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Ver uma mínima parte do seu rosto em uma Tv enquanto passa em um jornal famoso de Los Angeles, sobre um caso de homicídio, deixa a entender que muitas coisas estão desandando para o seu caminho.

Meu nome é Âmbar Smith, e para alguém que passou grande parte da vida sonhando em viver da dança, eu diria que minha vida está bastante movimentada.

Após fugir de casa com dezoito anos por não ter pais saudáveis e nem liberdade. Sair de casa não me parecia uma má ideia, até de fato acontecer e eu me meter no mundo do crime. Sem ter alguém para recorrer e pedir ajuda, eu mesma era meu porto seguro. Amigos?! Nunca tive. A não ser por uma garota que estudou comigo do ensino fundamental ao médio. Nossa amizade acabou quando comecei a namorar um jogador de futebol da minha escola com dezessete anos. Zayn era o típico garoto popular das escolas dos Estados Unidos, assim como nos filmes, só que ao invés de ser um cara legal, ele era um grande filho da puta escroto que só meu usou. Fiz parte de uma aposta entre ele e seus amigos, foram sete mêses em um namoro de mentira.

Por não ter direito de nada em casa e com país abusurdamente abusivos eu simplesmente me libertei.

Quatro mêses após ter saído de casa, encontrei a garota que eu considerava minha melhor amiga de adolescência. Brigamos por ela não confiar em Zayn e pelo visto a mesma tinha razão. Ella, uma garota com seus cabelos ruivos, com olhos azuis e um brilho em sua alma, estava na mesma situação que a minha. Furtando coisas, usando drogas, sem ter um teto para morar. De fato desamparada, assim como eu.

Ella teve seus pais mortos por uma dívida não paga. Os mesmos nunca tiveram uma vida financeiramente boa, deviam muitas pessoas, o que acabou resultando na morte dos dois.

Destinadas a passar por isso juntas, começamos com pequenos furtos e fazer favores para alguns traficantes da região onde ficávamos e estamos até hoje, dois anos depois.

Para alguém na qual sonhava em ter uma vida vivida e movida pela dança, meus planos mudaram muito.

Uma pequena parte do meu rosto se encontra na Tv pelo simples fato de eu ter mudado de profissão. Passando de futura dançarina para uma ladra. E agora de ladra a assassina.

Matar de fato nunca esteve em meus planos, mas quando se está em uma encruzilhada entre a vida de uma pessoa que você ama e alguém que você nem ao menos conhece, e por mais que a mesma não seja alguém ruim e tenha uma família, você não se vê fazendo outra coisa a não ser fazer o que é esperado. Matar.

Eu e Ella, fomos assaltar uma joalheria que inaugurou a dois mêses atrás na região em que ficamos. Ella sempre foi boa em fazer estratégias, ver pontos fortes e fracos para esses tipos de situações e lugares, mas dessa vez o diabo estava contra nós.

O assalto estava ocorrendo bem até um segurança surgir pela porta dos fundos da loja, que parecia ser mais a porta do inferno aberta pelo próprio diabo. Ele mirou em Ella e atirou, mas por sorte o tiro foi de raspão em sua perna, mas com fúria em meus olhos e frieza na mente, apertei o gatilho e coloquei um ponto final naquilo.

Isso foi a cinco dias e sinceramente não sei como conseguiram essa imagem ruim de uma pequena parte do meu rosto. Estávamos mascaradas, a rua dos fundos da loja vazia, câmeras de seguranças atingindas por um tiro certeiro e mesmo assim as coisas saíram do lugar.

— Sabe que não dá pra saber que é você por essa foto ruim, não sabe? — A mulher que até agora estava dormindo ao meu lado diz com uma voz sonolenta.

— Sim, eu sei... — Falo enquanto levanto da cama que eu ao menos dormir a noite.

Tenho esse problema na questão de dormir bem. Sempre que pego no sono, pesadelos, surtos e crises de ansiedade graças ao meu passado e coisas que já enfrentei voltam átona. A única maneira de eu conseguir dormir por mínimas horas, é me drogando ou tomando remédios que me deixam sonolenta. Ella não sabe disso e não pretendo contar a mesma. E por mais que contemos praticamente tudo uma para a outra, não a quero preocupar com meus problemas de ansiedade, crises, surtos e problemas para dormir, isso deixaria ela preocupada e já temos problemas demais para lidar, não quero encher sua cabeça com isso.

O Roubo Do Século - Vinnie Hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora