Capítulo 1

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 Dês de pequenos aprendemos que tudo tem seu preço, a pequena seria é a prova "viva" disso, porém quando estamos determinados à conquista alguma coisa pouco nos importamos com os riscos. Além de ser difícil chegar temos que nos preocupar com mais essa, enfim difícil a vida de pobre quem concorda respira.

 Sou atriz dês dos meus 11 anos de idade, criei uma paixão enorme pela arte cênica por conta da escola e seus projetos. Meus pais viram minha paixão e aproveitaram para me ajudar, com 15 anos gravei minha primeira novela na SBT, nada muito grande, mas era um salto muito alto  para a pequena Alice. Hoje com 22 estou preste a fazer um teste para um projeto internacional, se estou nervosa? Sim eu estou muito nervosa, uma pessoa que sofre de ansiedade não devia passar por isso não é mesmo?

 O dia estava ensolarado com poucas nuvens coisa rara na grande São Paulo, lugar onde eu moro a 2 anos, sinceramente não gosto de viver aqui, sinto falta da minha pequena cidade em Minas Gerais.

 Cheguei alguns minutos antes na faculdade onde aconteceria o teste, os pré-requisitos era ser fluente em inglês - óbvio -, estatura média, cabelos escuros, pele parda, e olhos escuros. Perfeito para min, praticamente me descreveu. Liguei para meus pais antes de aceitar a oferta, eles me disseram que poderia ser um sinal de que minha hora estava chegando, espero que eles estejam certos.

- Você demorou - disse Gabi

- Claro que não, falta meia hora- ligo a tela do celular para conferir o horário e consigo acalmar meu coração em saber que estava certa.

- estou brincando, não precisa se apavorar - reviro os olhos e subo as escadas do salão principal- estou torcendo por você, eu sei o quanto seus pais lutaram para essa oportunidade, mas você sabe que não é certeza né?

- Gabi hoje não é um bom dia para você colocar meus pés no chão- paro de subir as escadas e olho nos seus olhos azuis - eu estou tranquila e nada vai me abalar, obrigada pelo apoio, até mais tarde.

Conheci a Gabi no primeiro dia de aula, ela se especializou em teatro enquanto eu em telas ( TV, cinema,etc). Tínhamos uma história parecida duas  meninas de cidade pequenas que se mudaram por conta de um único propósito, ser alguém na vida.
Ela tem o perfil de menina patricinha e não vou negar a Gabi chega ser irritante as vezes, sempre achando a dona da razão e que sua palavra é a última, mas eu gosto da sua amizade por incrível que parece ela consegue ser divertida, companheira.
Depois de subir algumas escadas de piso que imita cerâmica, passo perto da sala de troféus e quadros de filmes famosos que alunos da faculdade participaram, imagino um quadro bem grande meu bem no meio dos meus filmes favoritos ( minha mãe é uma peça e O Auto Compadecida) dizem que a lei da atração funciona.

- Alice que bom que veio - disse meu professor de improviso - te indiquei pois acredito no seu potencial - ele sorri para mim - sente ali eles começaram o teste e todo em inglês então se prepare - Cleiton era alto, de pele escura adorava usar roupas soltas e cabelo rapado na zero, ele sempre me apoiou e me deu dicas dizia ter muito talento e que um dia eu teria uma carreira incrível, se isso não acontecer vou culpa-lo por botar esperança em mim ( estou brincado)- já pensou em algum famoso que queira conhecer? - ele sentou ao meu lado

- Gostaria de conhecer o Tom Holland, todos falam tão bem dele deve ser uma pessoa incrível, além de ser um bom ator - solto um sorriso meigo

- És a questão...- ele tosse- quem é o melhor homem aranha ?

