Capítulo 5

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-Eu vou adorar conhecer a casa de seus pais em Bristol algum dia. - Olivia estava na cozinha de sua casa junto do piloto e de Thomas.
-Mas ainda estou esperando para conhecer os pais de seu amigo, Max.
Thomas pigarreou e encarou a mãe.
-Você quis dizer, os pais do namorado de Amelie.
Olivia ficou em silêncio por alguns segundos encarando Lando, como se não gostasse de ouvir que Max era namorado da filha.
-É que para mim ainda é difícil entender que vocês não estão mais juntos, sabe? Ainda mais que vão... Viajar, juntos.
Lando sorriu e assentiu.
-Eu entendo, mas minha mãe faz questão de que Amelie vá nesse evento que ela organiza.
Amelie desceu as escadas com uma pequena mala e colocou em cima da bancada. A garota estampou um sorriso nos lábios e encarou sua mãe que estava com a expressão séria, enquanto Lando e Thomas se encaravam.
Amelie franziu o cenho.
-Vocês estão no meio de uma conversa que não me inclui?
Olivia negou com a cabeça e se aproximou da filha.
-Claro que não, amor, só estava falando a Lando sobre a minha vontade de conhecer os pais de Max. Já que você e ele tem alguma coisa, mas você insiste em ir a casa de Cisca e Adam.
Amelie piscou rapidamente e encarou Lando que desviou o olhar.
-Mãe, essa coisa de conhecer pais é muito... Ultrapassada, não precisa mais disso. Eu e Max estamos juntos e só, não vamos casar semana que vem.
Lando voltou o olhar para Amelie.
-Por favor, não façam isso. - o garoto sorriu pelo canto da boca.
Amelie riu e negou com a cabeça.
-Bem, precisamos ir antes que fique tarde - Lando se desencostou da bancada da cozinha e se aproximou de Olivia - Obrigado pelo almoço, Olivia, eu não direi a minha mãe, mas você faz uma torta de carne incrível.
Olívia sorriu para Amelie e depois encarou Lando.
-Você não me decepciona, garoto. Por isso gosto de você.
Thomas e Amelie se entreolharam, a garota estreiou os olhos.
-Meu Deus, quanto baboseira! Adeus, Olivia, eu e Thomas a deixaremos e não voltaremos nunca mais! - a garota colocou as costas da mão contra a sua testa e encarou o teto.
Olivia puxou a filha para perto e a abraçou com força.
-Se despediu do seu pai?
- Sim, ele estava dormindo, mas o acordei brevemente.
Olívia assentiu. Amelie se aproximou do irmão e o abraçou com força.
-Se cuide e... Aproveite, coma por mim.
Lando riu com o comentário de Thomas.
-Comida não falta, com certeza.
Amelie pegou sua mala e acompanhou Lando para o lado de fora. Colocou suas roupas no porta-malas e entrou no lado esquerdo no banco do passageiro.
Assim que colocou o sinto, Lando ligou o carro e encarou Amelie antes de acelerar.
-Achei que seu pai estava melhor depois daquela vez em que ele está muito mal mesmo... Eu o vi outro dia e ele parecia bem.
Amelie deu de ombros.
-Ele tem dias bons e dias ruins. Está a bastante tempo sem ingerir álcool, o que deve ser estranho pro corpo dele já que ele passou anos só bebendo e bebendo...
Lando assentiu.
-O pior é que... - Amelie suspirou e engoliu sua saliva para tentar espantar a vontade de chorar - Eu as vezes tenho a sensação de que a culpa é minha, se não fosse por mim, minha família não teria passado pelo o que passou. Eu os fiz darem todo o dinheiro deles para investirem em minha carreira...
-E olha onde vocês estão agora - Lando tocou no joelho da garota e se inclinou - Você conseguiu comprar uma casa para a sua família em um ótimo bairro, você chegou a Fórmula 1, Amelie! Você está realizando seu sonho, todo o sacrifício que eles fizeram, agora vale a pena!
A garota encarou Lando, seus olhos castanhos com lágrimas.
-E eu tenho medo de perder tudo isso por tão pouco! Um clique, uma postagem, uma fofoca e eu perco tudo isso!
Uma lágrima escorreu do olho de Amelie que rapidamente a secou.
-Não posso me dar a esse luxo, não posso me privar de ter a minha vida!
-É por isso que vamos lutar juntos, Amelie! Eu não quero que fique assim...
A garota limpou as lágrimas de seus olhos e encarou Lando por alguns segundos antes de rir. O piloto franziu o cenho, confuso.
-Por que está rindo?
Amelie negou com a cabeça, um sorriso largo estampado em seu rosto.
-É que parece tão... Maduro. Dizendo que vamos lutar para ficar juntos, me fazendo promessas... Onde foi parar o garoto que me provocava e que era imaturo?
Lando fechou a cara e deu de ombros.
-Tenho vinte e dois anos, Amelie. Sou um homem e preciso me portar como um.
Amelie franziu o cenho.
-Só faltou o sotaque espanhol no meio dessa frase, parece que ouvi Carlos falando.
O piloto voltou sua atenção ao pára-brisa e acelerou o carro.
-Carlos sempre me encheu com isso de que eu tinha que encontrar alguém e me aquietar, que eu veria como é bom ter alguém ao lado...
Amelie riu.
-Isa tem sorte de ter alguém como Carlos e ele também tem sorte de ter alguém como ela. Os dois são maduros, sabem o que querem...
-O que é maturidade para você, afinal, Quill?
A piloto deu de ombros.
-Ah, não sei explicar com palavras, mas acho que a partir do momento em que a pessoa assume suas questões, lida com os problemas e não se esconde atrás de mentiras, pode se considerar maduro.
Lando assentiu.
-Você sempre teve problemas com mentiras, não é?
-Eu não gosto que mintam para mim, você sabe disso e você viu o que aconteceu...
-E senti na pele.
Amelie deu de ombros.
-Exatamente.
O garoto ficou em silêncio e pigarreou. Será que Amelie considerava esconder uma verdade, mentira? Ou apenas uma omissão? Ele não estava mentindo para ela, apenas não sabia se ela sabia. E era melhor não tocar no assunto, tão cedo.
-Eu sei que nós dois aprendemos com o passado, mas ainda estamos aprendendo.
-Sim... - Lando estreitou os olhos enquanto encarava a estrada. Teve a sensação de que Amelie queria lhe dizer algo. A garota ficou em silêncio, o que fez Lando estranhar.
-Certo, por que não me conta sobre esse jantar que sua mãe faz e convida várias pessoas.
Lando sorriu enquanto encarava a estrada.
-Para ser honesto com você, não há um motivo para esse jantar. É mais para ela exibir a casa para a vizinhança e alguns amigos, o pessoal adora fazer isso.
-O pessoal rico, por que eu nunca fiz isso com a minha família. Pelo contrário, não convidamos ninguém a nossa casa, eu divida o quarto com meu irmão e o lugar estava caindo aos pedaços, não nos orgulhava. - Amelie manteve o bom humor em seu tom de voz.
A garota só queria mudar de assunto depois de sentir a tensão no carro.

𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑡𝑜 𝑆𝑢𝑟𝑣𝑖𝑣𝑒 4 - Não desista do Sonho | Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora