Olha quem tá de volta? E com um extra quentinho, saído do forno! 😊
Sério, eu simplesmente não podia fazer só um capítulo e pronto; sempre dá para aproveitar o universos de THG um pouco mais. Adorei o resultado, e espero que gostem também ❤️😉
***
Na manhã seguinte, após uma noite cálida e plenamente confortável, Izuku foi surpreendido por uma proposta de Kacchan:
— O que acha, nerd? Vamos treiná-los ou não?
O café já havia sido colocado. A mesa jazia repleta de iguarias com seus aromas dominantes. Midoriya estava a um passo de colocar uma torrada na boca quando brecou o movimento. Encarou, com olhos curiosos, o rapaz de feições mais ativas, como a suas; cortesia, é claro, da noite bem dormida.
— Você diz... as crianças? — sussurrou a última parte, ainda que não fosse necessário. Só havia os dois ali. — Em três dias, Kacchan? Não sei se dá...
— Não importa a edição, sempre serão três dias de preparo — ele ressaltou, um tanto arrogante. — Aliás, imagino que seja melhor aproveitá-los coletando experiência, em vez de chorar pelos cantos. Não são todos sortudos que nem você — cutucou a ferida invisível.
Como sempre, Kacchan não fez uso de indiretas, escolhendo jogar em sua cara o quão vergonhosa foi sua preparação para os jogos, naquela época. Midoriya, porém, não permaneceu embaraçado por muito tempo. Colocou a torrada de volta no prato e circulou, com o indicador, suas sardas bem alinhadas.
Pensou nos pobres irmãos. Era verdade que andou evitando fazer tal coisa — pensar no desespero que eles deviam estar sentindo o fazia sofrer também. Talvez fosse melhor deixar quieto, como nas outras vezes. Só que...
— O que poderíamos fazer por eles? — olhou-o, inseguro.
Kacchan não alterou a circunspecção em seu próprio rosto; encarou-lhe, rigoroso.
— Muita coisa, Deku.
Após a sentença, o plano de treinamento começou quase que imediatamente. O tempo não estava a favor de ninguém. Após Kacchan praticamente enxotar as crianças da suíte e obrigá-las a tomar café — com Midoriya, elétrico, procurando amenizar a situação conturbada —, uma conversa "civilizada" finalmente foi possível.
— Escutem, pirralhos — Katsuki começou. — Vocês estão mais do que ferrados, e com certeza não há chance alguma que ganhem essa porra de jogos — ele ignorou o "Kacchan!" perplexo de Midoriya e colocou as mãos altivamente sobre a mesa. — Mas, por conta dessa droga de mentoria e tudo mais, decidimos não deixar que morram como um bando de perdedores. Nós vamos treiná-los — ele indicou Midoriya com um aceno de cabeça. — Deku vai ficar com a parte lógica, e eu com a física e estratégica. Um pouco de defesa básica pode fazer a diferença na hora H.
As crianças ouviram cada palavra com atenção. Pela primeira vez, havia mais que medo naquelas feições fofas, e Midoriya sentiu o coração tremer. Estavam fazendo o certo? Afinal, decidir treiná-los daria esperança a eles, e tudo o que menos queria era alimentar uma vã ilusão de sobrevivência.
Agora, a pergunta era: alimentar para quem? Para si ou para eles?
O compromisso já estava feito. Não tinha como voltar atrás.
— Ouçam, como sabem, só temos três dias — Kacchan continuou a ditar as "regras". — Portanto, sem moleza. Vão precisar se esforçar — mordeu uma maçã. — Especialmente a pirralha aqui.
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Jogos Irracionais | Bakudeku
أدب الهواةTrês anos após vencer a 152ª edição dos Jogos Vorazes, Midoriya Izuku, um morador do Distrito 3, ainda luta contra os traumas que o assombram. Sua vida é um mergulho constante no medo e na culpa, que parece se intensificar com a chegada dos jogos at...