Eu estava tão nervosa que minhas mãos tremiam, então fico me distraindo com o elástico da pasta de documentos, encarando Cat Grant que estava concentrada mexendo em seu tablet.
"Talvez ela nem tenha percebido minha presença"
Antes que eu pudesse anunciar que eu estava ali, Cat Grant levanta o olhar e cruza com o meu. -Ah! Você já está aí, Kera, certo? Kera Danvers?
"na verdade é Kara, mas não vou discordar"
- Isso mesmo, Kara Danvers.
- Sua blusa está suja, bem ali, embaixo do seu cabelo.
-Sinto muito, é... é que -gaguejo.
- Vou logo ao ponto Kera. Preciso que você me mostre o quão disposta esta a trabalhar para mim, a Catco tem um grande nome a zelar, e estou com projetos novos, equipe nova, tudo novo. Quero uma cara nova para a revista, um ar jovem, e espero que você possa me entregar isso, você pode?
- Claro! Mais do que ninguém
- Muito bem, você começa hoje mesmo, vou pedir que ao menos troque de roupa, então desça e assim que sair o motorista estará te esperando para comprar alguma coisa para você usar hoje.
- Obrigada, muito obrigada senhora Cat, não irei...
- Vá logo Kera, ja estamos perdendo tempo.
- Claro!
Saio da sala querendo soltar fogos, se eu pudesse voar estaria agora pelos ares da cidade de National City sendo a pessoa mais feliz, mal podia acreditar que estava acontecendo isso comigo, após meses sentindo que eu não deveria seguir com essa profissão, finalmente estava feliz por ter escolhido continuar. Eu vou em direção ao elevador, estou tão feliz que fico olhando a minha volta como se eu já pudesse me ver sentada em uma daquelas mesas, escrevendo um artigo para a revista como primeira página
"Aí Kara. para de sonhar tão alto " penso e logo sorrio, eu estava feliz demais e nada poderia me atingir.
Assim que o elevador chega no andar eu já entro, não havia ninguém dentro e fico feliz por não precisar ter uma conversa formal de elevador. Chegando no hall de entrada vejo uma moça terminando de limpar a bagunça que fiz pela manhã e colocando a placa; "Cuidado, piso molhado", balanço a cabeça de uma forma negativa me lembrando da cena patética que eu fiz. Assim que saio, pisco uma, duas, três vezes para ver que não era um sonho, vejo um motorista por volta de seus 60 anos com um terno preto, uma gravata preta e uma camisa social branca, descendo do carro e esperando por mim, ele realmente parecia um motorista de filme e eu sentia que estava vivendo em Hollywood. - Bom Dia! - digo sorrindo de orelha a orelha, o motorista com uma expressão simpática abre a porta da Mercedes Benz preta estilo GLc 300.
- Bom dia Senhorita Danvers, fique a vontade. - Entro no carro e minha boca lentamente vai se abrindo involuntariamente.
- Obrigada... senhor?
- Senhor, Matteo Moore
- Muito obrigada senhor Moore - Sorrio novamente e pisco pra ele.
ao entrar por completo no carro fico impressionada com tanto luxo, só o carro pagaria todo meu ano de salário na Catco, creio que daria para pagar os próximos 5 anos. Fico tão impressionada que nem vejo quando o senhor Moore fecha a porta, após alguns minutos paramos o carro em frente a uma loja um tanto quanto pequena, nunca havia visto esta loja antes, talvez seja uma loja exclusiva para a Catco.
"com que dinheiro vou pagar uma roupa aqui?!"
-Senhorita! - O senhor Moore abre a porta e espera que eu crie coragem para descer. Eu desço do carro e logo em seguida ele me entrega um cartão, o cartão era todo preto e não constava o nome de ninguém, só tinha uma bandeira Mastercard. - A senhora Grant pediu para que usasse no que precissase, ela disse; " Quero que compre oque ela precise, que ela não me apareça com uma roupa qualquer aqui". Concordo com a cabeça ainda tentando racionalizar oque estava acontecendo, assim que entro na loja entendo o por que dela ter me entregado esse cartão, a peça mais barata ali custava 200 reais. Fico pensando o tanto de roupa que eu compraria com 200 reais. Suspiro fundo e fico sem jeito de entrar na loja, não veio nenhuma vendedora me atender, se fosse no centro ao menos 3 já teriam me oferecido o cartão da loja. Eu fico olhando as roupas e os sapatos e não consigo escolher uma peça de roupa pois todas eram lindas. Vou pegando alguns vestidos aleatórios que me agradavam, algumas saias e camisas sociais para ir até o provador. Antes que eu pudesse procurar alguém para perguntar sobre o provador, uma atendente finalmente vem até mim.
- Olá, posso ajudar?
- Oi, pode sim, gostei dessas peças e gostaria de experimentar, posso?
- Claro que pode! Venha, o provador é aqui em cima.
Subimos alguns degraus e entramos em uma sala grande de cor beje, tão suave que eu poderia dizer que as paredes foram pintadas a uma hora atrás, havia também um sofá redondo na cor rosa quartzo que parecia ser mais confortável que minha cama, e por fim, algumas roupas em exposição como melhores roupas do mês. Os provadores eram separados por sala e a atendente me deixa a vontade para escolher qualquer sala. Vou em direção a uma sala que para mim parecia vazia, entro no provador e antes mesmo que eu pudesse deixar as roupas em algum banquinho, percebo que entrei no provador de outra pessoa.
- Meu deus! Me perdoe, desculpa. -Fecho os olhos automaticamente, e tento pegar o par de roupas que eu havia soltado por ter levado um susto.
- Você de novo?Está me seguindo? -Ouço uma voz firme em um tom de sarcasmo.
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My last letter
Fanfiction"Quanto mais confiamos em alguém, mais cedemos para que essa pessoa nos machuque" - Está foi uma das últimas coisas que meu pai me disse. E hoje vejo que no fundo ele não estava errado, após um casamento de altos e baixos, eu passei a levar essa fra...