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Estavas tão madura
que nem vi os anéis.
Cortei os ramos ladrões.
Dei uma poda
como não dava
há muito tempo.
Fiz um enxerto no tronco,
vais parir um rouxinol
na Primavera.
Abres gretas
e reclama o cimento.
Penso na tua sombra preciosa,
nos teus frutos saborosos,
tens que ter o teu espaço.
Vi-te chegar,
sempre foste alta.
Escolhi o teu lugar,
o meu balouço.
Tens a graça da minha infância,
quando sentiamos o vale
observando do alto.
Foste sempre o meu suporte.
Respiras o ar que inspiro.
Expiro o ar que respiras.
Nunca hás-de fugir.
Nunca hás-de fingir.
Será sempre teu esse lugar,
até ao dia,
que a transfusão de vida
entre sangue e seiva,
termine com as nossas raízes
e se transforme em composto.

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