Capítulo 1

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Sahh aqui 🌟🌟

E aí, meu povo? É engraçado como a Line traz coisas fofinhas e engraçadas dos nossos Bakudeku (como o Recovery Boy) e eu tô aqui, adentrando no sinistro, mas esplêndido universo de Jogos Vorazes 😁😁🏹🏹

Sério, eu só sei que AMEI trazer nosso lindo casal com a temática incrível que é THG; espero que se divirtam tanto quanto eu me diverti 😚💕

Capítulo revisado em: 15/11/2022

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Na concepção de Izuku, os Jogos Vorazes jamais possuiriam outra definição senão "irracionais".

Desde pequeno ele jamais os entendeu. Assistir a todos aqueles jovens na arena indo atrás de uma chance de sobrevivência, cuja conquista se dava por meio de matanças impiedosas, sempre se assemelhou a uma realidade distante. Assistia, é claro, às colheitas, assim como observava o choro das famílias que tiveram seus filhos sorteados. Mas observar os jogos... às vezes a realidade parecia mais nítida quando alguns rostos que ele conhecia apareciam no telão como acréscimos à lista dos mortos, mas ainda assim não parecia real. Nada parecia real.

Bem, assim Izuku pensava até chegar o dia de sua participação naquela realidade doentia. E hoje, três anos depois, ele sabia que por mais tempo que passasse e mais colheitas sangrentas florescessem, sua rotina estaria envolta por dois tópicos: medo e desamparo. Um pouco de paranoia também entrava na lista.

Um vencedor, afinal, não era capaz de carregar a inocência que uma vez tivera. Tudo se perdia: sonhos, positividade e esperança. Esperança no mundo e, principalmente, no ser humano.

Naquela manhã, curiosamente foi mais difícil para ele deixar a cama. Tentou jogar a culpa em qualquer motivo: sua insônia na madrugada e, por conseguinte, a fadiga desgastante que acometera seus músculos. Considerar o importante evento para o qual ele deveria estar se preparando naquele momento como o móbil principal? Nem pensar. A ignorância se tornara uma constante em sua vida, e as primeiras batidas na porta, ocorridas há meia hora, foram vítimas de sua condição inculta, mas sabia que não poderia ignorar as que ouvia agora. Sua mãe aprendeu a respeitar bastante seu espaço naqueles últimos anos, entretanto, no fim ele sempre cederia às preocupações dela.

— Izuku, a colheita vai começar em uma hora. — Já na cozinha, a voz dela soou com uma mistura de gentileza e cautela. Dentre todas as pessoas, Inko Midoriya era a primeira a decifrar o estado emocional de seu filho, e, convenhamos, considerando o dia atual, não era necessária uma grande especialização. O bep da torradeira elétrica soou e logo duas fatias quentinhas jaziam rente ao prato de Izuku. — Katsuki e Hatsume já foram na frente. Ele me falou para me certificar de que você não dormiria demais, ou... Como ele disse? — Ela franziu o cenho. — Que você teria problemas com ele.

Izuku, que mastigava o café da manhã com lentidão, parou por um momento. De súbito, frustração preencheu seu peito, mas não era como se estivesse desacostumado a se ver equivocado. Igual a sua mãe, Kacchan era o único a se equiparar na disciplina "interpretar Midoriya Izuku".

E, confessava, às vezes as notas dele conseguiam ser tão boas quanto as dela.

— Não se preocupe com o temperamento dele, mãe. Sabe como Kacchan é — ele suspirou. — Tudo bem. Já vou me aprontar — cedeu e, óbvio, percebeu o alívio que grassou pelo rosto dela.

Izuku voltou ao quarto, tomou um banho e colocou roupas casuais — uma camisa azul-marinho abotoada e calça branca. Era engraçado pensar que aquela realidade de macacões, botas e óculos de proteção sujos de fuligem ficaram para trás. Sem muitas palavras, despediu-se de sua mãe e entrou no elevador. Sentia-se mal por ela. Seu humor não era dos melhores naquela época do ano. Devia ser meio chato.

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