Capítulo 4- The Snake Eye

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   Derek acordou sentindo o peso de Stiles sob seu corpo. Tentando olhar ao redor, notou um pequeno feixe de luz vindo de uma janela que ele não tinha visto quando entrou no quarto.

—Acordou? — Perguntou quando sentiu o outro mover-se.

—Parece que sim... — Stiles resmungou, com o rosto escondido no pescoço de Derek.

—Vai me contar o que tinha naquela bebida?

—Uma dose de acônito diluído em vinho, misturado em um pouco de vodka... — Stiles se sentou no colo de Derek —Por isso você ficou duro e demorou pra notar...

—Acônito?

—Mata-lobos, confunde seus sentidos, eu fiz minhas pesquisas.

Derek encarou o outro se espreguiçando, sentado em seu colo. Sentiu uma onda percorrer seu corpo e seu pau pulsar, chamando a atenção de Stiles.


     °-°-°-°-°


No andar principal da boate, as pessoas iam embora. A maioria bêbada demais para conseguir traçar uma linha reta até a porta. A barwoman terminou de limpar o balcão e organizar as bebidas, se despediu da ruiva que, de certa maneira, parecia monitorar a atividade ali.

Quando o salão estava finalmente vazio, as luzes se apagaram, deixando o local num breu total. A ruiva subiu as escadas, ignorando os murmúrios e gemidos desgostosos que vieram dos camarotes. Entrou na Toca da Raposa, procurando por seu companheiro, mas encontrou apenas um pedaço de papel no grande sofá.

“Ligação de emergência no trabalho. A noite foi ótima, diga ao Stiles que não tivemos nenhum problemas nos outros camarotes.

Mal posso esperar pela sua noite.

Beijos, Parrish!”

A ruiva pegou caminhou até a mesa do dj, que agora estava vazia e desligada,  pegou um celular e discou o número do homem. Demorou três toques para ser atendida.

Lydia?

—Da próxima, não escreva um recado, me diga diretamente! — Ela soava divertida.

—Você estava dormindo tão relaxada, eu não tive coragem de te acordar...

—Obrigada, querido! Ligue quando estiver saindo daí!

Lydia atravessou a porta que ficava no canto do camarote e atravessou o corredor com calma, até chegar na última porta. Deu dois toques na porta e esperou ser atendida, sem sucesso.

—Stiles, é bom acabar logo, hoje é sábado e logo os pais de Jackson estão chegando... — Falou alto, esperando ser ouvida.

Mentalmente, ela xingou quem tinha construído os quartos a prova de som. E sem seguida agradeceu, lembrando da noite anterior, com Parrish.


°-°-°-°-°



Depois de algum tempo, Lydia desceu as escadas e acendeu a luz do salão principal, revelando um local limpo e com a decoração completamente diferente da decoração da noite anterior. Os enfeites vermelhos foram substituídos por contrastes de roxo; nos pilares, grandes cortinas pretas com detalhes em branco, pequenas máscaras coladas em alguns cantos.

Lydia caminhou até a porta de entrada, sendo capaz de ouvir o barulho do dia, vindo lado de fora. A ruiva abriu a porta, a luz do sol invadiu o local, revelando os cristais pendurados no teto, refletindo a luz dourada.

—Finalmente! — Uma voz masculina chamou sua atenção.

—Senhor e Senhora Whittemore! Bem vindos, novamente. Entrem! — Ela sorriu dando passagem para os dois entrarem —Infelizmente, não posso oferecer uma bebida, o bar ainda está fechado..., mas sentem-se, por favor! — Apontou para os bancos do balcão.

—Corta essa, cadê o meu filho? — O homem falou, botando a mão no ombro da esposa, impedindo a mulher de sentar-se.

—David... — A mulher sussurrou, tentando acalmar o marido.

—Vocês sabem as regras, somente na presença do responsável dele... — Lydia falou cruzando os braços.

—Nós somos os responsáveis dele! — Ele gritou.

—Você me entendeu...

—É bom você nos deixar ver nosso filho, ou eu juro por deus que queimo esse lugar até a última cortina! — Ele gritou, apontando na direção das escadas.

—Aguarde aqui...

A ruiva subiu as escadas, ouvindo o salto da Sra. Whittemore bater, impaciente, no chão. Entrou na toca da raposa, cruzou o corredor e, dessa vez, deu três toques na porta.

—Stiles! — A ruiva gritou batendo na porta de novo —Você tem cinco minutos, eles estão lá embaixo e prometeram queimar tudo... — Resmungou abrindo a porta, encontrando um Derek deitado, com um cobertor cobrindo seu corpo e Stiles calçando os chinelos.

