Chamei um carro de aplicativo e pedi para que me deixasse exatamente na porta do shopping, procuro por Isa entre a multidão de pessoas que havia ali e de longe avisto sua montanha de cabelos, os cachos crespos e altos da Isadora é sua marca registrada e o que a deixa mais linda e sensual, pensa numa morena que é bonita viu. De longe ela acena e vou ao seu encontro.
-Oi Clar, como está hoje?
-Estou como sempre amiga, nada de interessante pra contar, apenas vivendo. Digo
-Ai aí até quando em amiga você vai ficar esperando as coisas caírem do céu, esse negócio de curtir a vida e deixar ela fazer o que quiser com você vai acabar te prejudicando. Se eu fosse você pelo menos arrumava um trabalho.
-Amiga, o futuro é incerto, amanhã posso nem estar mais aqui e vou perder meu tempo trabalhando? Não né.
Falando assim, me fez pensar na minha avó, ela não é obrigada a cuidar de uma neta tão folgada como eu, mas enfim.
Conservamos tudo enquanto íamos entrando em algumas lojas olhando algumas roupas, acessórios e sapatos, Isa comprou algumas bijuterias para ela, e eu comprei apenas um vestidinho que achei maravilhoso em mim, decidimos parar e lanchar depois do shopping inteirinho ouvir o ronco vindo da barriga de Isadora.
Esperamos um tempo na fila até que fomos atendidas, escolhemos nossos lanches e sentamos em uma mesa perto até que estivesse pronto.
- Então amiga, como anda a faculdade? - Isadora faz faculdade de direito, ela decidiu fazer, até por que não é uma maluca como eu.-Tirando o fato de que tenho que ler praticamente três livros por dia, fazer trezentos relatórios e resumos está tudo tranquilo, estou dando conta.
- Ah mas olha pelo lado bom, pelos não está frustada com a vida esperando que ela te mande tudo de mão beijada.- rimos, nossa senha é chamada e vamos buscar o lanche.
Aah minha barriga acordou agora, vendo aquele delicioso sanduíche me esperando e aquele enorme copo de Coca-Cola geladissima me esperando, mas logo minha emoção e fome passa, já que, um desocupado esbarra em mim fazendo com que todo o meu delicioso lanche vá parar no chão.
- MAS QUE INFERNOOOOO!- Grito para o idiota que não sabe por onde anda.-Calma moça, não foi minha intenção, me perdoa.
-Se olhasse por onde anda, não teria esbarrado em mim idiota.
Eu estou morrendo de raiva, só Deus e meu estômago sabe o tamanho da fome que eu estou sentindo, aí vem um sem noção que parece não olhar por onde anda e derruba tudo em cima de mim. Mas... Apesar de estar querendo socar a cara do imbecil não pude deixar de notar o quanto ele era lindo, forte, alto, atraente, olhos claros e brilhantes, tinha um sorriso tão genuíno e gostoso de se ver. Enfim saio do transe quando ele volta a falar.
-Poderia por gentileza não falar palavrões na frente da minha filha?- diz, e só então olho para baixo e percebo a criança mais linda que já vi na vida, seus olhos tão azuis quanto o oceano, cabelos tão amarelados que parece carregar o sol na cabeça, acho que nunca me encantei tanto por uma criança. Me abaixo e falo com ela, que parece estar nervosa diante da situação que o idiota do pai causou.
-Oi baixinha, qual o seu nome?- pergunto a criança.
-Ana Caira- responde tão inocente com aquela voz meiga de criança, me fez sorrir por falar o nome errado- mas todo meus amigo chama eu de Aninha.
-Tudo bem Aninha, me desculpe por essa bagunça, apesar que foi seu pai quem a causou você não precisava presenciar isso tudo.
Seu pai sorri do meu jeito de falar com a filha, e então reparo mais uma vez o quanto o sorriso dele é bonito, Isa que também presencia toda a bagunça faz uma careta como quem pergunta "o que tá acontecendo aqui?"
-Me desculpa, eu realmente não derrubei seu lanche de propósito, deixa me recompensar, eu pago outro.- o cara diz recobrando minha total atenção a ele e a pequena criaturinha que segura sua mão e observa tudo ao seu redor.
-É o mínimo que pode fazer, idiota- sussurro para que Ana Clara não ouça, e isso faz o homem sorrir, Ah que sorriso.
-Afinal, sou Dominick, mas pode me chamar de Nick.
-Não estou nem um pouco afim de saber seu nome.- digo enquanto pego outro lanche.
-Não seja mal educada Clar, ele tá tentando se desculpar, aliás eu sou a Isadora, mas pode me chamar de Isa, sou amiga da Clar.- amiga traidora né, penso assim que vejo Isa comprimentar Dominick com um aperto de mão- vem sente-se com a gente, a Clar não se importa né amiga ?- Tá de sacanagem né.
Eu juro que mato essa mulher, eu mato. Sou obrigada a comer olhando para a maravilhosa e linda cara do homem idiota que derrubou meu lanche, o que faz eu ainda estar aqui é ver a carinha de felicidade da pequena Ana se lambuzando com seu sanduíche.
Observo o quanto a relação de Ana e Dominick é bonito, apesar de estar presente a poucos minutos, é muito fácil de notar o amor presente ali, é possível perceber que Dominick tenta ao máximo suprir as necessidades de carinho e afeto que Ana precisa, e a filha retribui isso de forma genuína e amorosa, o que me faz questionar interiormente, onde está a mãe da pequena Aninha?