somebody that I used to know. - Soukoku [DESCONTINUADA]

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Oi! eu sei que eu demorei um pouco mais do que eu costumo demorar dessa vez :( mas eu fiquei com um bloqueio criativo gigantesco nesses últimos três meses e não conseguia escrever nada que eu ficasse satisfeito e confortável com a minha escrita.
  De compensação, tá aí a att tão esperada por vocês, com direito a sofrimento, depressao, lágrimas e mais sofrimento 😍, mas de presente temos aí um pouco de raiva e finalmente, algum desenvolvimento no relacionamento do Dazai e do Chuuya, boa leitura, e me perdoem mais uma vez, pela demora <33 ( não esqueçam de checar os TWs pra esse cap!!! )

conforto, memórias e realizações.

28 de fevereiro de 2016, seis anos atrás, uma hora atrás dos últimos acontecimentos.
Quarto de Dazai.
17:07 da tarde.

TW!! : tentativa de suicídio, auto-mutilação abuso psicológico, incentivo ao suicídio.

NARRADOR

Normalmente, pessoas que fogem são covardes, mas por que não fugiria? é inútil ficar, seria apenas adiar algo inevitável, uma hora ou outra, o que você tanto teme vai acontecer.

Osamu era incrivelmente bom em fugir.

Nunca tinha sido bom em lidar com o modo como se sentia, do mesmo jeito que se você corre em círculos, sempre vai acabar no mesmo lugar em que começou, sentimentos conflitantes e confusos que sempre acabam na mesma coisa, vazio. Dazai se sentia tão vazio e solitário o tempo inteiro, mesmo rodeado de pessoas, o vazio ainda pesava em seu peito. Mas como conseguiria explicar o que sentia? Ele não entendia. Ele sentia demais, e por conta disso, não era capaz de sentir nada.

Mas Osamu ria, estava constantemente fazendo piadas e sorrindo diante de tudo o que acontecia, tentando desesperadamente manter o controle de tudo que se conflitava em sua cabeça. Cantarolava ao som da música clássica que rodava em seu celular, um sorriso triste que deslizava no rosto como se fizesse parte de si, enquanto os lábios secos e machucados de tanto serem usados como um refúgio, uma paz momentânea sussurram um segredo nunca contado para um vento passageiro que não podia escutar o desespero em seu tom de voz, não podia te ajudar, mas mesmo assim, parecia te escutar. me ajude.

Dazai tinha amigos, tinha a quem recorrer em momentos assim, mas como deveria fazer isso? Não era humano o suficiente para ter laços que lhe traziam uma sensação de conforto, não era humano o suficiente para ter uma relação em que quem ficasse ao seu lado não saísse machucado por sua culpa, por não saber lidar com os problemas de Osamu, todos que se importavam sempre acabavam longe de si.

Tudo que nunca quis perder já está perdido no momento em que eu a obtenho.

Sua vida tinha sido contaminada pela tristeza cedo demais, tinha tido sua chance uma vez, mas ela tinha sido arrancada de si, arrancada por si mesmo, que não aceitava que merecia tais sentimentos direcionados a você mesmo, não era capaz de sentir felicidade, não merecia a felicidade depois de tudo que tinha feito a todos próximos de você. Lembranças de olhos da cor castanha tão brilhantes e mais vivos que os seus lhe atormentavam e não deixavam sua cabeça por mais que tentasse esquece-los, olhava para o fundo da sua alma, onde todos os pecados que já tinha cometido eram mantidos como se lhe perguntasse se não se sentia culpado.

Dazai Osamu era um campo minado, uma rosa das mais bonitas que já tinha visto, as pétalas vermelhas e brilhantes que enganavam qualquer um a tentar lhe tocar, escondendo os espinhos que cobriam todo o caule, que assim que era tocado, mandava todos para longe, mas ainda tinha alguns que persistiam, como se tentassem o consertar, mas era inútil, iriam todos embora na hora em que as faíscas do coração negro de Osamu se acendiam, atiçando o casticeiro e o fazendo explodir, mais uma vez. Esse era o dilema do ouriço, afinal de contas.