o lago das estrelas

768 84 134
                                    

[ei, meus amores. como sabem, não costumo divulgar nem panfletar minhas histórias, porque eu escrevo por amor mesmo, então, mesmo que ninguém leia, acabo fazendo de qualquer maneira. mas sintam-se livres para mandar aos seus amigos, caso gostem. usem a hashtag #DocesVmin no twitter]

O andar do cavalo é tão lento, balança seu corpo para frente e para trás. Toda a corte que foi escolhida para escoltar o príncipe herdeiro são de pessoas dispensáveis para o rei. Nas suas mãos, o sangue daqueles que foram mortos para seu segredo não ser descoberto.

Nunca vai esquecer a voz de seu pai amaldiçoando ele e as suas terras. Mas Jimin não quer pensar sobre isso, só querer chegar no lugar, soltar seus cabelos e tomar um banho morno.

A floresta vai ficando mais escura, pois aquela região não é tão habitada. É um dos únicos lugares que as pessoas fugiram e ficou vazio no começo da invasão japonesa. O rei o exilou para aquela área, na intenção de nunca mais vê-lo. Ainda é príncipe.

Mas nunca será herdeiro do trono.

A casa principal fica isolada do vilarejo. Jimin percebeu como muitos hanoks estão vazios, abandonados ao destino do tempo, com vegetação alta e musgos nas madeiras. A guerra não destruiu o lugar, mas afastou todos de suas próprias casas.

Espero que voltem... Pensou imaginando como seria o lugar habitado.

Logo a frente percebeu que há pessoas nos hanoks próximos da sua morada real. Todos observam ele com curiosidade, sabem quem ele é, só não sabem o que sua presença significa. O portão de madeira foi aberto para que eles entrassem, a corte se organizou rapidamente e o príncipe já estava sendo esperado com um jantar.

Percebeu que o lugar ainda é o mesmo. Conhece bem aquele hanok, aquele palácio que para ele, quando mais jovem, parecia bem mais bonito. Antigamente, era treinado aqui, para ser um bom arqueiro. Entrando no seu quarto, percebeu que seu companheiro, o eunuco Kim Namjoon tem algo em mãos.

— Sim, o que quer? — levantou uma sobrancelha e Namjoon franziu a boca um pouco nervoso. — O que é isso?

É uma seda colorida.

— Os locais prepararam isso para o senhor. É um tecido bom, feito a mão.

Geralmente Jimin pede tecidos para lhe cobrir a noite. É friento demais, mesmo que os hanoks sejam feitos para não esfriar, ele ainda sente, nunca entende o porquê de seus pés ficarem tão gelados a noite. Agradeceu com um gesto singelo e apontou para um armário onde Namjoon guardou o tecido.

— Então, estou de volta... — levou a mão ao próprio hanbok azul marinho e alisou de leve. — Talvez seja pelo meu próprio bem, mas não me sinto assim.

— Sabe que estou do lado do senhor desde pequenos. Tem sido meu dever servi-lo e nunca tive problemas com tal propósito. Contudo, nas últimas semanas, muitas coisas aconteceram... Sua corte e o senhor terem sido exilados foi a melhor coisa que o rei pode fazer.

Jimin concordou com Namjoon, que em seus trages claros, um tom menta pastel, é bem alto e forte. Seu rosto bem traçado acompanha de olhos quase reptilianos. É um homem bonito. Um bom amigo também.

— Me cobriu em todas minhas loucuras... Por muito tempo. — se sentou atrás da mesa e percebeu que sobre ela existe uma caixa pequena de madeira fina. — O que é isso?

— Esse eu desconheço. Posso abrir para o senhor? Para sua segurança? — tentou se aproximar e Jimin negou com a mão.

— Pode se retirar, eu preciso descansar da viagem. Me avise quando o jantar estiver pronto.

SWEET NIGHT | vminOnde histórias criam vida. Descubra agora