Já faz exatamente três dias que eu estou desesperada procurando emprego, pode-se dizer que eu já andei essa cidade inteirinha mas parece que ninguém precisa de alguém para trabalhar e eu já não sei mais o que fazer, já estou sentindo o desânimo tomar conta do meu corpo, mas eu não posso desistir eu preciso muito ajudar minha avó... eu não posso perder ela.
Já deixei currículos espalhados por toda a cidade, meu número com várias pessoas, caso alguém saiba de algum emprego, até a Isadora entrou nessa comigo e me ajudou a distribuir currículos por aí. Existem várias empresas enormes nessa cidade, eu não sei como ainda não consegui arrumar um emprego, será possível que ninguém precise de alguém para trabalhar?
Já exausta de tanto andar e distribuir currículos, percebo que meu estômago dói e decido parar para comer alguma coisa. Entro em uma pequena lanchonete, um lugarzinho bem humilde onde parece que a comida é bem gostosa, peça um salgado com suco e me sento até que seja entregue. Ali flutuando nos meus pensamentos e observando as pessoas andarem de um lado para o outro pelas calçadas, sou despertada com um barulho do celular tocando.–Alô?
"Bom dia senhorita Clarissa aqui é a dona Henriqueta, a senhorita fez a entrevista alguns dias atrás, eu juntamente com o senhor Matias analisamos os currículos e as entrevistas e decidimos que a senhorita é perfeita para o cargo gostaria de estar vindo até a nossa casa para ser apresentada a criança e ao serviço que será feito?"
Assim que terminei de ouvir o que dona Henriqueta dizia pude sentir meu coração palpitar e meu corpo se arrepiar de tanta alegria, como dizia uma velha senhora que eu amava muito chamada dona Rose, "a esperança é a última que morre" e eu pude sentir que a minha estava vivíssima dentro de mim, eu consegui arrumar um emprego eu vou conseguir ajudar minha avó com tratamento e ela vai poder se curar dessa doença terrível, sinto um alívio enorme de pensar que eu não vou perdê-la.
–Claro faço questão só me diz a hora que estarei lá.
"Ok, te esperamos aqui às 3 horas da tarde, hoje será somente para te apresentar a criança e te mostrar como será o serviço que você iniciará na próxima semana."
Terminamos de combinar e eu comi o meu lanche, eu nunca comi uma comida e apreciei tanto como naquela hora, alguns dias atrás esse trabalho ou essa etapa de vida não era o que eu queria para mim mas o destino me pregou uma peça e agora estou sendo obrigada a fazer isso, não reclamo, sei que estou fazendo para ajudar minha avó que é a única pessoa que eu tenho, eu não posso perder ela agora ainda preciso dela.
Chego em casa contente e muito animada para dar notícia a minha avó, conversamos um pouco na sala e logo vou para o meu quarto me arrumar para um encontro com os meus futuros patrões. É sério, eu nunca estive tão animada para trabalhar na minha vida mesmo que em circunstâncias tão ruins e difíceis.
Eu já estava me esquecendo, então peguei o celular e mandei mensagem para Isadora avisando e dando essa notícia para ela.########
Chegando a mansão daquela família não pude deixar de reparar novamente o quão bela é a entrada daquela casa, corrigindo, toda a casa em si é bonita. Dona Henriqueta já me aguardava na porta para irmos conhecer o meu verdadeiro patrão, senti um frio na barriga como jamais havia sentido antes não sei se pela emoção de começar a trabalhar para ajudar a minha avó ou se tinha algo a mais que o destino reservava para mim naquela hora, eu tinha medo de descobrir.
Passamos pela cozinha é pelo um banheiro que tinha ali na parte de baixo da casa logo avistei uma plaquinha em uma das portas onde dizia "escritório do senhor Matias", dona Henriqueta bate e podemos escutar um entre, assim que entramos eu não consegui respirar, na minha frente estavam sentados Dominick, o cara do shopping e sua filha Ana Clara, senti um ar de alívio por já conhecer eles e ao mesmo tempo um ar de raiva por ter que trabalhar para esse cara idiota.
–Então você é o senhor Matias?- Perguntei com o ar de raiva e surpresa ao mesmo tempo. Eu sei que não é para tanto, já que ele somente esbarrou em mim, derrubou meu lanche talvez eu esteja fazendo cena demais, mas eu sou assim e não vou mudar o meu jeito.–Carissa oi!!- agora eu te pergunto como que não se apaixona por uma doce criança como essa, aninha fala com seu jeitinho doce e fofo de criança, a coisa mais gostosa do mundo, eu não pude deixar de sorrir quando ela correu para me abraçar.
–Que coincidência ser você, Aninha gostou muito de você e vocês se deram super bem, não fico surpreso se ela gostar ainda mais, ainda bem que seja você a nossa babá se eu já estava confiante de contatá-la agora estou ainda mais.- eu não sei se é impressão minha ou se é só porque estamos nos conhecendo agora mas Dominick parece ser um cara tão gentil tão amoroso e ao mesmo tempo parece que foi um cara tão machucado eu queria muito saber o que tem por trás daquela cara linda e cabelos bonitos.- então Clarissa o serviço é o seguinte a Ana Clara estuda das 7:00 até às 4:30 da tarde preciso que busque ela na escola e que fique com ela até às 7:00 do outro dia, preciso que a deixa arrumada para ir para escola, que a busque, e a faça companhia enquanto ela estiver em casa, eu fico aqui direto mas é que sempre tem um imprevisto e não consigo dar a devida atenção a minha filha.- Tanto dinheiro e não tem um tempinho se quer para filha, meu Deus que babaca!!- E caso você se questione que eu tenha muito dinheiro e não consigo ter um tempo sequer para minha filha eu já lhe respondo, eu na verdade não tenho tanto dinheiro assim essa casa por exemplo foi a única coisa que ele restou da minha mãe, então eu trabalho duro para manter a casa e manter a minha filha.- me responde como se pudesse ler minha mente.
–Não se preocupe, sua vida pessoal não é da minha conta, estou aqui apenas para cuidar da Ana Clara, eu aceito o serviço quero saber quando posso começar?
–Você já pode começar na segunda-feira, lembre-se você precisa dormir aqui, então traga roupas, as coisas de higiene vamos disponibilizar pra você, assim que chegar na segunda te apresentaremos seu quarto, iremos disponibilizar um carro para você para que assim possa levar e buscar Ana Clara na escola. Obrigada!
Eu estava nervosa e ao mesmo tempo muito contente, parecia ser um emprego dos sonhos já que Ana Clara era criança mais doce que eu conheci na vida. Chamo o carro de aplicativo para ir para casa e no caminho já penso o quanto eu quero contar aquilo para Isadora, mas eu tento conter a ansiedade até chegar em casa.