Commander.

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Seul estava extremamente fria naquele dia. A chuva caia em uma fina garoa, misturada com os cristais da neve, indicando que o inverno estava em seu ápice total. Fazendo os coreanos se encherem de acasalhos e evitarem ao máximo sair de casa para não correr riscos de congelar completamente, ou até mesmo, fazendo alguns perderem o horário...

Im Changkyun bufou ao ouvir o despertador de seu celular sentindo a preguiça de inverno lhe invadir. Ainda de olhos fechados, colocou o despertador no modo soneca, jurando que iria dormir por mais dez minutinhos. E então o despertador tocou, mas não haviam se passado dez minutos, mas sim trinta. O jovem de vinte e três anos pulou ligeiro de sua cama. O que ele menos queria era ouvir a reclamação de seu chefe, pois aquilo seria um pesadelo dos grandes.

Se arrumou em tempo recorde. Colocou sua farda de qualquer maneira, sem parar para arrumar o cabelo. Suspirou profundamente, sentindo a barriga roncar de fome, sem poder parar para comer as rosquinhas de chocolate que tanto adorava da padaria à frente do prédio onde morava, ao invés disso, saiu porta afora às pressas, sentindo o corpo se arrepiar de frio.

Correu, esbarrando em pessoas e criando desculpas para contar ao seu chefe. Ele poderia dizer que foi vítima de um assalto a caminho do trabalho? Não era uma desculpa tão esfarrapada... Ou era? Ainda assim, parecia melhor do que receber gritos do chefe assustador.

Changkyun parou em frente ao grande prédio do quartel do exército militar de Seul, apoiando as mãos no joelho e se permitindo respirar por alguns segundos, agradecendo por não ter caído pelo gelo escorregadio.

Entrou pelo grande portão de ferro, já dando de cara com alguns companheiros militares e sendo gentil, acenando e os cumprimentando. Podia saber pelos olhares deles que estavam prevendo a morte de Changkyun. Respirou profundamente com calafrios de medo por suas entranhas.

Seu celular tocou e ao ver o nome do melhor amigo atendeu rapidamente.

— Por que sua respiração tá rápida? — Hyungwon perguntou com uma malícia explícita na voz.

— Perdi o horário e vim correndo para o quartel — explicou a situação.

— Seu comandante vai ficar puto... — Changkyun jurava que o outro sorria. — Veja pelo lado bom, ele tem uma queda por você e não vai te demitir.

O jovem Im rolou os olhos.

— Ele não tem uma queda por mim.

— Ele tem um penhasco por você — falou lentamente, com muita ênfase. — E você acha ele gostoso, não é?

— Ele é... Arrumadinho. — Deu de ombros mesmo que o outro não o visse.

A verdade era que seu comandante era gostoso demais.

Com a farda grudada em seu corpo forte e com a aura imponente que tinha, o homem era o desejo secreto de muitos soldados. E mesmo que estivesse na casa dos trinta, não deixava de ser atraente aos olhos dos mais novos como Changkyun.

Infelizmente o comandante tinha uma ex-mulher que não o deixava em paz, e isso, mesmo que sem sentido, causava um ciúmes em Im.

— Arrumadinho? Ele é tão... — Hyungwon falava diversos adjetivos exagerados.

— Hoseok sabe que você fala assim de outros homens? — Chang provocou.

— Só estou falando, não é como se eu fosse dar para o seu comandante — retrucou. — Essa parte do trabalho já é sua.

— Meu Deus! — exclamou corando. — Qual sua insistência com isso? Argh, eu não gosto dele.

— Mentir é pecado.

Yes Commander; JookyunOnde histórias criam vida. Descubra agora