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Voltei e terminei essa aqui! Foi só por for fun, mas espero que gostem!Eu sou péssimo com comédia, perdão :(Boa leitura ♥


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— A gente não precisa chegar nesse ponto, né? — Comecei a falar com a barata que estava em meu joelho, parada e com certeza me encarando. — A gente pode chegar num acordo não pode?

Eu já não aguentava mais aquela situação e para ajudar, eu não poderia nem me tirar dali. Por quê? Porque Mitsuya me deixou amarrada e largada naquela cadeira, naquele cômodo sozinha com a porra de uma barata!

Grunhi irritada, tentando soltar seus braços das fitas, assim como meus pés e minha perna, mas era tudo falho, todas as tentativas. E para ajudar eu não podia me mexer muito e tudo por causa daquele bicho feio, horrível e nojento.

Assoprei algumas vezes, na tentativa de fazer ela voar para o outro lado, eu só queria que ela saísse dali. Só isso.

Olhei de canto para a porta, ela ainda estava fechada. — SEU COVARDE! — Gritei para Mitsuya ouvir com prazer e saber que estava falando dele.

— Ele se chama de gangster e é um medroso para barata? Eu que sou a vítima aqui!

Murmurei vendo a barata começar a andar pela minha perna e isso me fez apenas suar frio. — Meu Jesus Cristo, me abençoa só essa vez senhor, por favor, eu nunca te pedi nada!

Comecei a mexer a cadeira e meu corpo de um lado para o outro, sacudindo e tendo de toda forma tirar aquele inseto desgraçado de cima de mim. O que funcionou, mas o susto de um bicho de antenas voando é maior do que eu penso, então só em restou a gritar e forçar meus braços e minhas pernas, tentando rasgar a fita que me amarrava.

Nessa meia altura eu já tinha perdido a visão da barata e aquilo me deixava desesperada. Se ela já teve a ousadia de ficar em minha perna e se ela aparecer em minha cara? — Mitsuya, seu corno, eu vou te arrebentar quando eu sair daqui.

Meus pulsos já ardiam de tanto forçar contra a fita, mas eu precisava mesmo sair dali. Quando olhei debaixo do sofá — digamos que foi a péssima escolha — pude ver a anteninha se movendo, assim como a bichinha mais nojenta da face da Terra parada na minha direção. Eu continuei a encarando, eu tinha a vantagem de que ela não poderia voar, por estar debaixo do sofá, mas a filha da mãe corria muito rápido.

Continuei movendo meu pulso, meus braços mexendo freneticamente, fazendo de tudo para conseguir arrancar eles dali e soltar meus pés e aí sim, matar essa desgraçada. Takashi podia muito bem entrar por aquela porta com um inseticida ou uma vassoura e matar ela, mas não, o cara simplesmente me abandonou aqui com ela. Um puta covarde.

Quando percebi que ela andou um pouquinho, foquei tudo o que podia com os braços, se eu ficasse ali, morreria de infarto e não era nem brincadeira. Já podia imaginar a vergonha alheia na minha reportagem: Jovem morre presa na cadeira após infarto em ver uma barata em sua direção. O que os outros pensariam de mim?

Quando ouvi o barulho da fita sendo rasgada, pela primeira vez senti um pouco de conforto em meu coração. Assim que soltei o meu braço, comecei a tirar a fita do outro, conseguindo soltar meus braços. Estava começando a tentar rasgar as dos meus pés quando vi aquele bicho saindo debaixo do sofá e andando pelo meio do cômodo, em direção a mureta perto de mim.

— Você só pode tá gozando com a minha cara! — Gritei em direção ao bicho e consegui soltar um dos meus pés e fui para o outro. — FINALMENTE!

Disse alto e me levantei, segurando a cadeira em minha frente, numa espécie de escudo. Fui andando devagar até a mureta, tentaria acertar a barata com toda minha força de vontade, porque eu não dividiria um cômodo com ela. Era eu ou ela e não estava disposta a abrir mão da minha paz.

Uma barata | Mitsuya TakashiOnde histórias criam vida. Descubra agora