—Eu duvido que sejam capazes de riscar um fósforo sem a ajuda de uma empregada! — Stiles debochou, caminhando até a porta —Tome um banho e se arrume, Derek! — Ele sorriu, olhando para trás —Está um lindo dia lá fora!

Stiles e Lydia saíram, cruzaram o corredor com certa calma. Ao chegarem no andar principal da boate, David Whittemore deu alguns passos firmes na direção de Stiles, que sorria cínico, ouvindo o homem resmungar alguns palavrões.

—Querem uma bebida? — Stiles perguntou andando até o bar —Por conta da casa! — Falou pegando uma garrafa de uísque na prateleira.

—Sem enrolação, Stilinski! Onde está o Jackson? — David gritou encarando o outro.

—No mesmo lugar que estava na semana passada... — Falou enchendo o copo —Quando você veio aqui e falou que ia queimar tudo se o Theo não deixasse você vê-lo— Bebeu um gole.

—Escuta aqui, seu moleque! — A voz de David morreu em sua garganta, quando, pela primeira vez, desde que ele tinha chegado ali, o Stilinski o encarou nos olhos.

David sentiu suas pernas paralisarem diante do olhar desafiador de Stiles. De pé e de braços cruzados, Stiles parecia ler a mente de David, enquanto girava o copo, fazendo uma espécie de maré de uísque ali dentro.

—Escute, David... — Ele falou caminhando na direção do homem —É importante você se lembrar que isso aqui— Apontou para o homem —Não faz parte do trato do seu filho...

—Stilinski, por favor! — A Sra. Whittemore pediu, encarando ele.

Um sorriso debochado se formou nos lábios de Stiles, que se virou para encarar a mulher.

—Mônica! — Ele riu baixo —Tinha me esquecido de você... Vamos fazer um trato... — Coçou o queixo —Eu realmente estou de saco cheio de receber vocês aqui todo fim de semana... vocês sabiam que a boate também funciona nos dias de semana? Todos os setes dias, todos os sete temas...

—Fiquei sabendo... — David resmungou.

—Enfim, se vocês passarem a vir... uma vez por mês, vocês podem ver o filho de vocês sem intervenções e responsáveis... — Deu o último gole do uísque —Parece bom pra mim, não é como se ele pudesse ir pra algum lugar, o que acham?

Mônica encarou David, quase suplicando para que ele aceitasse. David pareceu relutante, mas acabou estendendo a mão direita, para que Stiles apertasse. Stiles riu.

—Quantos anos acha que tenho? Trinta? — Caminhou até o bar, botou o copo na bancada e se direcionou até as escadas —Não se preocupe, Senhor Whittemore, eu não esqueço dos meu acordos, não precisamos de contratos ou apertos de mão...

—Sem entrelinhas? — Mônica questionou indo até as escadas.

—Não tenho interesse em vocês... — Stiles resmungou subindo os degraus.

Stiles, Lydia, Monica e David cruzaram os corredores com calma. Mônica olhava para os lados e, toda vez que ela conseguia ver o interior de um camarote, seu rosto ganhava um grau de horror.

—A boate ainda está fechada, porquê eles já estão aqui? — Ela questionou, vendo Stiles dar de ombros.

—Eles não saem... — Lydia respondeu, sem olhar para os lados.

—Chegamos! — Stiles sorriu parando em frente a uma porta de vidro, com um fumê preto.

—Ele está aí? — Mônica perguntou, se aproximando.

—The Snake Eye... bem a cara dele, não acham? — Stiles sorriu abrindo a porta —Jackson, visita!

Dentro do The Snake Eye a iluminação era verde, nas paredes haviam esculturas de cobras, como se elas rastejassem parede à cima. Em um dos cantos, existia uma espécie de viveiro, contendo algumas cobras e lagartos pequenos, e um minibar.

No canto oposto, tinha um sofá feito de um couro que, de perto, imitava os padrões das escamas de uma cobra. Na parede contrária à porta de vidro, tinha uma grande escultura de uma cobra preta, com a boca aberta e, dentro da boca, um olho reptiliano, com a íris de um verde brilhante. Ao lado da escultura, existia uma pequena porta, de onde Jackson saiu, acompanhado de um homem forte.

Jackson usava somente uma cueca e o homem tentava fechar o cinto de sua calça, tendo certa dificuldade, sentindo os olhares de Mônica e David sob si.

—Opa! — Stiles sorriu caminhando até ele —Jackson, ajude-o!

