Part 1

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N/A: Caros leitores, escrevi esta história em 2014/2015 e passado um tempo tirei-a do ar e ficou nos rascunhos. Decidi agora voltar a publicá-la nem sei bem porquê. Peço desculpa a escrita ser mais infantil, mas bem, já se passaram uns anos. Boas leituras!

Nada podia ser pior do que acordar cedo a uma segunda-feira, disso tinha Charlotte a certeza.

No entanto levantou-se, fez a sua higiene pessoal e vestiu-se. Normalmente teria demorado exatamente 35 minutos para se despachar, mas como estava num estado de sonolência profunda havia demorado 40 minutos, o que era inadmissível. Uma rapariga do seu estatuto social não se podia atrasar em nada, tinha o seu horário diário muito bem planeado e nada poderia interferir com a organização.

Assim sendo seria de esperar que obedecesse aos padrões da alta sociedade, no entanto não correspondia. Desde que a mãe, Brooke, fugira que não sabiam nada da mesma. O que deixava o seu pai o Sr. Diretor Joseph Moore, como insistia em ser tratado, num estado que há muito havia ultrapassado a fúria, mágoa ressentida talvez, pois não era próprio que numa família tão rica a mulher fugisse da família! Então Charlotte havia crescido debaixo das saias das empregadas e sozinha, no fundo, bastante sozinha. Calma e respeitadora por natureza não era de todo como as "figuras" que a rodeavam.

Já com o uniforme vestido observava-se ao espelho, nem magra nem gorda, apesar de toda a gente lhe dizer que "devias comer mais, senão ficas transparente", mas ela comia e bastante por sinal! Desceu as escadas calmamente, pois sabia o quanto o Papá odiava correrias nas escadas, por isso calma e graciosamente foi descendo, pé ante pé pelas escadas da mansão Moore.

O Papá já estava sentado à mesa do pequeno-almoço esperando por ela, por isso decidiu ir beijar-lhe a face e saudá-lo carinhosamente.

-Bom dia Papá, peço desculpa pela demora, estou especialmente sonolenta esta manhã.

-Não se preocupe querida, tome a sua refeição para nos retirarmos.

E ela, embora contra a sua vontade foi comendo, não percebia porque é que o Papá não podia ser um pai normal. Era extremamente irritante e nem percebia porque tinha de utilizar linguagem tão primitiva e cuidada, por favor tinha 17 anos, não 30... (embora duvidasse que os adultos de 30 anos falassem assim).

Tomou a sua refeição calmamente, não comendo muito e passado um pouco foi buscar a sua mochila e foi para a limusine onde o seu pai já a esperava, sentado ao lado do motorista da família, o Donovan. Por fim, depois de 10 minutos de caminho chegaram à escola, o colégio "EF Academy Torbay".

#Charlotte

Ás vezes penso que o meu pai gosta mais do colégio do que de mim, mas depois ponho-me a deliberar bem e chego à conclusão que: é totalmente verdade, não é um pensamento é uma realidade. O meu pai entre mim e o colégio, prefere o colégio, cujos alunos são selecionados por ele, tendo de ser de famílias muito ricas.

Saio da limusine, aceno a Donovan e caminho lentamente em direção aos portões da escola, lado a lado com o meu pai, que vai o caminho todo com uma expressão muito séria e carregada. Deste modo os alunos que nos avistam desviam-se imediatamente, cedendo-nos passagem e desejando um leve "Bom dia". Odeio ser o centro das atenções.

Entro no átrio da escola e o papá sobe as escadas que vão dar ao seu escritório, que é mesmo de frente para o átrio, e ainda por cima as paredes são de vidro para ele poder observar tudo o que se passa cá em baixo. Ou melhor controlar, essa sim é a palavra certa.

Avisto Emily numa mesa a ler um livro por isso decido ir juntar-me a ela. Emily é a minha melhor amiga desde que sou pequena, sabe tudo sobre mim e sei que posso sempre contar com ela. Como é filha que um bancário muito prestigiado o papá adora-a, mas eu adorá-la-ia na mesma se ela não fosse de uma família importante, isso não define nada.

Prisioner on the Fourth FloorOnde histórias criam vida. Descubra agora