𝐆𝐎𝐋𝐃𝐄𝐍 𝐆𝐈𝐑𝐋 - Harry Potter

002

Logo no café da manhã, a professora McGonagall entregou nossos horários. Minha primeira aula era Poções, seguida de Defesa Contra as Artes das Trevas e Runas Antigas. Felizmente, de tarde eu só tinha Trato de Criaturas Mágicas.

— O que vocês acharam dos horários? —perguntou Neville, que estava sentado do meu lado.

— Achei ok. Na verdade, não posso esperam para ter as matérias novas! Quais vocês pegaram? — Eu tinha pego apenas duas aulas adicionais e teria as duas nessa segunda-feira.

— Eu peguei todas. — Hermione respondeu, não parecendo muito preocupada com os horários. Todos olharam pra ela confusos, mas ela logo desviou o assunto. — Bem, deveríamos nos apressar, a primeira aula é com o Snape, vocês sabem como ele é.

Todos assentiram e seguiram até as masmorras.

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A aula de Poções não foi tão ruim quanto eu esperava. Modéstia parte, eu era muito boa nessa matéria, então não tinha como o professor pegar muito no meu pé. Porém ele descontava em mim de outra forma: sendo injusto com os meus amigos.
Desde o primeiro ano, eu ficava na mesma mesa que Neville, para lhe dar uma ajudinha, já que poções não eram seu forte. Mas de qualquer forma Snape achava motivos para implicar com com ele. Nessa aula não foi diferente, foram tomados 10 pontos da Grifinória, sem motivo nenhum.

***

DCAT estava sendo a melhor aula do dia, Remus era um ótimo professor. Estávamos aprendendo um feitiço defensivo contra bichos-papões.

— Agora ergam suas varinhas e digam Riddikulus! — disse o Prof. Lupin.

— Riddikulus!

— Muito bem! Agora façam uma fila para colocarmos esse feitiço em prática.

Ron foi o primeiro da fila, seu bicho-papão era uma aranha. Parvati foi a próxima, ela transformou uma cascavel gigante em uma caixa surpresa. O bicho-papão de Seamus era uma banshee e o do Dean era uma mão decapitada que andava sozinha.
Então chegou minha vez, e a mão do Dean se transformou na pior cena que eu já vi: era meu pai, com a marca negra em seu braço. Meu maior medo era que Sirius Black fosse realmente quem diziam que ele era. Eu congelei.

— Riddikulus! — Harry disparou o feitiço por mim e a marca negra se transformou em uma minhoca. — Lia, você está bem? Vem, eu vou te levar tomar um ar. — ele pegou minha mão e caminhamos pra fora da sala.

— Eu estou bem, Harry. Obrigada por se preocupar. — abri um meio sorriso.

— Se precisar conversar pode contar comigo. — ele me deu um abraço, que fez a bochecha de ambos corar.

Como já estava no final da aula, fui com ele até o sétimo andar, onde ficava a sala da Prof. Trelawney, a professora de adivinhação. Depois encontrei com Hermione no caminho até a sala de Runas Antigas.

— Mione, como vai fazer pra assistir a todas as aulas?

— Olha, você não pode contar pra ninguém, ok? — disse a morena séria — A professora Minerva me emprestou um vira-tempo.

— Por Merlin Hermione, isso é incrível! Ela deve confiar demais em você.

— Pois é! — dava para sentir o tom de orgulho em sua voz.

***

A última aula do dia foi Trato de Criaturas Mágicas, logo depois do almoço. Hagrid nos ensinou um pouco sobre hipogrifos.

— Bem, algum voluntário para interagir com o Bicuço? — nessa hora todos deram um passo para trás, menos eu e o Harry. — Harry! Lia! Sabia que poderia contar com vocês! Venham!

Relutantes, demos alguns passos e fizemos uma reverência para o animal, que retribuiu depois de alguns segundos, nos permitindo chegar mais perto.
Seu bico tinha uma textura completamente lisa e suas penas eram muito macias.

— Ótimo! — disse o grandão batendo palmas — Agora vocês podem montar nele!

— O que? — tarde demais, Hagrid ergueu a gente e nos colocou nas costas do animal.

— Segurem firme, mas não puxem as penas dele!

Eu segurei o mais forte possível na cintura do garoto a minha frente e fechei bem os olhos.
Harry parecia um pouco tenso, mas se soltou depois de um tempo.

— Lia, confia em mim e abre os olhos! — assim que fiz o que ele disse, Bicuço diminuiu a velocidade e chegou bem perto do Lago Negro.
Respingos de água molharam meu rosto e eu criei coragem para soltar Harry e erguer os braços. Esse momento foi magnífico e pareceu durar dias.

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Passei o resto da tarde fazendo minhas tarefas, o Prof. Snape passou 15 centímetros de pergaminho para o outro dia.  Os meninos quiseram deixar para fazer depois do jantar, e passaram a tarde jogando xadrez e batendo papo.

Mais tarde me encontrei com os gêmeos e com a Ginny para ir jantar, já que normalmente janto com eles para planejar pegadinhas e fofocar sobre o pessoal da escola.

— Lia, você e a Ginny serão nossa distração, — Fred disse olhando nos meus olhos como se isso fosse a coisa mais importante do mundo — precisamos que o  Filch e a madame Nor-r-ra fiquem longe do banheiro masculino do terceiro andar. — Completou George.

— Falamos disso depois meninos! — Ginny parecia, surpreendentemente, muito entediado com a pegadinha.

— Sobre o que quer falar então? — Perguntei.

— Sobre como o Harry te olha! É óbvio que ele está afim de você. — Senti meu estômago dar algumas voltas.

— É verdade, Lia, duvido que ele queira ser só seu amigo! — Concordou George.

— Primeiro, Harry e eu somos só amigos, ok? — Os tres se entreolharam e começaram a sorrir maliciosamente. — Segundo, porque não estamos falando sobre como a Ginny olha pra Luna ou como a Angelina olha pro Fred ou como o George olha pra Katie?

Os três ruivos reviraram os olhos e finalmente mudaram o assunto para o acidente envolvendo o Malfoy e o Bicuço.

***

Depois do jantar fiquei no sofá da comunal deitada no ombro do Ron, enquanto o mesmo escrevia em um pergaminho, o apoiando no próprio joelho. Na poltrona ao lado estava Mione lendo um livro trouxa qualquer, e no chão, estava Harry de barriga para baixo também escrevendo em um pergaminho.
Ficamos assim até os garotos terminarem as tarefas, depois passamos o resto da noite jogando Snap Explosivo.

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