—Não precisa! Já consegui! — Ele falou levantando os braços —E já vou indo!

—Volte mais tarde! — Stiles falou abrindo passagem para ele —Qual o seu o nome? Eu tenho a impressão de que já te vi por aqui...

—Ethan... você deve ter visto meu irmão...

—Gêmeos? — Foi Lydia quem perguntou agora.

—Isso!

—Então você é o gêmeo gay! — Ela falou sorrindo.

—Pare de envergonhar o menino, Lydia! — Stiles riu —Volte mais tarde, hoje é teremos o Baile de Máscaras! É sempre um show à parte, quando as Máscaras caem!

Ethan apenas concordou com a cabeça e se distanciou no corredor.

—O que estão fazendo aqui? — Jackson finalmente falou, carregando uma garrafa de vinho.

—Viemos ver você! — Mônica falou caminhando até ele.

—Vocês têm uma hora! — Lydia falou saindo do quarto.

—Vocês ouviram a ruiva... — Stiles saiu atrás dela.

Ao fechar a porta do camarote, Stiles encarou a ruiva, que tinha um sorriso sugestivo nos lábios e uma sobrancelha erguida.

—O que foi?

—Como “o que foi"? Quem era o deus grego na sua cama?

—A diversão de ontem... e, possivelmente a diversão de hoje...

Lydia riu, vendo o outro dar de ombros e caminhar na direção da The Fox’s Den. A ruiva o seguiu e se jogou no sofá, assim que entrou.

—O que vamos fazer até a boate abrir? — Perguntou enrolando uma mecha de seu cabelo.

—Você vai sair e arranjar alguma coisa pra ocupar sua mente doentia e insaciável... — Stiles falou voltando do bar com duas taças e uma garrafa de vinho —Eu vou usufruir do homem que, possivelmente, ainda está deitado na minha cama.

—O temido quarto de número sessenta e nove! — Lydia riu —Quem vai regular o tempo os Whittemore?

—Jackson vai expulsar os dois antes de meia hora de conversa! — Stiles riu cruzando o camarote.

Stiles abriu a porta do corredor de quartos e deixou a ruiva rindo no sofá do camarote. Ele cruzou o corredor sorridente, segurando a garrafa de vinho com firmeza. Chegou ao quarto sessenta e nove e viu Derek deitado na cama, ainda encarando o teto.

—Trouxe vinho! — Anunciou caminhando até a cama.

—Eu estava pensando... — Ele virou para encarar o outro.

—No que? — Stiles questionou abrindo a garrafa e enchendo as taças.

—Por que esse quarto é o sessenta e nove? E por que ele é o único com numeração? — Derek questionou pegando a taça que Stiles lhe deu.

—É simbólico... não fui eu quem escolheu! É ridículo...

—Quem escolheu? — Derek riu.

—Perdi uma aposta com Theo! Eu pensei que ele estava mentindo, quando falou que ia dar uma numeração ao quarto!
Derek continuava a rir, ouvindo Stiles narrar o dia que Theo tinha chegado com dois pregos, um martelo e dois números.

Lydia estava se preparando para sair da boate quando ouviu o barulho dos saltos de Mônica ecoarem pelo ambiente. A mulher possuía uma feição triste e, vindo atrás dela, David transmitia certa raiva.

—Já? — Ela questionou vendo eles se aproximarem  —Vocês ainda têm, tipo, uns quarenta minutos... — Olhou o relógio em seu pulso esquerdo.

—Ele não queria conversar muito... — Mônica sorriu, triste —Obrigada por nos deixar vê-lo! — Falou caminhando até a porta.

—Até o mês que vem! — Lydia falou vendo eles saírem da boate.


------NOTAS------
EU SEI QUE FALEI QUE IA ATUALIZAR NA QUINTA, MAS EU TINHA QUE DAR UMA REVISADA BÁSICA, PQ EU ESCREVI ESSE CAPÍTULO COM SONO -E PODE SER QUE UM ERRO ALI OU AQUI TENHA PASSADO BATIDO...
NESSE CAPÍTULO EU JÁ DEI UMAS DICAS DO QUE SE TRATA A BOATE E O ENREDO EM SI, MAS QUERO VER QUAIS SÃO AS APOSTAS DE VOCÊS!!!

PRÓXIMO CAPÍTULO: O BAILE DE MÁSCARAS

spoiler: "—A máscara é sua oportunidade de botar a sua verdeira face à mostra, sem, de fato, mostrar alguma coisa! Aproveite!"
Até o próximo 🤠



I Put A Spell On You |Sterek|Onde histórias criam vida. Descubra agora