Capítulo 5 (Revisado)

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▪︎● Eu... só ando fingindo...

Um mês se passou e a conversa sobre Tamlin ainda passava na cabeça de Lucien, era estranho pensar que... bem, ele teria que ir para outra Corte para um tratado.
Ele faria mas não por querer, apenas por obrigação, precisava se manter firme em tudo que fazia afinal era isso que todos esperavam dele, pelo menos ele era feliz, ele adorava sua Corte e tinha pessoas que o Amavam em sua volta, como Ren, uma amiga do seu pai que virou sua melhor amiga, estava sempre lá com ele, sabendo de tudo e também o ajudando com a maioria das coisas, era estranho pensar nisso mas ao mesmo tempo era perfeito.

Ren era a melhor amiga que alguém poderia ter, ela nasceu na Corte Outonal mas vive na Corte Diurna deste que Lucien tinha 9 anos, ele sabe disso porque foi no mesmo período onde ela chegou no castelo para cuidar dele, deste então são quase inseparáveis.

Agora era um dia onde Lucien apenas escutava o pai, Tarquin e sua esposa, Lirie estavam sentados do outro lado da mesa e ao lado de Lucien estava Luzie que apenas observava a irmã e murmurava para Lucien que aquilo era patético, de fato, só faltava a mais velha das gêmeas explodir de tão vermelha que estava, já que o marido não sabia parar de falar algumas bobagens em seu ouvido, tão baixo que ninguém presente conseguiria ouvir além dos dois.

Helion por sua vez não parava de falar sobre o caldeirão e suas propriedades, sempre mostrando algumas coisas no livro ou então apontando outras no quadro atrás de si.

Era óbvio que já não era mais a mesma coisa que antes, quando todos eram crianças e as falas do mais velho era muito mais interessantes e seus olhinhos brilhantes e grandes ficavam vidrados no mais velho, sorrindo e anotando folhas e mais folhas de um assunto qualquer que Helion havia preparado para todos.

- Preciso que dois de vocês me tragam uma réplica do caldeirão... Lucien e Lirie, vão agora, por favor.- Lucien prontamente se levantou depois de ouvir o pai.

Lirie também se pôs de pé.

- Querido, esta no quarto ao lado da cozinha.- Helion diz dando as instruções para o filho que afirma com a cabeça andando em silêncio para fora da biblioteca.

Lirie seguiu o mais velho com calma e delicadeza, o vestido que usava arrastava no chão, ela parecia flutuar, Lucien percebeu.
Ela continuava com a cara fechada de sempre, sempre foi assim, ficava séria quando estava com Lucien, coisa que ele nunca entendeu ou entenderia, afinal, como alguém poderia odia-lo a tanto tempo?

Eles andavam e um Lucien cada vez mais pensativo e uma Lirie cada vez mais raivosa não perceberam que tinha uma pessoa os seguindo, na verdade, essa pessoa deveria ter sido denominada de raposa, uma brisa gentil beijou o rosto do ruivo quando passaram por uma janela aberta.
Finalmente chegaram no local que Helion indicou, Lucien abriu a porta e Lirie entrou, ele fez o mesmo segundos depois, claro que era bem fácil achar a réplica do caldeirão, mesmo que fosse pequena era chamativa.
Assim que Lucien ia pegar um click alto foi ouvido.

Lirie correu para a porta batendo na mesma depois de perceber que estava trancada.

- Alguém abre essa porta!- Ela grita esmurrando a porta, o homem arregala os olhos de forma apavorada.

- Alguém abre isso! Agora!- desta vez é Lucien que grita, não era possível que em uma casa cheia de Féericos ninguém estivesse ouvindo eles.

Gritaram por muitos minutos, mas logo o ruivo desistiu e se sentou no chão com suas costas na parede, apenas olhando a mulher continuar a gritar muito alto.
Sua cabeça começava a doer.

- Você sabe como é difícil... fingir não te amar? eu fico vendo você fazer de tudo para sair daqui e eu tento fingir te ajudar... afinal tudo que eu ando fazendo é fingir! você... me odeia tanto assim a ponto de não perceber o que está na sua frente?

Lirie junta as sobrancelhas embasbacada com o que acabará de ouvir saindo da boca do homem que todos diziam ser uma raposa e com isso acabou parando de gritar.

- Então Lirie não vai me responder?

O Tom que ele usou deixava claro que exigia uma resposta... mas qual? Lirie não sabia, não fazia a mínima ideia.

- Eu... eu... sinto muito por eu não ter percebido antes Lucien, se eu tivesse percebido... não teria feito muitas coisas.

Foi tudo que a Mulher conseguiu dizer no momento, o olhar dele nela fazia isso, deixava ela nervosa, as mãos dela começaram a suar.

- Deuses Lirie! Todo mundo já percebeu! Até mesmo nossos pais e a sua irmã! Você sabe o que é isso? Seus pais ja sabem e você não.

Respirando fundo ela foi até ele e se sentou ao lado do mesmo encostando a cabeça que tinha um belo penteado em seus cabelos na parede.

- Nós sempre brigamos e discutimos Lucien! Eu achei que você me odiasse! Você demonstra isso e eu te vejo com as outras meninas e...

Ele te corta a pessoa ao seu lado, sem ligar para a educação ou até mesmo para a etiqueta, sem ligar para o fato das suas famílias serem amigas ou para o fato de aquele assunto ser muito delicado para ambos, ele semicerrou os olhos antes de falar.

- E eu te vejo com o seu marido! Penso que ele pode te beijar e que você pode gostar e eu sei que você gosta! Que ele pode te sentir, tocar... que ele pode ser melhor do que eu...- Lucien parecia tão frustrado e a menina percebia isso no olhar dele.

Um silêncio pairou no ar, o silêncio que fazia ambos quererem chorar e rir, um silêncio que significava todos os anos que se amavam de forma silenciosa, os muitos anos aonde estudavam juntos e então... quando se viam no baile.

- Sabe que isso é impossível né?

Lirie disse acabando com aquilo, ele olhou em nos olhos da mulher, os olhos dele brilhavam, de amor, angústia, alívio e muitos outros sentimentos dos quais ela não fazia ideia de qual eram.

- Impossivel é meu castelo ser maior.

- Com certeza, concordo com você nisso.

Ambos riram e se olharam mais uma vez, mais relaxados.

- Por favor Lirie, não me empurre para longe.

Ele diz antes de colocar a mão gelada no seu queixo dela e juntar os lábios dos dois, ela imaginou como poderiam ser mas... eram doces, doces e macios. Ambos suspirava juntos e ao mesmo tempo, mas então um click alto ressoou pela sala.
E eles se afastaram rápido, a porta foi aberta revelando Tarquin e Helion.

- Aqui estão vocês... o que houve?- Tarquin vai até a mulher, ajudando ela a levantar.

- Nós prenderam aqui.- Lirie informa e Helion faz uma careta pegando a miniatura do caldeirão e saindo.

Enquanto isso, Tarquin e Lirie olharam para Lucien que deu de ombros e se levantou, Tarquin colocou sua mão na cintura do suas esposa antes de sair do local com ela, minutos depois Lucien voltou para a biblioteca onde Helion continuava a sua aula.

{AVISO DA AUTORA}

Gente antes de alguém falar "já vi isso em algum lugar" quero avisar que o texto original é Meu.
Está no meu perfil do app ao lado, branco e preto, podem ir lá ver, eu apenas modifiquei para ficar de acordo com a história.

Papai HelionOnde histórias criam vida. Descubra agora