CAPÍTULO 01

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Segunda-feira, 06:00 a.m. o despertador toca.
Sabe o que isso significa? Tenho que ir para a escola. Uma escola nova, em uma cidade nova, com pessoas novas, e tudo se repete.

Ergo meu braço e desligo o despertador. Levando-me sem uma gosta de vontade. Olho ao redor e vejo várias caixas espalhadas.
Chegamos no sábado nessa cidade. Já era para eu ter arrumado tudo, mas não vejo motivo. Estamos sempre nos mudando mesmo.

- MATHEUS! HORA DE LEVANTAR OU VOCE VAI SE ATRASAR PARA A ESCOLA! - ouço minha mãe me chamando aos gritos.

- JÁ ESTOU ACORDADO!

Olho para o meu reflexo no espelho, observo aquela figura e penso que eu poderia ter mais músculos e ser um pouco mais alto.

- Você ainda nem tomou banho. Anda logo! O café da manhã já está pronto. E essas caixas? Você ainda não organizou nada?!

- Mãe, bate na porta! Não sai entrando assim! Eu poderia estar sem roupas!

- Não tem nenhuma novidade aí para mim, mocinho. - me olhou de cima para baixo - Anda! Vai logo tomar banho! - ela ordena saindo do quarto e deixando a porta aberta.

Minha mãe... O que posso dizer sobre ela...

Ela se casou muito jovem, com dezessete anos de idade. Meu pai é só seis meses mais velho.

Vocês talvez estejam se perguntando; "Porque tão jovens?". A resposta é: família.

Meus avós maternos são bem rígidos. E quando minha mãe e meu pai começaram a namorar, eles impuseram uma condição. Os dois deveriam noivar e casar dentro de um ano de relacionamento.
Era para evitar que o pior acontecesse, segundo eles.
O pior ao qual eles se referiam era o sexo antes do casamento. Eles são muito religiosos e a palavra do Padre é lei. Repito, A palavra do Padre.

Não muito diferente dos meus avós paternos. Eles são protestantes, e a palavra do pastor é lei. Vou dizer mais uma vez. A palavra do pastor.

Vocês já conseguiram entender que o início do relacionamento dos meus pais não foi um mar de rosas, né?
Não por eles, mas por causa da família de ambos.

O importante é que eles se amam e se respeitam. E na questão de religiões diferentes, não há atrito. Depois que se casaram, minha mãe passou a seguir o meu pai na igreja dele. Não por obrigação, meu pai sempre deixou minha mãe a vontade para continuar na religião em que ela cresceu.
Algo que não se aplica a mim. Porque? Também não faço idéia.

Voltando para minha mãe, ela não mudou muito sua aparência ao meu ver, comparando com as fotos de quando casou.
Ela tem a pele morena da cor de bronze, seus cabelos são ondulado até a cintura e seus olhos são verdes com mel. Tem estatura mediana e uma voz suave. Até mesmo quando ela briga, não dá para levar a sério. É muito meiga e gentil com as pessoas.

Já o meu pai é mais duro comigo. Principalmente em questões religiosas. Na verdade, nesse assunto os dois são.
Ele é bem alto e forte. Digamos que ele impõe presença.
Eu me pareço muito com ele, com pele clara, cabelo liso e preto. Só não puxei a altura e os músculos.

Como minha mãe mesmo diz: "Eu só te carreguei por nove meses".

Mas pelo menos herdei a cor dos olhos dela. E um pouco mais alto que ela.
Ok. São só quatro centímetros mais alto, mas são quatro centímetros, né?

Agora vamos para como eu vim parar nessa cidade.

Meu pai é gerente de mercado de uma multinacional coreana que está no Brasil à dez anos. Nos últimos cinco años ela cresceu muito e vem se expandindo ainda mais.
Então desde os meus dose anos de idade que nos mudamos.
O trabalho dele basicamente é, fazer o estudo da cidade onde uma filial tem interesse. Depois que ele avalia. Caso seja lucrativo para a empresa, ele é incumbido de supervisionar e treinar os profissionais a serem contratados, e depois de atingir uma meta de lucratividade "x" no período de um ano, ele é enviado para outra cidade. Caso ele atinja a meta antes de um ano, nos mudamos novamente.

O que atrapalha muito na minha vida escolar. Estou dois anos atrasado na escola por causa disso.

Eu espero que dessa vez ele fique pelo menos um ano, já que é meu último ano do ensino médio. Ou poderíamos ficar por aqui mesmo permanentemente, criar raízes.

Não digo isso por causa de amizade ou algo do tipo. Eu nunca tive amigos. Desde que comecei minha vida académica que sofro na mão de garotos mais fortes que eu, e até mesmo garotas.
Elas podem ser ainda mais cruéis.

Sei que não posso generalizar, mas estou falando da minha experiência.

Não importa a cidade para qual eu vá, sempre fazem bullying comigo. Seja pelo meu jeito de ser tímido com as pessoas, falar pouco, físico, religião e por não ser como os de mais garotos da minha idade que ficam dando encima das garotas.

Esse é outro ponto que não tenho com quem conversar. Eu sei que é errado sentir isso. Na verdade, não sei ao certo o que sinto. Só peço perdão a Deus por ter esses sentimentos, desejos as vezes. Sei que é pecado. Assim foi me ensinado.

Então o que eu faço? Estou tão confuso, perdido...

⚠️Esse capítulo termina aqui. Comenta o que achou. As questões pontuadas. Compartilha, segue, vote para que eu saiba que estão gostando.
Os temas abordados nessa história são bem delicados, não sei se vocês perceberam. Tentei ser o mais sutil possível.
Se quiserem deixar depoimentos nós comentários sobre situações que já viveram e vivem, vou adorar ler e conhecer vocês um pouco mais.
Bjs 💜 até o próximo capítulo
Borahae💜🤗

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