two kids and a half

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— Vou comprar um teste de gravidez.

Casualmente, Louis disse ao sair do banheiro e antes de começar a escovar os dentes. Com seu robe azul de seda dando um contraste bronzeado a sua pele de sol, ele parecia estupidamente belo. E enquanto isso na cama, com algum livro de Sócrates em mãos e um óculos pendendo na ponta do nariz, Harry ergueu as sobrancelhas e o encarou por cima das lentes.

— Usamos proteção agora. — ele afirmou porque era uma verdade.

Duas crianças era ótimo na época em que eles estavam e um novo integrante bagunçaria tudo, segundo Louis. Não que Harry não concordasse, mas em segredo, ele gostaria de vê-lo cheio novamente. Muitas cópias dele e de seu namorado andando por aí era o que o motivava na vida, para ser honesto.

— Quando saímos naquela semana, não usamos. Você gozou dentro. — o garoto disse sério ao afastar a escova. — Não lembro de ter concordado com aquilo.

— Você não concordou, meu bem, você implorou. — o sorriso de lado causou em Louis a famosa sensação de cócegas em seu peito, barriga e bochechas.

O tempo parou. Havia só Harry, uma cama e um livro intelectual. Havia só Harry e os pontos em suas bochechas. Havia só Harry e o sorriso que poderia destruir e reconstruir seu coração do 0 a hora que quisesse. Havia só Harry e seus belos lábios, olhos e cabelo. Havia só Harry e suas provocações. Havia só Harry e suas piadas ruins. Havia só Harry e seu amor.

Havia só Harry, o pai de seus filhos.

Ele era uma farsa. No minuto que soubesse que mais um bebê de um homem tão amável estivesse ocupando sua barriga, sua gratidão dobraria. Queria ser bom a ponto de gerar cópias de Harry, com a personalidade dele, para que no futuro, alguém tão sortudo quanto ele tivesse a oportunidade de encarar a mesma experiência de ter um homem como aquele.

Porém, o que havia de espetacular em Harry para que Louis sentisse intensamente sobre ele? Provavelmente não muitas coisas, mas Harry era a coisa. Harry era espetacular. Cada detalhe dele o formava e o criava de uma maneira tão bela que era difícil não sentir.

Louis mal acreditava que o tinha.

Ele riu, balançando a cabeça. — Eu te amo. — disse, se virando para voltar ao banheiro. — Eu te amo, Harry.

E Harry tinha aquele sorriso idiota no rosto. Prestes a responder, seu momento foi cortado por um morango adentrando o quarto, carregando um cobertor azul bebê de pelúcia e mamando a chupeta na boca.

— Mama? Mama? — Blair Rose chamou, procurando a mãe pelo quarto com os grandes olhos azuis que, eventualmente, pararam em seu pai esquisito. — Oi. Sapo.

O homem largou o livro de lado e tirou os óculos, fechando-os antes de colocá-los na mesinha de cabeceira. A mão com anéis bateu em uma coxa.

— Vem com o papai, Be. A mamãe está escovando os dentinhos.

Agitada, ela correu com as pernas gordinhas na direção da cama, tropeçando no cobertor e erguendo os bracinhos porque não sabia como subir. Harry a pegou pelas axilas e a sentou na coxa direita, recebendo um olhar ameaçador de sua filha também esquisita.

— Quero Henrí.

— Você quer é levar um tapa nesse bumbum. — ela balançou a cabeça negativamente diversas vezes.

KIDS IN THE KITCHEN Onde histórias criam vida. Descubra agora