tempo junto com meu irmão, decidi encarar, encarar a verdade que eu tenho fugido á tanto tempo. 

- Vai me contar sobre a nossa família? - Perguntei atraindo seu olhar. 

- Vou, vou sim.- Ele balançou a cabeça.- A conversa vai ser longa. - Nos sentamos no chão da praça mesmo.-  Quer saber do James? Acho que está morto.- Meu peito doía.- Da mamãe e do papai, mas a verdade é que eu não sei, não sei se estão vivos ou mortos. 

- Eu vi levarem vocês.- Cocei a garganta.- E não fiz nada. 

- Mandamos você não fazer nada.- Ele me olhou apreensivo.- Ainda bem que você obedeceu!- Ele deu um longo suspiro.- Eles nos separaram dos nosso pais.- ''Como assim?'', o olhei.- Fomos para um acampamento com pessoas da nossa idade e imagina que fizeram o mesmo com eles. Só tinham os universitários, pessoas recém-formadas, os que deviam criar o futuro. Era seguro por um tempo. 

- Por um tempo?- Questionei. 

- O papai tinham razão, como sempre. Pessoas demais que não sabiam como agir em um lugar, bom... você sabia que ele dizia que era questão de tempo um lugar assim da errado. Mas durou por meses...- Ele mexeu no cabelo.- Como aqui também , são fracos, por isso sempre saio com  Aaron. 

- O que aconteceu com James? Porque acha que ele está morto?- Perguntei e recebi um olhar cheio de dor. 

- Eu não sei como entraram lá, esses malditos mortos.- Ele brincava arrancando o mato do chão.-  Eu me formei lá. James também. Aprendemos as nossas matérias , mas não ensinaram os outros a sobreviver.  - Suspirou.- Uma noite, eu dormia quando James me balançava com desespero, tenho pesadelos com o olhar de medo dele até hoje. Tudo estava muito confuso, nós saímos do nosso quarto e era um horror. Procuramos uma forma de sair e achamos, James me deixou com uma maleta que ele havia pegado do laboratório com dados sobre o vírus. - Ele olhava para qualquer direção , menos para mim. - Quando estávamos prestes a sair , James disse que faltava algo que ele devia pegar, uma foto da nossa família.- Ele deu um riso nasal.- Mandou eu ir na frente e ele me alcançaria.

- Você foi?- Ele assentiu.- Então não o viu depois disso? 

- O lugar explodiu Hope, eu esperei por ele de uma distância consideravelmente boa, ele não chegou e eu vi a explosão. - Acho que já chorei tanto, que não tenho mais água no corpo.- Depois disso, voltei para casa e procurei por você, lembrei que devia estar trocando de casa...

- Procurou por mim?- Ele assentiu.- Eu achei Rick , um ano depois que vocês foram levados e desde então, é com ele que eu contei. 

- Fico feliz que tenha achado ele.- Ele passou a mão no meu cabelo.- Sabe Hope, eu matei pessoas, muitas. Pessoas más. Não me orgulhe de nada disso, não cumpri meu juramento de não matar! Cada vida é preciosa, ainda mais com o mundo assim.  E mesmo assim eu matei!

- Eu também matei.- Engoli seco.- E isso as vezes tira o meu sono, mas  estando aqui agora, acho que eu aceitei o que eu fiz e quem estou me tornando. Se eu não fosse essa pessoa, não veria você de novo. Fizemos o que fizemos e agora sobrevivemos!- Segurei sua mão.

- Eu soube que você estava viva quando  vasculhei uma das casas e achei uma blusa sua e esperança não era mais só o seu nome.- Ele forçou um sorriso, que virou triste.- Tentei de tudo para acha-la. Eu não desisti de você! Eu ouvi o rádio, digo a gravação da prisão. 

- Você me ouviu?- Ele assentiu.- Mais eu não gravei, eu não fiz isso, só falei e achei que não tinha como deixar gravado...

- Você deixou , sem saber, mas deixou.- Ele não sorriu.- Só que eu cheguei tarde demais, acho que quando ouvi ela no carro, já tinham passado anos do que aconteceu. Eu cheguei lá e vi tudo destruído, cheio de zumbis. 

- Tinham nos atacado , mas eu sai de lá com a Maggie. - Respondi.

- Não pareceu que tinha saído, eu encontrei livro que eu achei que você estaria lendo, roupas e um caderno que reconheci sua letra. - Ele deixou algumas lágrimas caírem.- Sangue. Eu sai de lá pensando que você morreu. E depois disso , sem nenhum caminho, dirigia sem animo ou esperança.- Eu o abracei de lado.- Até que precisei me reabastecer e encontrei com Aaron e Erik, á alguns anos e desde então , sou médico aqui! 

- Nós sobrevivemos!- O apertei mais.- Estou viva e agora estamos juntos.