Capítulo Único.

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oii meus amores, hoje venho com uma one dos bokuaka para vocês!
que é triste também 😔
mas enfim KKKKKKKKKKKK, espero que vocês gostem e boa leitura <3

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        Bokuto nunca acreditou muito em coincidências, eram sempre redundantes demais e nunca preenchiam de forma real a situação a qual eram colocadas. Porém, por mais irônico que seja, na pior dor que já sentiu em sua vida, o mundo lhe presentearia com uma imensa coincidência.

Naquela noite, Bokuto voltava do trabalho, e como sempre, uma música animada de sua banda favorita tocava no rádio. Estava radiante, aquele era o dia do seu aniversário de casamento junto com Akaashi, seu marido.

Tinha feito uma última ligação com ele antes de ambos saírem do trabalho, a mesma foi recheada de juras de amor e em seu final, em específico, uma frase de Akaashi deixou o coração de Bokuto completamente em êxtase: "Somos os protagonistas do mundo, eu e você contra o mundo, sempre."

Aquela frase foi recebida com um "EU TE AMO MUITO, 'KAASHI, MUITO MESMO" de Bokuto, e no outro lado da linha uma risada sutil de Keiji poderia ser escutada.

Após isso, a chamada foi finalizada e os dois seguiram em rumo da direção do apartamento que dividiam.

O trajeto seguia-se tranquilo, sem trânsito e tumulto, e a lua esbanjando sua beleza no céu somente evidenciava a noite incrível que se prosseguiria, bom, era isso que Bokuto pensava.

De repente, o caminho despreocupado fechou e criou-se um enorme engarrafamento. Koutarou olhou desapontado para o trânsito a sua frente, mas não deixou-se abalar, afinal era o dia do seu aniversário de casamento e nada iria dar errado e muito menos entristece-lo.

Depois de mais de trinta minutos preso no congestionamento, finalmente o trânsito havia começado a andar e Bokuto suspirou de felicidade, iria encontrar seu amado daqui a poucos minutos, e não poderia estar mais feliz.

Ao andar dos carros, Koutarou viu o motivo da demora. Dois carros colidiram espantosamente e um deles se encontrava muito estilhaçado.

No momento em que viu o acidente, o coração de Bokuto parou. Não sabia o motivo, mas o seu peito apertou em desespero e sentiu o ar faltar.

Com certeza, a colisão tinha sido trágica e as pessoas envolvidas não sairiam do local com poucos ferimentos. No instante em que passou na frente do acidente, o bicolor tentou se manter calmo e empático sobre a situação, entretanto alguma coisa lhe dizia que havia algo a mais nesse problema, porém seguiu o seu caminho para o apartamento, tentando bravamente não pensar nesse sentimento doloroso, o qual sua consciência projetava.

Até por que, é claro que nada estaria errado, não é? 

Bokuto queria fincar suas unhas nessa esperança, como se fosse a última coisa que faria.

Ao chegar em casa, a residência estava escura. Estranhou, pois eles chegavam no mesmo horário e quase nunca atrasavam.
O coração batia angustiado em seu peito, o pânico de que algo aconteceu se instalou por todo seu corpo. Mas, mais uma vez naquela noite, tentou acalmar-se e respirar fundo, dizendo:

– É só um atraso, não é? Daqui a pouco o Keiji chega e vai ficar tudo bem. – Logo após, deixou seus pertences na mesinha de centro da sala, sentou no sofá e esperou. Esperou dez, vinte, trinta, quarenta minutos e nada.

Não conseguindo tomar as rédeas de seu desespero, ligou para Akaashi diversas vezes, contudo, caía continuamente na caixa postal.
A ansiedade irradiava de Bokuto e podia ser ouvida a quilômetros de distância, o homem rodava a sala quase criando um buraco em seu chão, o seu temor era palpável. Enfim, depois de uma hora e meia – o que mais se pareceu dias – o seu telefone tocou. E na tela brilhante do celular reluzia o nome "Keiji meu amor", onde atendeu de imediato:

Alô? Senhor Bokuto Koutarou? – Uma voz grave se mesclava com alguns ruídos no outro lado da linha.

– O-Olá, sou eu sim, com quem eu falo e porque está me ligando do celular do meu marido? – A agitação e aflição eram notáveis, e se faziam presentes em cada sílaba que saía da boca do bicolor.

Senhor Bokuto, sou o Konoha, médico do hospital Fukorodani. Primeiramente, peço que mantenha a calma, e que sinto muitíssimo pela notícia. – A voz melancólica e empática do médico arrepiou o corpo inteiro de Bokuto.

– Doutor, me desculpe, mas como pode me pedir para MANTER A CALMA?! E porque sente muito? Por que está me ligando do celular do meu marido? Ele está bem? Por favor, me dig – O homem foi interrompido pelo médico que com uma voz desolada e taciturna, disse:

Senhor, seu marido sofreu um acidente de carro nesta noite, a batida foi fortíssima. Os primeiros socorros foram feitos da maneira mais rápida que conseguimos, mas infelizmente ele não resistiu.

Sinto muito, Akaashi Keiji faleceu.



      Bokuto jamais esperou pensar que coincidentemente o acidente por qual ele passou e que no meio dos entulhos e do caos, estaria seu marido em um estado de emergência.

A dor da perda dele, o dilacerou e a saudade o corroía todos os dias. O cotidiano sem a presença de Akaashi, o sufocava.

O luto brincava com Koutarou da forma que queria, nos momentos mais inesperados, seja na falta de alguém sentado ao seu lado no café da manhã, na lacuna que ficava ao não ouvir o tintilar dos dedos de seu marido, escrevendo no computador; na ausência dos abraços carinhosos ao final de um dia longo ou nas coisas simples como a caneca de café que Akaashi sempre deixava estrategicamente no lado esquerdo de seu notebook, esse que continua aberto, pois Bokuto nunca teve coragem de fechá-lo ou de tirar a caneca do porta copos com um desenho de uma bola de vôlei.

A casa parecia vazia sem Keiji, as roupas ainda perfeitamente alinhadas exalavam o perfume dele, os quadros espalhados pelo apartamento o traziam lembranças aconchegantes, mas não conseguia olhá-los por muito tempo sem que suas bochechas fossem tomadas pelas lágrimas.

O gélido anel de prata, localizado no dedo anelar de sua mão esquerda, o recordava do dia do pedido de casamento. O lembrava dos seus dias com Akaashi, de suas memórias desde o ensino médio.

Por tudo que fosse sagrado, queria imensurávelmente voltar naquele dia e salvar o amor da sua vida.

E se como se fosse uma linda e trágica coincidência, Koutarou sempre viu – e sempre verá – Keiji como a maior estrela de sua existência, mas não contava que agora, a luz desse astro o acompanharia do céu.

Realmente, Bokuto nunca havia simpatizado com a palavra "coincidência", a razão nada mais era do que uma crença simples que tinha desde criança.
Mas, agora o motivo tinha nome e sobrenome. E mais do que tudo, uma saudade e amor infindáveis.

Coincidências;Onde histórias criam vida. Descubra agora