Prólogo

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Pharm havia retornado à Tailândia não muito tempo atrás. Apenas algumas semanas antes do início do semestre, para falar com exatidão. Ele se mudou para os Estados Unidos com sua mãe quando seu pai ainda era vivo e lá ficaram quando seu irmão mais novo nasceu e até mesmo quando sua mãe decidiu abrir um restaurante após a morte de seu pai. Mas quando chegou a hora, Pharm pediu a sua mãe que voltasse para a Tailândia e concluísse sua graduação lá, como era o sonho de seu pai. A mulher gentil nunca poderia negar algo a um de seus filhos e o deixou ir.

É por isso que Pharm estava animado para começar esta nova jornada em sua vida. Ele mal conhecia algumas pessoas lá, com exceção de seu primo Sin e do namorado de sua primo, Sorn, mas em geral ele era quase um estrangeiro em seu próprio país. Esse também foi o motivo pelo qual se sentiu tão confortável ao ser recebido por um grupo de amigos.

Manaow, Team e Del se conheciam desde o ensino médio e agora estavam iniciando a universidade juntos, apesar de estarem fazendo cursos diferentes. As meninas foram para a faculdade de Artes e ele e Team foram para a faculdade de Economia. Pode ser uma colaboração estranha, mas os quatro se deram bem rápido e bem. Foi como o destino.

A propósito, Pharm havia dito a eles -- em uma noite em que eles decidiram provar álcool --, que estava de volta à Tailândia porque sentiu algo chamando por ele, embora ele não soubesse o que exatamente. Ele também mencionou que tinha problemas com ruídos altos e pesadelos, então o grupo tinha esse tipo de proteção em relação a ele. Era muito emocionante vê-los se unindo como irmãos perdidos reunidos depois de tanto tempo.

Porém, depois de uma das saídas noturnas, para comemorar o fim da primeira semana de provas, algo aconteceu e mudou tudo isso. Na verdade, Pharm não bebeu naquela noite porque era o encarregado de levar os outros 3 para casa, já que estavam completamente bêbados. Foi sua maneira de agradecê-los por sempre serem tão solidários.

A viagem para casa foi agradável e normal, até que um carro atrás deles os atingiu quando pararam em um semáforo vermelho. O motorista não respondeu ao sinal de luz ou buzinas, fazendo Pharm se assustar e então o motorista começou a acelerar, empurrando o carro ocupado pelos alunos. O movimento repentino fez Pharm congelar no local. Como em um filme de terror, Pharm se viu incapaz de reagir e pisar no pedal do freio, vendo o carro sendo levado ao choque com outro cruzando o sinal. O barulho vindo do acidente foi a última coisa que Pharm ouviu antes de perder a consciência.

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Dois dias depois, Pharm acordou cercado por Manaow, Team e um casal vestindo roupas brancas. Eles estavam preocupados porque os médicos não tinham certeza se ele abriria os olhos novamente. Mas se soubesse das notícias que estava prestes a ouvir de seus melhores amigos, provavelmente subornaria o destino para nunca mais o fazer acordar.

"Pharm…", Manaow começou e Team lançou-lhe um olhar simpático, apertando-lhe a mão para lhe dar coragem e conforto para dizer as palavras. "Del está morta..."

A cor desapareceu do rosto do menino e ele sabia que era sua culpa. Seu gatilho o fez colocar seus amigos em risco e agora, havia levado um deles a um destino fatal. Apesar dos outros dois estarem bem, Pharm não conseguia evitar os pensamentos que sua ansiedade sempre lhe enviava.

Del estava no banco do passageiro, ao lado de Pharm e os dois sofreram o pior da colisão. No entanto, Del ainda foi atingida por uma parte do carro e encontrou a morte instantaneamente. Os médicos disseram que ela não sofreu muito porque o choque a fez desmaiar antes de ser atingida pelo ferro, mas Pharm não conseguia parar seus pensamentos intrusivos. Para sua surpresa, sua vida estava prestes a ficar ainda mais difícil.

Ele tentou acalmar a mãe e assegurou-lhe que não era necessário que ela fosse à Tailândia para ajudá-lo. Ele havia diminuído os detalhes sobre o acidente e ela acreditou em suas mentiras. No entanto, um certo casal não estava disposto cair por elas da mesma forma.

"Você não pode entrar neste quarto, Khun! Khun! Por favor, Khun, terei que chamar o segurança!", a enfermeira tentou impedir o casal de entrar no quarto de Pharm causando comoção no corredor do hospital.

A mulher não precisou ser apresentada antes de começar sua fala, porque sua raiva tornou sua identidade bastante óbvia. "Então foi você quem matou o meu bebê!", disse a mulher, encarando o menino que estava sozinho no quarto. Sua voz falhou com a menção de Del. "Como você pôde fazer isso?", ela suspirou e desviou o olhar de Pharm, não dando a ele a chance de ver suas lágrimas.

"Sinto muito, K'Mae!", Pharm tentou dizer, seus lábios tremendo de desespero, as lágrimas caindo de seus olhos instantaneamente, um produto do medo que ele vinha segurando em seu peito desde o momento em que ouviu falar sobre Del. Ele também era o culpado, mesmo que seus amigos, os médicos, as enfermeiras e até a polícia dissessem que a culpa não era dele.

"Não me chame assim! Eu não te dei permissão para ser tão informal comigo! Você acabou de matar minha única filha!", disse a mulher e se virou para sair da sala, mas parou no meio do caminho. "Espero nunca mais te ver menino!", ela ameaçou e saiu da sala com o marido a seguindo.

Do lado de fora da sala, um homem alto, pele bronzeada e um olhar mortal tentou confortar sua mãe. "Não se preocupe mãe, ele não vai sair impune dessa forma..."

"Pharm Trivinij, vou fazer você se arrepender dos seus atos.", pensou consigo mesmo.

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