- Essa discussão é bem complexa tá bom, todos tem seu ponto forte e fracos isso fica para outra hora - rimos

As horas passavam lentamente, eu já não aguentava mais olhar para o relógio, balançava minhas pernas para um lado e para o outro até que chegou minha vez, Cleiton me deu mais uma frase de apoio e saiu do corredor pois tinha aula. A sala era bem iluminada, com três câmeras e um fundo branco, havia duas mulheres e um homem sentado ao meio de frente ao monitor, umas das mulheres me posicionou no lugar correto e as apresentações começaram.
Não foi tão assustador como achei que seria, quando estávamos falando de nossas vidas rimos bastante e o assunto se estendeu por vários minutos a encenação foi rápida pois era de improviso não havia estudado o texto antes, então desmontei  da forma mais rápida que consegui, no fim eles me agradeceram e elogiaram meu inglês ( vocês não tem noção da satisfação que isso me deu ) fui embora para casa.
Fiz miojo ( como todos os dias ) deitei no sofá e olhei meu instagram onde eu também trabalhava, esse pequeno hobby me ajudava com algumas contas e me distraia, nem sempre por conta dos comentários negativos, mas gostava de mexer na internt e nas redes sociais, às 20horas recebo uma ligação dos meus pais onde, meu pai tinha acabado de descobrir que estava desempregado e que não conseguiria me ajudar com a mensalidade da faculdade por um tempo, meu irmão do meio quebrou a perna andando de moto e meu irmão mais novo tinha sido nomeado o melhor aluno do semestre na escola onde estudava. Foi tanta informação que não sabia se eu chorava ou sorria.
Se passaram mais de um mês e eu não tinha recebido resposta sobre o teste e a contabilidade da faculdade havia entrado em contato comigo sobre a mensalidade, por mais que eles estendiam para mim não era o suficiente, comecei arruma minhas malas para voltar a minha cidade meus pais precisavam de mim e eu deles, Gabi tentou me convencer a ficar mas já era tarde me despedi de todos e fui embora.
Minha vida já tinha se estabilizado na minha cidade natal, comecei a trabalhar em um supermercado quase não tinha folga e recebia  pouco, já tinha desistido de tudo na minha vida e passei a não ter mais esperanças, meu pai continuava desempregado e a crise nos deixava  cada vez mais pobre

- Será que um dia vamos ter um carro? - perguntou meu irmão mais novo

- Não só um carro, mas um carro de luxo, uma mansão bem grande com um quintal enorme para o Zeus correr por todo lado - não queria que meu irmão deixasse de sonhar por conta da minha história fracassada, mas também não queria fantasiar sua cabeça com baboseira - mas para isso teremos que correr muito atrás e o primeiro passo é estudar, você sabe disso né?

- claro que eu sei - ele revira os olhos e sorri

Dois meses se passaram nada, no fundo bem no fundo eu ainda tinha esperança e aquele sonho de desfilar no tapete vermelho, fechava os olhos todas as noites e imaginações de algo que eu nunca viveria, só que pareciam mais real do que a vida que eu estava levando.
Até que um dia no meu horário de almoço recebi uma ligação de um nunero estranho, pensei comigo " que merda de numeros de São Paulo " mas o DDD era diferente, então resolvi atender

- Alô- disse nervosa

- Oi, eu falo com Alice Ferreira? - respondeu uma voz feminina

- Sim eu mesmo - começo a falar inglês e meu coração acelera

- Aqui é Michele, algum tempo atrás você fez um teste e os produtores gostaram de você, será que poderia vim aqui em Los Angeles?

- Sim, claro que posso - imaginei tantas vezes esse momentos mas..... Até hoje não sei explicar essa sessão

- Vamos conversando por email, para esclarecer algumas coisas, te espero aqui, tenha um bom dia- me despeço e desligo o celular.

Acho que agora vai.....

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Oiii, eu voltei com a fanfic do zero, me desculpe pelo capítulo enorme mas eu acho que está bom, qualquer coisa me avisem haha

Vamos voltar pros 5k

Nunca Diga NuncaOnde histórias criam vida. Descubra agora