chapter one: life can be an amusement park.
Algo suave causou cócegas em seu rosto.
Ao fundo, risinhos baixos e infantis podiam ser ouvidos enquanto as cócegas em seu nariz continuavam. Malditos mosquitos de jardim que sempre aterrissavam em algum canto de seu rosto! Isso fez com que ele levantasse a mão e batesse agressivamente a palma da mesma contra o local onde o inseto provavelmente estava.
Mais risos e barulhos, até que tudo ficou em silêncio. Seu corpo estava pesado, sua alma meio acordada, meio adormecida. Algo havia sido derramado em seu nariz e ele imaginou que fosse a mãe de seu filho acariciando-o – tal pensamento que arrancou um sorriso de seus lábios secos. O gosto matinal ruim fazendo presença em sua língua.
Acordar com eles era como acordar no céu.
Às vezes.
— O papai está dormindo, Henrí. Isso vai deixá-lo bravo.
— Papa não fica bravo Henrí.
— Não com você, com a sua bagunça. — ele quase podia senti-lo sorrir. — Pequeno pêssego bagunceiro.
Virando-se na cama, seus braços agarraram a cintura de Louis com um pouco de dificuldade, já que aquele bebê intrometido estava no meio de ambos.
— Peito.
— Você não queria parar de mamar? Disse que é crescido.
— Peito.
— Beba leite no peito do seu pai.
Que história é essa?
Uma movimentação perto de seu corpo o tensionou.
A próxima coisa que ele sentiu foi uma pequena mão em seu braço, um hálito perto de seu mamilo, e antes de seu filho faminto tentar chupar algo que não existia em seu corpo, ele se afastou e sentou-se na cama rapidamente depois de abrir os olhos.
— Tá bom! Acordei! Acordei. Jesus, — Harry esfregou o rosto, ainda sonolento, acostumando-se com a claridade que vinha da janela. Quando olhou para o lado, só conseguiu ver uma enorme barriga de oito meses e um bebê sorridente lhe encarando com uma carinha de sapeca e com olhos verdes de sapo. — O que quer, moleque?
— Peito.
— Jesus, — ele repetiu, levando o olhar até seu grávido preguiçoso que também sorria, o encarando como se estivesse pedindo muito amor em silêncio. Oh, claro que Harry o afogaria com tanto carinho depois. — Aconteceu mais cedo do que eu pensei. Sem peitos até os dezoito anos, menino.
Henrí assentiu e se deitou, virando o bumbum de fralda na direção do papai e levantando a blusa da mamãe até perto do pescoço dela, antes de agarrar o mamilo com os lábios, mamando o leite que estufava sua barriguinha a cada minuto. Ele ronronou, soltando-o por um segundo para olhar o papai e fazer um “ah!” com a pequena boquinha.
— Peito, papa.
E então ele voltou a mamar, usando o dedinho para brincar com o umbigo saltado da mamãe e passando a palminha da mão na grande barriga, onde se encontrava a sua irmãzinha agitada. Ele abriu um sorriso com o mamilo ainda na boca ao olhar a mãe, que sorriu de volta e acariciou seus cabelos loiros, admirando-o com amor e paixão, pensando no quão perfeito seu pequeno neném era.
Sua obra mais bonita, aquele pêssego.
Quando o olhar de Louis se encontrou com o de Harry, flagrou a mão do homem acompanhando as batidas do próprio coração.
Havia um grávido em sua cama.
— Tem chantilly no seu rosto, bebê. No nariz.
O pai inclinou-se no colchão, mãos e joelhos, aproximando-se da boca de Louis.