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Acordei com o barulho do quarto de baixo. Porque Fred e George eram tão barulhentos?
Raios de sol passavam pela cortina e cheiro de ovos vinha da cozinha. Levantei e desci, estava morrendo de fome.

— Bom dia! — dissemos eu e os gêmeos. Aparentemente  eles desceram logo atrás de mim.

— Bom dia, querida! Sente-se, já coloquei seu prato na mesa. — o cheiro estava maravilhoso. — Meninos, podem se sentar também.

— Obrigada, tia Molly. — disse com a boca cheia — Vamos para o beco diagonal, hoje não é? Moony está indo agora de manhã.

— Sim, querida. Sairemos o quanto antes. Sei que está com saudades do Harry. — Fred olha pra mim com um sorrisinho.

— Estou, com certeza, mas também não posso esperar para ver a Mione e contar tudo sobre o Egito.

Quando finalmente acabei de comer, subi e acordei Ginny. Nós duas precisávamos finalizar as malas.

Quarenta minutos depois estávamos todos prontos para ir.

— Caldeirão Furado! — disse dentro da lareira. Viagens com pó de flu sempre me deixavam enjoada, então quase caí quando cheguei no destino.

— Lia! — disseram Hermione, Harry e Remus em uníssono. Os três vieram me abraçar. — Como foi o Egito? — perguntou a morena.

— Incrível, pena que vocês não puderam ir, quase morri de saudades!! — disse abraçando cada um separadamente.

Segundos depois, todos os Weasley estavam logo atrás de mim. A Sra. Weasley não pôde esperar e contou para todos os presentes - novamente - sobre Percy ser monitor chefe. Ginny, Ron, Fred, George e eu estávamos mais interessados em contar sobre nossa viagem: tomamos 30 minutos do tempo de Harry e Hermione.

Antes do almoço, o Sr. Weasley e o Remus puxaram eu e Harry para um canto.

— Bem, vocês provavelmente sabem o tópico dessa conversa. — disse Arthur.

— Meu pai, digo, Sirius Black. — Remus fez uma careta ao ouvir tal nome.

— O próprio. Vejam, nós e o ministério achamos que ele pode está atrás de vocês, do Harry mais especificamente, mas de você também Lia. — o senhor Weasley estava muito sério.

— Vocês sabem o que eu penso sobre, não é? Eu não acho que ele seja culpado e nem que vá fazer algo ruim contra mim ou qualquer outra pessoa. — digo tentando manter a voz firme, falar sobre meu pai não era tão fácil. Quase ninguém acreditava na minha teoria, e provar que ele era inocente era muito difícil.

— Lia, olha, sei que acha que ele é inofensivo, mas você deve tomar cuidado, ok? — disse Remus, ele realmente parecia preocupado — Prometa que não irá atrás dele. Você também Harry.

— Eu prometo. — dissemos.

Remus me deu um abraço. Ele estava com medo, dava para ver. Mas ele também queria acreditar em mim. Seus pensamentos estavam em conflito. Nunca foi fácil pra ele. Desde que me lembro, falar sobre o papai foi a parte mais difícil da nossa relação. James e Lily sempre eram citados. Peter, Marlene e Mary também. Mas ele não conseguia falar sobre Sirius. O sentimento de traição o corroía por dentro, junto com a saudade. 

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Durante a viagem de trem até Hogwarts, a locomotiva parou e tudo começou a ficar frio. Fred disse que talvez o aquecedor tivesse quebrado, mas porque o trem estava sem sair do lugar?
Passados alguns minutos, o frio ficou mais intenso, então uma sombra começou a aparecer no vidro da porta da cabine. Era um dementador.
De repente, minha visão ficou turva e eu me vi no colo do Moony, muitos anos atrás, ele estava chorando, enquanto balançava seu corpo para me fazer dormir.

— Lia, você está bem? — minha visão ainda não estava clara, mas eu tinha quase certeza de que era o Remus ao meu lado — Coma isso, você vai se sentir melhor.

— O que aconteceu?

— Um dementador entrou na cabine e começou a sugar você. — disse Fred — E então você desmaiou. — completou George.

— Mais alguém foi atacado?

— No outro vagão, Harry desmaiou também. — o homem parecia despreocupado — Não se preocupe, ele está bem. Se me dão licença, preciso falar com o maquinista.

Assentimos. Comi o chocolate que ele me deu e logo estava de volta ao normal.

Depois de trocar de roupa, - para as vestes da Grifinória - passei pelo vagão onde meus amigos estavam, só para conferir se estavam bem após o ataque de dementador.
Entrei e dei um abraço em Harry, que ficou com as bochechas rosadas.

— Soube que também desmaiou, que bom que está bem! — dissemos ao mesmo tempo. Ron e Mione riram da gente, e eventualmente, os quatro estavam rindo e se empanturrando de doces.

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O trem chegou na estação de Hogsmeade por volta das sete da noite. Como sempre, os primeiranistas foram de barco, com o Hagrid, e os outros alunos de carruagem. Por sorte, fiquei na mesma em que os gêmeos.

Entrar no salão principal depois de dois meses é sempre mágico, o céu enfeitiçado para parecer o lado de fora e as velas flutuantes são magníficos.

As mesas foram aos poucos se enchendo de estudantes e o Chapéu Seletor já estava em seu banquinho esperando o começo da cerimônia.
Finalmente eu poderia ver acontecer, porque no último ano, estava levando bronca do professor Snape por ter chegado em um carro voador enquanto acontecia. Esse ano, quase fiquei presa na enfermaria por conta do desmaio, mas consegui convencer a madame Pomfrey de que estava bem.

O jantar estava perfeito. Os alunos estavam com tanta fome depois do discurso do Prof. Dumbledore que comeram super rápido. Felizmente, não houve tempo para comentários sobre o fugitivo de Azkaban.

Após o jantar, os monitores guiaram os alunos novos até os salões comunais. Percy nos deu a nova senha para entrar no da Grifinória.
Passei o resto da noite arrumando minhas coisas no dormitório com Hermione, que insistiu que fizéssemos isso o quanto antes.

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