Reaprendendo a Amar

Exaustão

NOTAS: oiiiiiii! cheguei com um novo capítulo <3 esse é maiorzinho e tem momentos bons, mas também tem alguns momentos ruins :( preparem os lencinhos se vocês forem muito sensíveis, tá? hahaha

muito obrigada por lerem e comentarem ♥ boa leitura a cada @ que passar por aqui!

***

Exaustão

Substantivo feminino. Esgotamento, cansaço extremo. Ação ou efeito de exaurir, de consumir por completo, de usar até o final.

A cama grande de casal parecia cinco vezes maior com apenas o corpo de Jimin ocupando-a. Na noite passada, estava tão emocional e fisicamente exausto, que nem percebeu que o marido não dormiu do seu lado, ainda que ele tenha dito que ia deitar mais tarde.

Não costumavam ficar em cômodos separados depois de um desentendimento, mas Jimin acordou, naquela manhã, sem o costumeiro calor de Taehyung junto do seu corpo, sem os pés dele enrolados nos seus e sem ser tomado pelo cheiro dócil de morango que os seus cabelos possuíam – por causa do shampoo que usava – e deixavam pela fronha do travesseiro.

Jimin já despertou com aquela angústia apertando e sufocando o seu peito. Queria levantar, acordar Taehyung e pedir desculpa por todo mal que havia causado, ainda que soubesse que a culpa não era unicamente sua. Nem do marido. Juntos, os dois tornaram o casamento frágil, como se estivesse prestes a romper a cada novo grito ou briga idiota.

A falta de comunicação era o maior dos problemas.

Não seria de um dia para o outro que resolveriam tudo, mas, durante aqueles instantes em que ficou deitado na cama grande e fria, olhando para o teto branco, com o amanhecer iluminando alguns cantos do quarto por causa do vento que tremulava uma parte da cortina, Jimin sentiu que poderia simplesmente deixar para lá e tratar Taehyung como se a mágoa não estivesse impregnada em cada um dos seus sentimentos afetuosos por ele.

Não era maior e mais intensa do que a paixão, porém, estava lá. E incomodava. Angustiava. Sufocava. Exauria. Podia, simplesmente, varrer toda a sujeira para debaixo do tapete igual já varreram outras vezes?

Anos atrás, quando se conheceram e começaram a namorar meses depois, juraram que sempre seriam sinceros um com o outro, que falariam o que não gostavam e o que magoava para que assim encontrassem uma solução. Juntos. Mas não era o que estava acontecendo no momento.

Jimin entendia que um relacionamento era feito de fases, que aquela euforia inicial não durava para sempre, porém, sentia falta do que os dois foram um dia. Além disso, tinha consciência também que relações eram difíceis por serem duas (ou mais) pessoas completamente diferentes tentando dar voz aos sentimentos bons, achando que os ruins nunca irão surgir, porque pensam que o amor é mais forte e fala mais alto. E pode até ser mais forte e falar mais alto, mas não é o solucionador de tudo. Hoje, Jimin compreendia bem isso – aprendeu da maneira mais dolorosa possível, pois todos os problemas que tinha com o marido eram apenas uma consequência de acontecimentos que deixaram passar como se não fossem nada.

Era como se nenhum dos dois tivesse cuidado e cultivado o suficiente os sentimentos bons, e agora eles eram fracos para passarem por uma crise como aquela. No entanto, independentemente do seu lado racional gritar isso no seu ouvido a cada oportunidade que tinha, Jimin fazia o possível para não escutar e acreditar que o amor que sentia por Taehyung era sim capaz de superar qualquer dificuldade, porque a última – e a mais dolorosa – decisão que passava por sua cabeça era deixá-lo. Nem gostava de pensar sobre isso, para ser sincero.