Mais que amigos - taekook

feitos um para o outro

— Oi, hyung. — cumprimentei o recente "ruivo", com as mesma borboletas de sempre no estômago.

Depois daquele dia, nós dávamos uns beijos de vez em quando, mas nunca mais do que isso. Estávamos num tipo de amizade colorida.

Eu sabia que isso iria acabar mais comigo no momento em que ele me abandonasse. Só não sabia que iria acontecer tão cedo.

— Oi, Jeongguk. — ele sorri fraco. Estranho, mas deixei passar.

Nos sentamos no sofá e esperei ele falar alguma coisa, mas isso não aconteceu, então resolvi perguntar.

— O que veio fazer aqui? Não que eu esteja te expulsando, só... — antes que eu pudesse tentar concluir, ele me interrompeu.

— Eu preciso conversar com você. — a frase foi dita com tanta seriedade, que senti meu estômago embrulhar.

Por que eu sentia que não era boa coisa?

— Claro, pode falar, hyung. — enguli à seco.

— Eu vou ser direto. Eu voltei com o Bogum. 

Certo, eu sabia que algo do tipo aconteceria a qualquer momento, mas como eu disse, não sabia que seria tão cedo. Senti meu mundo parar e achei que não fosse suportar a dor no meu coração.

Taehyung percebeu que eu não falaria nada e continuou falando.

— Ele me ligou ontem, nós fomos nos encontrar e entre uma conversa e outra decidimos voltar, você sabe que eu gosto muito dele. — eu escutei ele dizer, mas não conseguia mais olhá-lo nos olhos.

Ele não pensou em nenhum momento em mim? Tudo bem que não tínhamos nenhum relacionamento concreto, mas eu ainda era, até ontem, o cara que ele beijava. 

Isso me magoava muito. Saber que eu não fui o suficiente pra fazer Taehyung gostar de mim. Mas sempre foi assim, acho que eu não podia mudar isso. Iria acabar morrendo sozinho.

— Gguk, você tá me ouvindo? — percebi que eu estava divagando, quando ouço ele me chamando.

— Estou sim, hyung, eu só... vou no banheiro rapidinho. — falei a primeira coisa que me vem à cabeça, para fugir um pouco de perto dele e de toda a situação.

Me levantei e praticamente corri para o banheiro. Tranquei a porta e me olhei no espelho. Minha respiração estava descompassada, olhos vermelhos de segurar o choro. Patético.

— Você é patético, Jeon Jeongguk. — falei para meu próprio reflexo.

A dor no meu peito aumentava a cada instante, eu sentia que iria morrer. Estava sentindo literalmente meu coração sendo quebrado em pedacinhos. Amar era tão ruim.

Me encostei na parede, deslizando até o chão. Me sentei e senti as lágrimas silenciosas rolarem pelo meu rosto, enquanto tentava acalmar minha respiração.

Peguei meu celular, com as mãos tremendo, liguei para o meu contato de emergência, meu segundo melhor amigo. Park Jimin.

No segundo toque, ele atendeu.

— Alô?

— Jimin... — minha voz saiu falha e chorosa.

— Jeongguk, o que houve? — podia sentir a preocupação na sua voz.

Não queria ter que explicar para ele por telefone e queria que ele me ajudasse a sair dali. Sem que deixasse as coisas ficarem estranhas entre eu e Taehyung. Porque eu não suportaria ficar sem ele, mesmo que seja só como amigo, era melhor do que nada. Trouxa, eu sei.