Capítulo 3

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Antes de ir para o condomínio de Pharm, o casal foi à piscina para trocar o uniforme de Dean. No entanto, ele não tinha nenhuma outra roupa para vestir.

"Acho que não tenho uma camisa que sirva em você, mas essa calça vai ficar bem…", Pharm entregou ao namorado uma calça de moletom antes de entrar no banheiro para tomar banho quando finalmente chegaram em casa.

Logo depois que o mais alto saiu pingando água e tentando secar o cabelo com uma toalha, Pharm correu para o banheiro para evitar olhar diretamente para o peito largo diante dele. Era a primeira vez dele com Dean dentro de seu apartamento e, ok, ele já o tinha visto sem camisa antes, mas de alguma forma isso parecia diferente de quando eles se conheceram na piscina. O menino corou, mas tentou acalmar seus pensamentos com a água fria. Ele tinha um assunto sério para compartilhar com Dean antes de qualquer coisa.

Quando os dois alunos tomaram banho e relaxaram sentados lado a lado no sofá de Pharm, ele decidiu que era hora de começar.

"E-eu…", a vogal trêmula fez Dean prestar atenção nele. "P'Dean... como você já deve saber, eu tenho essas crises de ansiedade com frequência. Mas o que você ainda não sabe é sobre outra coisa... eu também tenho problemas com ruídos altos e para dormir." o assunto repentino fez com que o sênior definitivamente mudasse seus pensamentos e se concentrasse no garoto ao seu lado.

“Desde muito jovem tenho estes… pesadelos em que me vejo claramente assistindo o amor da minha vida tirando a sua própria vida e…”, Pharm começou a hiperventilar.

"Calma, bom menino… Estou aqui. Pode tomar o tempo que precisar…", Dean disse tentando acalmá-lo, mas ao mesmo tempo sua mão tocando o ombro esguio estava tremendo porque as palavras de Pharm eram tão familiares para ele. A descrição de seus pesadelos não era diferente da sua.

"Pharm… o nome Intouch é familiar para você?", Dean perguntou.

"Você conhece o P'Korn, P'Dean?", Pharm disse, com lágrimas caindo dos olhos.

"Oh Pharm! Te encontrei! Finalmente te encontrei, meu bom menino!", Dean respondeu abraçando o menino com força.

"Espere, P'Dean… tem mais uma coisa que eu preciso te contar…", Pharm se separou do abraço, mas ainda segurou a mão do outro no seu colo.

Dean ergueu uma sobrancelha, confuso e só então o sênior lembrou de seu objetivo principal ali.

"Não muito tempo atrás, na verdade, apenas alguns meses atrás... Eu estava dando carona para meus amigos para casa, mas um motorista louco atingiu meu carro e empurrou-o até que colidirmos com outro. O acidente tirou a vida de um da minha amiga… P'Dean… é tudo por causa desses pesadelos! Toda vez que eu escuto um barulho alto aquelas memórias voltam para mim e eu congelo sem ter como pensar e então eu… eu… ", Pharm começou a chorar descontroladamente, segurando a mão de Dean apertada como se assim fosse capaz de fazê-lo manter a realidade em foco.

Este foi o momento que Dean esperou por alguns meses desde que soube dos detalhes sobre o acidente. O que ele ainda não sabia era que o erro das vidas passadas deles era o culpado pela crise de ansiedade de Pharm. Se Korn não tivesse tirado sua própria vida, Pharm não sofreria com o gatilho decorrente de ruídos altos e provavelmente não reagiria dessa forma quando o motorista os antigiu. Sua irmã havia morrido por causa de algo que ele fez antes mesmo de perceber isso. Afinal, o Pharm não era realmente o culpado.

"Oh, Pharm!", Dean disse, abraçando o garoto e fazendo-o sentar em seu colo. "Meu bom menino, por favor ... shh ... shh...", Dean murmurou palavras doces tentando aliviar a dor que ele sabia que seu amado estava sentindo no momento, porque ele sabia o que era ter esse tipo de culpa para carregar. "Não foi sua culpa, Pharm! Não foi sua culpa, meu bom menino…".

Quando Dean disse as palavras, ele percebeu pela primeira vez que também acreditava nelas. Era errado fazer Pharm pagar pela morte de Del. Na verdade, ele era quem estava em débito com o menino e a constatação o fez se sentir péssimo por suas ações no passado e na vida atual e ele chorou junto com o homem mais baixo.

Dean segurou Pharm e Pharm nunca largou seu abraço também. Suas peles estavam quentes, apesar da mudança do tempo lá fora. Estava chovendo e os dois acalmaram a respiração tentando sincronizá-las com os sons suaves que as gotas de água estavam fazendo na janela de Pharm.

"Você vai ter que passar a noite aqui, Phi…", o garoto sussurrou baixinho, corando muito depois.

Dean também percebeu naquela noite que não poderia machucar Pharm, nem mesmo se quisesse. O menino sentado em seu colo e abraçando sua nuca era precioso demais para ele. Sua tristeza era sua tristeza também. Seu sorriso aqueceu seu próprio coração. Ele estava completamente apaixonado por ele e nada iria mudar isso.

"Você se sente bem com isso, meu bom menino?", Dean perguntou com um sorriso malicioso.

"Sim! Eu confio muito no meu P'Dean!", o bravo rapaz disse, beijando suavemente a sua bochecha como uma prova da sua confiança.

"Você é um menino travesso, não é?", o sorriso de Dean cresceu mais e ele começou a fazer cócegas nas laterais do menino, fazendo-o gritar entre as risadas.

Dean parou e encarou Pharm muito seriamente. "O que aconteceu, Phi?"

"Acabei de perceber que preciso fazer uma lista de todas as coisas que amo aqui em você! ", Dean disse, levando Pharm para sua cama e gentilmente deitando ali o corpo esguio." Eu amo seus olhos... ", Dean beijou as grandes olhos castanhos." Eu amo seu lindo nariz... ", Dean disse, beijando a ponta do nariz. "Eu amo cada pequeno detalhe sobre você, meu bom menino!", Dean disse, deitando ao lado de Pharm na cama, mas descansando apenas a cabeça sobre o coração do outro. Ele estava com medo de machucar o garoto se ele deitasse o corpo sobre ele, mas também estava confortável assim, já que ele podia ouvir as batidas do coração tão rápidas quanto um beija-flor batendo as asas.

Pharm riu baixinho e usou a mão para pentear o cabelo do outro. Os dois adormeceram pouco depois, sendo completamente cobertos em sua bolha rosa de adoração.

Na mesa de cabeceira, o telefone de Dean recebeu uma nova mensagem:

"Filho, vamos voltar para casa na sexta-feira!"

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