Eu sei cuidar de mim

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  De noite, dentro de uma das favelas do Rio de Janeiro, uma pessoa com uma máscara, luvas e encapuzada com um casaco escuro andava sorrateiramente entre as sombras, esta subia para uma das partes mais altas da favela com muita cautela mesmo que não tivesse muitas pessoas ali por causa do horário. Até que minutos depois ela avista um homem com uma pistola ao lado de uma casa com um rádio comunicador no bolso e decide mudar de trajetória, esta então entra em um beco vazio entre duas casas e pega algo no bolso, era uma foto de um homem ao lado de duas outras pessoas armadas, o rosto do homem era circulado em vermelho indicando que esse era seu alvo.
  — Eu preciso achar esse cara logo, ele deve estar por aqui... Mas em qual dessas casas? — disse ela e depois guardando a foto novamente.

  Nos outros bolsos havia duas pistolas cor prata com silenciadores, quais ela pega. Ela fica pensando em uma maneira de descobrir em qual das casas seu alvo estaria, até que tem uma ideia, ela tira a máscara e o capuz, revelando a face de uma jovem mulher negra com cabelos grandes e crespos, tendo um olho direito verde e o outro azul, depois, esta fecha os olhos e se concentra em alguma coisa, seus ouvidos de repente começam a sangrar um pouco, e quando ela abre os olhos eles estão violetas e brilhantes, ela tem uma visão de como se pudesse ver dentro de algumas casas uma a uma, sem precisar olhar diretamente, como se fosse algo sobrenatural, com isso, ela consegue achar a casa qual seu alvo estava e termina de usar este "poder". Ela anda com máscara e encapuzada até lá e acha outra casa com dois homens armados com fuzis ao lado dela, e todos eles tinham um rádio comunicador no bolso, mesmo vendo isso a mulher decide andar calmamente em direção a os dois.
  — Ei! O que você tá fazendo aqui?! — exclamou um deles, apontando o fuzil à ela enquanto o outro fazia o mesmo.

  Ela aponta suas duas pistolas a eles enquanto seus olhos ficam violetas de novo. Vendo isso os dois tentam atirar, mas não conseguem, como se algo tivesse impedindo o gatilho de acionar a arma. A mulher atira no pescoço deles com apenas uma das pistolas, pois essa tinha apenas tranquilizantes e os faz desmaiar no chão, a moça chega na porta da casa, toca o dedo na tranca e estranhamente a faz abrir, em seguida, entra na casa onde seu alvo está. Ela anda calmamente até a sala de estar, que é uma sala humilde, sem tintura nas paredes e sem janelas. Ela vê ali perto que tem uma escada em inspiral de ferro que leva ao andar de cima e sobe, os passos dados em escadas desse tipo costumam fazer muito barulho por causa da vibração no metal, mas ela consegue subir com tanta cautela que a escada faz quase barulho nenhum. Lá em cima a mulher se encontra numa sala minúscula, servindo de caminho para duas outras portas, ela abre a primeira e vê um quarto humilde, qual ela entra e vê uma pessoa dormindo. Ela aponta suas duas armas em direção ao sujeito, porém por algum motivo, ele acorda.
  — Ah? Mas que barulh... — em seguida, o homem percebe as pistolas e toma um susto, empurrando-se para trás. — Ah! Que merda é essa?! — gritou ele assustado.
  — Para de gritar Daniel, você está parecendo uma criança berrando tanto. Você já deve saber porque eu estou aqui né?
  — Eu juro que não fui eu que roubei o dinheiro do Kaize, foram os...

  A mulher atira com a outra pistola que tinha balas de verdade na parede perto dele, fazendo-o tomar um susto.
  — Tá bom, tá bom... Tá comigo sim, só não atira em mim.
  — Eu não vou te matar se você cooperar, agora diz, onde ele está?

  Daniel aponta o dedo para um armário de madeira no canto do quarto, a mulher vai até lá e o abre, vê roupas penduradas mas não vê dinheiro algum.
  — Te... Tem um fundo falso — diz Daniel gaguejando um pouco.

  Ela tira o pedaço de madeira no fundo do armário e consegue ver várias notas de duzentos reais em volta de um saco plástico escuro.
  — É melhor que esteja tudo aqui, se faltar um só centavo eu venho te procurar — disse ela enquanto guardava uma das pistolas e usava a mão livre para segurar o saco plástico.

Amélia e a Revolução do RioOnde histórias criam vida. Descubra agora