Papai Helion

Capítulo 2 (Revisado)

▪︎● Anos depois e aqui estamos...

Anos haviam se passado, mais especificamente 7 anos. O pequeno Lucien já não era tão pequeno quanto antes, o menino tinha seus cabelos longos iguais aos do seu pai que depois de ver seu filho e o conhecê-lo, usava os fios castanhos soltos. Quem os conhecia poderia perceber que todos os dias ambos estavam combinando.
Helion fazia questão de permitir que seu filho escolhesse as roupas e os acessórios que o Grão-senhor usaria no dia, e o motivo não poderia ser melhor... Lucien ficava feliz.

O pequeno rapaz já era apelidado por todos aqueles que conviviam com ele de pequena raposa, afinal sempre fora muito ágil e ardiloso. Com seus 7 anos, mais de 14 babás já haviam passado por suas mãos e todas desistiram, alegando que era complicado acompanhar o ritmo do herdeiro. Helion já começava a refletir sobre a ideia de desistir e fazer o filho o acompanhar em todos os compromissos

As vezes as filhas do Grão-senhor da Crespuscular (Thesan) e o primo do Grão-senhor da estival vinham para a Corte Diurna para todos os pequenos herdeiros estudarem juntos, podia se dizer que era com uma grande frequência que as aulas aconteciam. Apesar de uma das pequenas meninas chamada de Lirie odiasse o ruivo com todas as suas forças, ninguém entendia qual era a raiz deste ódio mas eram crianças então não haviam pessoas que olhavam para isso duas vezes, afinal, crianças nem sempre tem a mesma opinião sobre algo, não é?

Mas nesse dia em específico, não haviam aulas ou lições. Era apenas Lucien correndo por aí e se escondendo da sua nova babá, a pobre coitada estava realmente se esforçando. O pai do menino estava em mais uma reunião de adultos da qual Lucien não poderia participar, mas mesmo assim ele queria entrar como a boa criança curiosa que era... sempre gostava de se esgueirar por aí.

Helion estava sentado na cadeira da cabeceira de uma grande mesa oval, sua coroa bem firme em sua cabeça e tinha seu cajado apoiado perto de sua mão esquerda. Tudo aquilo para ele era uma palhaçada, entediante e até mesmo um pouco ridículo mas se ele precisava ouvir para melhorar sua corte ele faria. E ele sempre fazia.
Sua segunda no comando falava sobre alguma coisa provavelmente importante, mas Helion não sabia diferenciar as palavras da mulher pelo fato de estar com uma absurda dor de cabeça deste que entrou naquele recinto. Deste então ja haviam se passado mais de duas horas... duas horas em que ele fingia entender as palavras daquelas pessoas.

O menininho ruivo entra correndo na sala de reunião, interrompendo a todos e ignorando todos eles também, ele não parecia se importar com os olhares que lhe eram direcionados. O silêncio pesado se faz presente e todos olham para o Grão-senhor, esperando para ver o que ele faria a respeito. Mas ao invés de repreender o filho apenas sorri ao ver o menino vir até ele com seus passinhos apressados.

- Papai, papai! Olha olha! Estou brilhando igual o senhor!- Ele diz sacudindo as mãozinhas com animação, o sorriso do Helion apenas aumenta, como poderia repreender algo tão fofo? O mais velho pega o pequeno Lucien (que agora brilhava como uma pequena estrela) no colo.

- Está sim minha pequena raposa!- Helion beija a testa do filho com carinho e acena para todos com a mão livre. um sinal informando que aquela reunião estava encerrada. O homem decide que não havia perigo de deixar o cajado ali, então sai e se concentra apenas em Lucien.

Uma hora depois eles cruzam a porta da biblioteca. Haviam feito uma caminhada tranquila pelos jardins onde Lucien ainda brilhava e conversava com o pai, feliz por ter atenção e entusiasmado com o novo poder.

Helion depois de muito tempo se sentia completo e talvez seja por isso que sua pele reluziu um pouco, naquele momento com o seu filho tudo parecia estar no lugar certo. Mesmo que estivessem na biblioteca e Aramina não estivesse ali com eles, o grão-senhor poderia rir e ser feliz apenas por saber que o seu ruivinho havia brilhado de felicidade, que estava feliz e seguro por estar naquela corte com ele.